Wall St tem firme alta com mais estímulos no radar e recuperação do petróleo

Publicado em 22/04/2020 21:02

(Reuters) - Wall Street teve forte alta nesta quarta-feira, com suporte da recuperação dos preços do petróleo e de um Congresso a caminho de aprovar quase 500 bilhões de dólares em auxílio adicional a pequenas empresas para enfrentamento da crise do coronavírus.

Os preços do petróleo Brent e WTI subiram após um colapso nos últimos dois dias. A alta ajudou a elevar o índice de energia do S&P 500 em 3,6%.

Todos os 11 segmentos do índice S&P 500 tiveram alta, depois que o Senado norte-americano aprovou, por unanimidade, um novo pacote de ajuda, acrescentando trilhões de dólares em estímulos que auxiliaram Wall Street a se recuperar de suas mínimas de março. A Câmara dos Deputados deve aprovar o texto na quinta-feira.

"Os tempos de resposta (via estímulo) têm sido muito mais rápidos do que você viu em 2008. O que você está vendo é a remoção do risco de cauda que interrompe a queda das ações e permite que o mercado na verdade consiga enxergar", disse Anik Sen, chefe global de ações na PineBridge Investments em Nova York.

Em meio ao rali desta quarta-feira, muitos investidores permaneceram cautelosos sobre as perspectivas de disseminação do coronavírus e os danos que causará à economia global.

"Não há transparência sobre quando os casos de coronavírus cairão do pico e quando teremos confiança que voltaremos à nossa economia normal. Se você está otimista, pode pensar em meados de maio, mas se você está pessimista, você pode pensar em outubro, e isso é uma grande diferença", disse Mike Zigmont, chefe de negociação da Harvest Volatility Management em Nova York.

Com a volatilidade como o novo normal em Wall Street, o Dow Jones avançou 1,99%, para 23.475,82 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 2,29%, para 2.799,31 pontos. O Nasdaq aumentou 2,81%, para 8.495,38 pontos.

Navios, trens e cavernas: operadores procuram locais para armazenar petróleo

  • LONDRES/NOVA YORK (Reuters) - Operadores do mercado de petróleo estão lutando para encontrar navios, vagões de trens, cavernas e oleodutos suficientes para armazenar combustível, uma vez que instalações convencionais de estocagem foram rapidamente preenchidas em meio à oferta abundante e à queda na demanda devido ao coronavírus.

Dezenas de navios-tanque foram afretados nos últimos dias para armazenar pelo menos 30 milhões de barris de combustível de aviação, gasolina e diesel no mar, atuando como estoques flutuantes, à medida que tanques em terra firme já estão cheios ou reservados, de acordo com traders e dados de agências marítimas.

O volume se junta aos 130 milhões de barris de petróleo bruto já armazenados de maneira flutuante, acrescentaram fontes dos setores.

É difícil avaliar toda a capacidade de estocagem de petróleo do mundo, mas sinais de que o limite está sendo atingido são cada vez mais óbvios. O aumento do armazenamento marítimo é um indicador, já que ele é mais caro do que a estocagem "onshore" e pode ser tecnicamente complexo.

Em terra, o armazenamento nos Estados Unidos está sendo preenchido rapidamente, com estoques figurando em 518,6 milhões de barris neste momento, próximos a uma máxima histórica. O centro de distribuição de Cushing, em Oklahoma, estará efetivamente cheio até maio, segundo operadores.

Dessa forma, produtores, refinarias e traders estão adotando táticas mais incomuns, como a estocagem de petróleo e combustíveis em vagões de trens no nordeste dos EUA e em oleodutos fora de utilização.

Na Europa, o centro de armazenamento e refino do noroeste do continente ainda possui espaço a ser preenchido, mas especialistas da indústria indicam que a maior parte da capacidade restante já foi reservada.

Cavernas de sal na Suécia e em outros países escandinavos também estão ou lotadas, ou totalmente reservadas.

"Estamos trabalhando com os locais de armazenamento mais estranhos, localidades bastante difíceis, onde há restrições operacionais", disse Krien van Beek, corretor da ODIN - RVB Tank Storage Solutions em Roterdã, na Holanda.

"Até os vagões de trens ficarão empilhados com produtos", acrescentou um corretor com atuação nos EUA, que pediu para ser mantido no anonimato.

Fonte: Reuters

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