Itália tem queda acentuada de mortes por Covid-19 antes de relaxamento da quarentena

Publicado em 03/05/2020 19:04

ROMA (Reuters) - A Itália registrou 174 mortes devido à pandemia de Covid-19 no domingo, versus 474 um dia antes, disse a Agência de Proteção Civil, no menor número reportado de fatalidades em um dia desde 10 de março.

O número diário de casos também caiu fortemente, para 1.389 versus 1.900 no sábado.

Nas semanas mais recentes da epidemia que começou em 21 de fevereiro na Itália, a contagem de mortos diária tende a cair nos domingos e aumentar no dia seguinte.

Não obstante, os dados mais recentes ainda oferecem um encorajamento para o país, que se prepara para afrouxar gradualmente seu lockdown de oito semanas --o mais longo da Europa-- a partir de segunda-feira.

O aumento das mortes diárias na Itália no sábado, que rompeu uma tendência gradual de queda, parece ter ocorrido devido a um acréscimo de centenas de mortos na região da Lombardia em abril, que não havia sido registrado anteriormente.

Itália flexibiliza quarentena nesta segunda; UE avalia uso de remdesivir

Italianos contam as horas para retornar gradualmente às ruas do país nesta segunda-feira, quando o governo começa a flexibilizar as regras de confinamento, após dois meses de quarentena para conter o avanço do novo coronavírus.

Bangcoc, capital da Tailândia, desfrutou de seu primeiro dia de relaxamento das restrições. Na Suécia, a diretora do departamento de infecção da Agência Sueca de Produtos Médicos, Charlotta Bergqvist, disse à emissora TV4 que o uso do medicamento Remdesivir no tratamento da covid-19 está sendo estudado com alta prioridade na União Europeia e uma decisão pode ser tomada "em alguns dias".

Em todo o mundo, o número de casos confirmados chegava a 3.448 057 e o de mortes, 244.229, segundo a Universidade Johns Hopkins Os Estados Unidos lideram o ranking, com mais de 1,133 milhão de casos e 66.385 mortes; a Espanha é o segundo país com maior número de casos, 216.582, com 25.100 mortes.

Na Itália, parques e jardins públicos devem abrir amanhã para caminhadas e passeios de bicicleta ou com crianças, mas os cidadãos terão de manter distanciamento de um metro uns dos outros e evitar piqueniques e playgrounds. Já neste domingo, muitos italianos foram às ruas, a maioria com máscaras, mas em Roma pessoas foram vistas baixando a máscara para conversar.

O primeiro ministro, Giuseppe Conte, alertou que as regras poderão ser endurecidas novamente caso a taxa de contágio volte a subir. Restaurantes e cafés poderão oferecer produtos para viagem e será permitida a realização de funerais de curta duração, com não mais do que 15 pessoas.

Em Bangcoc, na Tailândia, moradores foram a parques, salões de beleza e mercados, e restaurantes começaram a ser reabertos. Bares permaneceram fechados, o que levou a um aumento das vendas de cerveja e de outras bebidas alcoólicas, conforme autoridades do país.

Na Suécia, a agência nacional de supervisão de medicamentos informou que a União Europeia avalia com urgência o uso de remdesivir para o tratamento da covid-19 nos 27 países que integram o bloco, após decisão semelhante nos Estados Unidas. No último 1º de maio, a FDA, agência federal americana de controle de alimentos e medicamentos, autorizou o uso emergencial do antiviral Remdesivir em pacientes da covid-19 depois de pesquisadores terem relatado que ele reduziu o tempo de recuperação em pessoas que adoeceram com o novo coronavírus.

Por ora, a ação da FDA limita o uso do medicamento, produzido pela Gilead Sciences, apenas ao período da pandemia. Segundo o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIH, na sigla em inglês), análise preliminar de seu estudo mostrou que pacientes hospitalizados com covid-19 submetidos a tratamento com Remdesivir tiveram uma recuperação mais rápida do que pacientes em uso de placebo.

Outro país que também se prepara para flexibilizar as regras de confinamento é a Coreia do Sul. O ministro de Saúde sul-coreano, Park Neung-hoo, afirmou neste domingo que o governo permitirá a reabertura gradual de espaços públicos a partir de quarta-feira (6), a começar por parques públicos e para atividade esportiva, locais de lazer e museus. Teatros, espaços para shows e centros de bem-estar permanecerão fechados.

Park informou também que o retorno dos estudantes às escolas ocorrerá de forma gradual - atualmente os alunos estão tendo aulas em casa.

Na Espanha, moradores aproveitaram seu segundo dia de flexibilização do confinamento. Autoridades de saúde do país reportaram neste domingo o menor número de mortes diárias em seis semanas, assim como o mais baixo número de novas infecções confirmadas desde que foi declarado Estado de Emergência, em 14 de março.

Em Barcelona, o número de pessoas no calçadão em frente à praia era tão grande que, em alguns pontos, não era possível manter a regra de distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas. A maior parte dos serviços será aberto a partir desta segunda-feira. As máscaras serão obrigatórias nos transportes públicos.

A Rússia reportou mais de 10 mil novos casos de covid-19 neste domingo. Mais da metade dos 10.633 novos infectados relatados são da capital Moscou, onde a capacidade dos hospitais para receber doentes está próxima do limite. O epidemiologista Alexander Gintsburg, do Centro de Pesquisa Gamaleya, argumentou que o maior número de casos não significa agravamento da pandemia no país, e sim aumento da realização de testes. Segundo ele, o número de testes realizados dobrou nos últimos dez dias. A Rússia passou de 134 mil casos de infectados, com 1.420 mortes

No Oriente Médio, o ministro de saúde pública do Afeganistão disse neste domingo que após a realização de 500 testes na capital Cabul, 150 deles deram positivo, o que elevou o receio de que a covid-19 pode estar se disseminando pelo país de forma mais rápida do que o previsto inicialmente. Cabul e outras cidades afegãs já impuseram confinamento.

A China, onde a pandemia começou em dezembro, confirmou dois novos casos de infecção no sábado, prolongando um declínio constante no número de confirmados. O país não reportou óbitos ontem - nas últimas duas semanas, apenas uma morte foi registrada, de acordo com autoridades locais. Fonte: Associated Press.

Dias de sol atraem multidões a praias e parques no EUA após quarentena

(Reuters) - Dias ensolarados e o tempo quente estão se mostrando tão difíceis de gerenciar quanto restaurantes, salões de beleza e outras empresas, à medida que metade dos Estados norte-americanos reabrem parcialmente suas economias após a quarentena do coronavírus.

No sábado, milhares de pessoas se reuniram no National Mall em Washington para ver um sobrevoo organizado pela Marinha dos EUA em homenagem aos trabalhadores de saúde e outras áreas que estão combatendo a pandemia.

Na cidade de Nova York, o tempo mais quente já registrado nesta primavera fez com que pessoas fizessem piqueniques e fossem tomar sol nas áreas verdes de Manhattan, incluindo aglomerações no Pier da Christopher Street, em Greenwich Village, de acordo com imagens postadas nas redes sociais.

Na semana passada, a Califórnia ordenou que as praias do Condado de Orange fossem fechadas, após multidões desafiarem as diretrizes das autoridades de saúde e lotarem a popular costa. Isso levou a protestos de manifestantes que acusaram o governador do Estado, um Democrata, de ultrapassar os limites.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que há “alguns problemas reais” perto do pier e que a polícia aumentará o patrulhamento.

Deborah Birx, coordenadora de resposta da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca, disse no "Fox News Sunday" que se amontoar nas praias não era seguro, a menos que as pessoas se mantivessem a pelo menos 1 metro de distância. Ela também se opôs a permitir que empresas como salões de beleza e spas reabram na primeira fase.

"Deixamos claro que essa não é uma boa atividade para a primeira fase", disse ela, já que o número de casos nos EUA superou 1,1 milhão e o número de mortos subiu para mais de 67 mil no domingo.

Aglomerações de pessoas como as ocorridas na semana passada em Michigan e em outras partes do país para protestarem contra as medidas de isolamento social representam um enorme risco, disse ela.

EUA podem precisar investir mais em programa de pequenas empresas, diz Kudlow

WASHINGTON (Reuters) - O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse no domingo que não descartaria nenhum elemento no próximo projeto de lei de alívio ao coronavírus, incluindo mais dinheiro para os governos estaduais e locais.

"Estamos discutindo", disse Kudlow à CNN. Ele afirmou que as autoridades precisariam ver em algumas semanas "o que precisa ser feito e talvez como fazê-lo".

Kudlow também disse que "pode ser" que o governo federal precise colocar ainda mais dinheiro em um programa popular para ajudar pequenas empresas a sobreviver às paralisações relacionadas ao coronavírus.

Fonte: Reuters/Estadão Conteúdo

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