Coronavírus: S. Paulo concentra mais de um/terço dos casos, com 155 mortes

Publicado em 25/04/2020 18:35 e atualizado em 25/04/2020 19:37

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil bateu um novo recorde de novos casos de coronavírus, com 5.514 registros nas últimas 24 horas, e 346 novos óbitos, alcançando 4.016 mortes causadas pela doença, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde neste sábado.

O maior número de casos registrados em um dia é o maior desde o início da epidemia no país, levando o total de casos a 58.509. O recordo anterior havia sido atingido na última quarta-feira, com 3.735 em 24 horas.

São Paulo ainda concentra mais de um terço dos casos do país. O estado alcançou a marca de 20.004 registros, com 1.667 mortes, 155 nas últimas 24 horas

Rio de Janeiro, com 6.828 casos e 615 mortes, Ceará, com 5.412 casos e 310 mortes, e Pernambuco, com 4.507 registros e 381 mortes, vem em seguida.

Ceará e Pernambuco já tem seus sistemas de saúde próximos do colapso com quase 100% dos leitos de UTI ocupados. O Rio de Janeiro está com 94% de ocupação e já registra filas por vagas de UTI, de acordo com dados da Secretaria de Saúde.

O Amazonas, cuja saúde já não tem mais vagas em hospitais, está em 5o lugar no número de casos, 3.635, e teve 287 mortes por coronavírus confirmadas.

Desde a última quarta-feira, quando bateu o recorde de óbitos registrados em 24 horas, 407, o país se mantém com registros diários de óbitos acima de 300.

Estado de SP tem 1.667 mortes por coronavírus; bebê de 7 meses está entre vítimas (Estadão)

O número de mortes por novo coronavírus subiu para 1.667 no Estado de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, 20 004 casos estão confirmados no Estado até as 15h deste sábado, 25. Em 24 horas, 155 novos óbitos foram confirmados.

Entre as novas mortes confirmadas, está a primeira registrada em uma criança com menos de 10 anos na capital paulista. A vítima tinha sete meses de vida e apresentava comorbidades, que não foram detalhadas pela secretaria.

Segundo o governo, estão ocupados 58,9% dos leitos de UTI no Estado. A situação é mais grave na Grande São Paulo, que tem ocupação de 77,3%. Na capital, a ocupação era de 67% em leitos de UTI para covid-19 na rede municipal na sexta-feira, 24.

Em 24 horas, mil novos pacientes foram internados por novo coronavírus no Estado, aumentando para 7,4 mil o número de casos suspeitos e confirmados em hospitais (dos quais 2.906 estão em UTI).

Entre as vítimas fatais, estão 974 homens e 693 mulheres. A maioria dos óbitos são de pacientes com mais de 60 anos, que são 75,4% do total. Fora deste grupo, a distribuição é a seguinte: 211 mortos entre 50 e 59 anos; 120 entre 40 e 49 anos; 60 entre 30 e 39 anos; 14 entre 20 e 29 anos; quatro entre 10 e 19 anos; e um abaixo dos 10 anos.

"Não há evidência" de que recuperados da Covid-19 não possam ser reinfectados, diz OMS

GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse neste sábado que atualmente "não há evidências" de que pessoas que se recuperaram da Covid-19 e possuem anticorpos estejam protegidas de uma segunda infecção pelo coronavírus.

Em um briefing científico, a agência das Nações Unidas alertou governos contra a emissão de "passaportes de imunidade" ou "certificados de livre de riscos" às pessoas que foram infectadas, uma vez que sua precisão não pode ser garantida.

A prática poderia, na verdade, aumentar os riscos de propagação contínua da doença, à medida que pessoas que se recuperaram podem ignorar conselhos sobre as precauções que devem ser tomadas contra o vírus, disse a entidade.

"Alguns governos sugeriram que a detecção de anticorpos ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, poderia servir como a base para um 'passaporte de imunidade', ou 'certificado de livre de riscos', que permitiria a indivíduos viajar ou voltar para casa, assumindo que eles estariam protegidos contra a reinfecção", disse a OMS.

"Atualmente não há evidências de que pessoas que se recuperaram da Covid-19 e possuem anticorpos estão protegidas de uma segunda infecção", acrescentou.

O Chile anunciou na semana passada que começaria a distribuir "passaportes de saúde" para pessoas consideradas recuperadas da doença. Uma vez rastreado o desenvolvimento de anticorpos para torná-las imunes ao vírus, elas poderiam retornar imediatamente ao trabalho.

A OMS disse que continua avaliando evidências sobre as respostas de anticorpos ao vírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado. Cerca de 2,8 milhões de pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, sendo que 196.298 morreram, segundo contagem da Reuters.

A maior parte dos estudos mostra que as pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o vírus, segundo a OMS. No entanto, algumas delas possuem níveis muito baixos de anticorpos neutralizadores no sangue, "sugerindo que a imunidade celular também pode ser fundamental para a recuperação", concluiu a organização.

Mortes por coronavírus no mundo ultrapassam 200 mil

(Reuters) - O número de mortes causadas pelo novo coronavírus ultrapassaram as 200.000 em todo mundo neste sábado, de acordo com levantamento feito pela Reuters, e a expectativa é de que os casos cheguem a 3 milhões nos próximos dias.

Mais da metade dessas mortes foram registradas nos Estados Unidos, Espanha e Itália.

A primeira morte ligada à doença foi relatada em 10 de janeiro em Wuhan, China. Foram necessários 91 dias para que o número de mortos passasse de 100.000, mas apenas mais 16 dias para chegar a 200.000, de acordo com o relatório da Reuters baseado em relatórios oficiais dos governos.

Em comparação, estima-se que haja 400.000 mortes anualmente por malária, uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo.

Os Estados Unidos registraram mais de 52.400 mortes até a manhã de sábado, enquanto Itália, Espanha e França tiveram respectivamente entre 22.000 e 26.000 mortes cada.

Dos 20 países mais afetados, a Bélgica registrou o maior número de mortes per capita, com seis mortes por 10.000 pessoas, em comparação com 4,9 na Espanha e 1,6 nos Estados Unidos.

Cerca de 8% de todos os casos relatados nos Estados Unidos foram fatais, enquanto mais de 10% dos casos registrados na Espanha e na Itália resultaram em mortes.

No entanto, essas taxas seriam consideravelmente mais baixas se o total da infecção incluísse milhares de casos da doença que não são relatados, já que nem todas as pessoas que apresentam sintomas são testados.

A Ásia e a América Latina registraram mais de 7.000 mortes, enquanto o Oriente Médio registrou mais de 8.800.

O número global de mortes continuou a crescer a uma taxa de 3-4% ao dia nos últimos 10 dias, embora essa taxa tenha diminuído desde o início do mês.

A expectativa é que o número real de mortes seja maior, já que muitos países não incluíram nos dados oficiais mortes registradas em casas de repouso e outros locais fora dos hospitais.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar cai ante real com fluxo de venda de moeda e alta do petróleo
Ibovespa fecha com alta tímida em dia de ajustes e volume fraco
Vice-presidente, Geraldo Alckmin, e presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, anunciam investimentos de mais de R$ 18,3 milhões para preparar empresas para exportação
Taxas de juros futuras têm alta firme no Brasil com dados de emprego nos EUA e alta do petróleo
Dólar recua ante o real com apetite por risco global após dados de emprego dos EUA
Wall Street sobe após dados fortes de emprego nos EUA elevarem confiança