No Rio, moradores desobedecem decretos e protestam contra Maia e Witzel

Publicado em 26/04/2020 14:42

Um grupo de dezenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro desobedeceu decretos do Estado e do município do Rio para protestar na manhã deste domingo, 26. Os manifestantes - a maioria sem máscaras - se aglomeraram na porta do prédio em que mora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado, no entanto, está em Brasília.

A obrigação do uso de máscara foi determinada por decreto do prefeito Marcelo Crivella, aliado de Bolsonaro, há oito dias. Outra desobediência dos participantes do ato se deu no âmbito estadual, já que eles foram à areia da praia de São Conrado, zona sul da capital fluminense, e estenderam uma faixa com os dizeres Maia na cadeia. Decreto do governador Wilson Witzel proíbe a permanência nas praias do Estado.

Witzel, inclusive, também foi alvo da manifestação. Ele é um dos governadores mais atacados pelo presidente e seus apoiadores. No Twitter, bolsonaristas que estavam na orla nesta manhã publicaram mensagens com as hashtags #ForaMaia e #ForaWitzel.

Os manifestantes criticam as medidas de isolamento social impostas durante a pandemia do coronavírus. Em um vídeo, um jovem sem máscara diz que Maia precisa "ouvir o povo", que "quer voltar a trabalhar".

Em outra publicação, um homem - este munido de máscara com as cores da bandeira do Brasil - afirma que está "tocando o terror" na porta do prédio do deputado.

No Twitter, a hashtag #MaiaTemQueSair está entre os assuntos mais comentados do Brasil. Por volta de 13h30, cerca de 420 mil postagens com a frase já haviam sido feitas.

Procurada, a Polícia Militar informou que equipes do 23º Batalhão (Leblon) "acompanham uma aglomeração de pessoas" que acontece em São Conrado. "A via foi fechada no local, e o ato segue de forma pacífica até o momento."

Após demissão de Moro, 'cercadinho' para populares no Alvorada permanece fechado

Por Camila Turtelli, Emilly Behnke e Daniel Weterman, do Estadão

Brasília - Após a demissão do agora ex-ministro Sergio Moro, uma das estrelas do governo Jair Bolsonaro, o Palácio da Alvorada amanheceu com o "cercadinho" fechado aos populares pelo segundo dia consecutivo. No sábado, 25, o presidente Jair Bolsonaro não saiu de casa para falar com seus apoiadores, que costumam esperá-lo no local. Neste domingo, 26, até o meio-dia, ainda não havia previsão de que o chefe do Executivo fará o tradicional bate-papo com sua claque. Por esse motivo, a área destinada ao público permanece fechada desde a tarde do sábado.

Neste domingo pela manhã, quem veio prestigiar o presidente pôde andar pelos arredores, mas não acessar o "cercadinho" ao lado da entrada do Palácio.

Um grupo de evangélicos escolheu orar debaixo das bandeiras, do outro lado do acesso. O vice-presidente Hamilton Mourão passou de bicicleta discretamente pelo local e não foi abordado pelos populares.

A área dos apoiadores, ao lado do espaço da imprensa, também permaneceu fechada durante a tarde de sábado. Segundo seguranças que guardam o local, o motivo é a ausência de qualquer previsão de o presidente falar, o que de fato não aconteceu ao longo do sábado.

Na sexta-feira, a conturbada saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça fez com que Bolsonaro perdesse seguidores nas redes sociais pela primeira vez desde setembro de 2017. Até sexta-feira, 24, o mandatário não havia registrado um dia sequer de baixa no número de seguidores.

Num intervalo de seis horas, entre o pronunciamento do ex-ministro e a coletiva de imprensa do presidente, Bolsonaro e seus filhos - Carlos, Eduardo e Flávio - foram deixados por 86 427 contas. O presidente foi o mais impactado. Às 15h20, 48.473 mil perfis já tinham saído das suas redes. Os dados são da consultoria Bites, que começou a acompanhar as publicações de Jair Bolsonaro no Twitter, Instagram, Facebook e Youtube desde o dia 1.º de setembro de 2017.

Em dias de semana ou mesmo nos sábados, domingos e feriados, Bolsonaro costuma parar no local para conversar com seus apoiadores, tirar fotos, receber bênçãos e ouvir pedidos.

No sábado passado, 18, por exemplo, chegou a convidar uma família de oito pessoas para conhecer a área interna da sua residência oficial. No mesmo dia, ele fez um passeio parando no Palácio do Planalto, no Setor Militar Urbano (SMU) e na Praça dos Três Poderes. Pelo caminho, Bolsonaro conversou com um grupo que pedia o fim do aborto, tirou fotos com policiais militares e até comprou um picolé.

No domingo, 19, o presidente participou de um protesto em Brasília, convocado nas redes sociais, com mensagens contra o STF e o Congresso e favoráveis a uma intervenção militar. Na última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização dos atos, considerados antidemocráticos.

Fonte: Estadão Conteúdo

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