Ações de farmacêutica Gilead disparam com expectativa sobre droga contra Covid-19
BANGALORE, Índia (Reuters) - As ações da farmacêutica Gilead subiram quase 10% nesta sexta-feira, após notícia de que pacientes de Covid-19 tratados com uma droga experimental da companhia, remdesivir, mostraram rápida recuperação dos sintomas de febre e problemas respiratórios em testes clínicos.
Atualmente não há tratamentos ou vacinas aprovados contra o coronavírus, que infectou mais de 2 milhões de pessoas no mundo, segundo cálculos da Reuters. O remdesivir é um entre vários tratamentos que conseguiram capturar atenção dos investidores.
Mas analistas e a empresa fizeram alerta sobre conclusões em relação à notícia publicada no site especializado STAT. A Gilead disse que todos os dados do teste precisam ser analisados e que espera publicar resultados da pesquisa com pacientes graves no fim de abril, além de dados sobre outros testes em maio.
A notícia afirma que hospital da Universidade de Medicina de Chicago estava registrando rápidos retrocessos em sintomas de febre e respiratórios de pacientes de Covid-19 em uma pesquisa em que a droga da Gilead foi utilizada.
"Apesar da notícia pintar um quadro bonito, acreditamos que a publicação mostra falta de análise crítica", disse o analista Brian Skorney, da Baird.
Skorney afirmou que investidores que buscam uma conclusão definitiva provavelmente vão se decepcionar uma vez que o estudo não tem grupo de controle.
As ações da Gilead, que acumulam valorização de 17,8% este ano, fecharam esta sexta-feira em alta de 9,7%.
"Sem dúvida haverá anúncios de cautela emitidos por várias autoridades científicas sobre a validade do conjunto parcial de resultados de um teste pequeno", disse Jeffrey Halley, analista da OANDA.
Número global de mortes do coronavírus chega a 150 mil, segundo contagem da Reuters
- Mulher reza em frente a abrigo de idosos em Montreal após uma série de mortos por coronavírus 13/04/2020 REUTERS/Christinne Muschi
(Reuters) - O número global de mortes provocadas pelo novo coronavírus chegou a 150 mil nesta sexta-feira, de acordo com uma contagem da Reuters.
A primeira morte aconteceu na cidade chinesa de Wuhan no dia 9 de janeiro. Passaram-se 83 dias até os primeiros 50 mil óbitos serem registrados, mas só mais oito para a cifra subir para 100 mil, e mais oito dias para ir de 100 mil para 150 mil.
O número de mortes ainda é muito inferior ao da chamada gripe espanhola, que começou em 1918 e que se estima ter matado mais de 20 milhões de pessoas até arrefecer em 1920.
Acredita-se que o novo coronavírus surgiu em um mercado de Wuhan em que animais selvagens eram vendidos e se disseminou pelo mundo rapidamente. Ainda falta se determinar muita coisa a seu respeito, dizem cientistas, inclusive o quão letal ele é.
Em muitos países, os dados oficiais só incluem mortes ocorridas em hospitais, e não aquelas em casas de repouso ou domicílios.
Os Estados Unidos têm o maior número de casos confirmados de Covid-19, a doença respiratória causada pelo coronavírus, já que soma mais de 680 mil infecções detectadas. A Espanha vem em segundo lugar com cerca de 188 mil casos, seguida pela Itália.
Veja um gráfico com os números do coronavírus pelo mundo: https://graphics.reuters.com/CHINA-HEALTH-MAP/0100B59S43G/index.html