Brasil tem recorde diário com 615 novas mortes por coronavírus e total no país vai a 8.536

Publicado em 06/05/2020 19:17 e atualizado em 07/05/2020 06:09

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta quarta-feira recordes diários tanto de novos casos de coronavírus, com a contabilização de mais 10.503 infecções, quanto de mortes em decorrência da Covid-19, com a confirmação de mais 615 óbitos, informou o Ministério da Saúde.

Com os números, o país passa a contar com 125.218 casos do novo coronavírus e 8.536 mortes pela doença, o que indica uma taxa de letalidade de 6,8%, acrescentou a pasta.

Os recordes diários anteriores eram de 30 de abril para os números de casos (7.218) e da última terça-feira para a contagem de óbitos (600).

O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, destacou em entrevista coletiva que ainda há 100 mil testes esperando por resultados. Ele disse que a fila será zerada a partir da próxima semana, fazendo com que os números de casos continuem em alta.

A divulgação diária dos números pelo Ministério da Saúde não indica que as infecções e óbitos tenham necessariamente ocorrido nas últimas 24 horas, mas sim que os registros foram inseridos no sistema no período.

São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pela doença no Brasil, com 37.853 casos --alta de 3.800 na comparação diária-- e 3.045 mortes, avanço de 194 em relação à véspera.

Na sequência da contagem por Estados vem o Rio de Janeiro, com 13.295 casos e 1.205 mortes, seguido de perto pelo Ceará (12.304 infecções, 848 óbitos).

O Brasil possui 51.370 pessoas recuperadas da infecção pelo coronavírus e 65.312 em acompanhamento, concluiu o Ministério da Saúde.

  • Vitor Soares, 21, durante enterro de sua avó por suspeita de coronavírus no cemitério Parque Tarumã, em Manaus 6/5/2020 REUTERS/Bruno Kelly

Em 2.o recorde consecutivo, Brasil registra 615 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas (Estadão)

O Brasil registrou 615 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 6. O número superou o recorde de 600 mortes em um dia, que foi registrado ontem, e o total oficial de vítimas do novo coronavírus no Brasil subiu de 7.921 para 8.536.

O número oficial de casos confirmados da covid-19 no País passou de 114.715 para 125.218, sendo 10.503 novos casos registrados entre ontem e hoje.

Com a escalada de mortes por covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde Nelson Teich admitiu, pela primeira vez, que a adoção de medidas de fechamento total (lockdown) de cidades, com manutenção apenas de serviços essenciais, deve ser adotada em determinados casos.

Em coletiva de imprensa na terça, o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que ainda não há informações disponíveis para afirmar quando, efetivamente, ocorrerá o pico dos casos de contaminação e mortes pela covid-19 nos cinco Estados mais afetados pela doença no País: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas.

Em meio à incerteza e na tentativa de conter o avanço do vírus e das mortes, governadores e prefeitos já apostam em medidas mais restritivas e endurecem as regras de isolamento social. O Pará decretou lockdown em Belém e mais nove cidades a partir de amanhã, mesma medida que passou a vigorar ontem em São Luís. No Ceará, o governo estendeu a quarentena e anunciou normas mais rígidas para Fortaleza.

Já o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), anunciou na terça que vai aumentar a fiscalização para punir quem está descumprindo as medidas de isolamento social. A ordem é que a Polícia Militar feche estabelecimentos que estejam abertos sem autorização ou permitindo aglomerações. Pessoas flagradas em aglomerações serão levadas para delegacias e autuadas pelo crime de desobediência.

Em São Paulo, um decreto torna obrigatório o uso de máscaras em todos os locais públicos do Estado a partir de quinta-feira, 7, e prevê multa que vai variar de R$ 276 a R$ 276 mil para pessoas físicas e estabelecimentos que descumprirem a regra, além de detenção por até um ano. Na capital, o prefeito Bruno Covas (PSDB) decretou na terça-feira, 5, diversas medidas, como a obrigação da reserva de horário exclusivo para atendimento a idosos em bancos e comércios, a atribuição à Polícia Militar e a agentes sanitários de fiscalizar o uso obrigatório de máscaras e a elaboração de critérios para pacientes prioritários de UTI no caso de falta de leitos.

Governo promete passar de 2,7 mil para quase 70 mil testes diários de Covid-19

  • Pesquisador da UFRJ trabalha no desenvolvimento de teste para Covid-19 25/03/2020 REUTERS/Lucas Landau
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou nesta quarta-feira que uma nova estratégia do Ministério da Saúde para ampliar a capacidade de monitoramento da Covid-19 no país fará com que o Brasil chegue a processar quase 70 mil testes de Covid-19 por dia em junho, julho e agosto.

Segundo o secretário, atualmente o país tem uma capacidade instalada de analisar 2,7 mil testes do novo coronavírus diariamente, que a partir de quinta-feira será incrementada em mais 10 mil testes por dia com a entrada de novos laboratórios no sistema.

Wanderson ressalvou, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que não se fará essa testagem de 70 mil amostras "sistematicamente", mas haverá uma "rampa" a partir do eventual aumento de suspeitas de casos.

"No momento mais elevado de produção, que a gente acredita que vai ser em meados de julho, vamos chegar a 70 mil por dia", disse. "Não quer dizer que teremos 70 mil casos, estamos falando de testagem", completou.

O secretário disse que serão realizados 13 milhões de testes moleculares de Covid-19 em junho, julho e agosto, período tradicionalmente de maior presença de vírus respiratórios no Brasil.

Segundo Wanderson, essa testagem em massa é inspirada no trabalho que foi feito na Coreia do Sul, e haverá unidades volantes e fixas para a realização dos testes.

O secretário reconheceu que cerca de 100 mil exames dos laboratórios oficiais estão com resultados pendentes de carregamento no sistema, e prometeu que a partir da próxima semana essa fila será zerada, o que vai impactar bastante nos números de casos confirmados de Covid-19 no país.

Na véspera, o secretário informou que outros 100 mil exames, estes realizados por laboratórios particulares, também ainda aguardavam carregamento no sistema.

Nesta quarta-feira o Brasil registrou novo recorde diário de novos casos de Covid-19, com 10.503 registros nas últimas 24 horas, elevando o total para 125.218. O país também registrou mais 615 óbitos, totalizando agora 8.536.

Fonte: Estadão Conteúdo/Reuters

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