Trump: quero economia dos EUA aberta até a Páscoa; "temos de evitar o desemprego"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 24, que deseja que a economia do país esteja novamente aberta até a Páscoa e voltou a defender a retomada das empresas fechadas por conta do coronavírus. Em entrevista à Fox News, o republicano argumentou que, embora mais pessoas morram anualmente por gripe e acidentes automobilísticos, a economia não para por conta disso. "A cura não pode ser pior que a doença", reafirmou, acrescentando que a paralisação pode "destruir o país".
Para Trump, os Estados Unidos "não foram construídos para ficarem paralisados". Ele disse que mais pessoas podem morrer se o país entrar em recessão, já que haverá mais suicídio, depressão e turbulências civis. "Teremos de voltar ao trabalho mais rápido do que as pessoas achavam", destacou, acrescentando que a paralisação pode "destruir o país".
Estados dos EUA rejeitam discurso de Trump sobre retomar economia do país em breve
Uma semana depois de milhões de norte-americanos começarem a se refugiar em casa contra o coronavírus, os Estados alertaram nesta terça-feira contra a flexibilização das restrições muito cedo, mesmo que os bloqueios estejam devastando a economia dos Estados Unidos.
Na segunda-feira, o presidente Donald Trump disse que estava examinando como reiniciar a vida comercial quando a paralisação de 15 dias se encerrar na próxima semana, mesmo enquanto o vírus altamente contagioso espalha-se rapidamente e hospitais mal equipados lutam contra uma onda de casos mortais.
Trump, um republicano, está tentando ganhar a reeleição em novembro sob a promessa de crescimento econômico.
O governador Andrew Cuomo, um democrata cujo Estado de Nova York tornou-se o epicentro do surto nos EUA, com 25.665 casos, se opôs fortemente a permitir que as pessoas viajem, socializem e voltem aos locais de trabalho muito rapidamente.
"Se você pedir ao povo americano que escolha entre saúde pública e economia, não há contestação. Nenhum americano dirá acelerar a economia às custas da vida humana", disse ele em um centro de convenções em Manhattan que está sendo reaproveitado para acomodar camas para pacientes com coronavírus.
O governador de Maryland, Larry Hogan, um republicano, afirmou à CNN na terça-feira: "Não achamos que estaremos prontos para sair disso daqui em cinco ou seis dias, ou quando quer que esses 15 dias terminam desde o momento em que eles começaram esse relógio imaginário".
Nos EUA, mais de 42.000 pessoas contraíram o Covid-19, a doença respiratória causada pelo vírus, e pelo menos 620 morreram. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta terça, que os Estados Unidos têm o potencial de se tornarem o epicentro global da pandemia de coronavírus, citando uma "aceleração muito grande" nas infecções.
Líderes do Pentágono disseram nesta terça-feira que o surto pode continuar por meses.
Na semana passada, Trump emitiu diretrizes que, segundo ele, visam retardar a propagação da doença em 15 dias e que incluíram restrições a viagens desnecessárias. A atividade econômica tem sido interrompida em grandes Estados como Nova York e Califórnia.
WALL STREET AVANÇA
Depois de sofrer fortes baques na maioria dos dias nas últimas semanas, Wall Street avançou das mínimas de três anos nesta terça-feira, em meio a sinais de que Washington estava chegando a um acordo sobre um pacote de 2 trilhões de dólares para resgatar a economia em decorrência do coronavírus. Todos os três principais índices de ações dos EUA saltaram mais de 5%.
Os negociadores previam que o Senado dos EUA poderia aprovar a lei de estímulo, que inclui ajuda financeira para americanos comuns, pequenas empresas e indústrias afetadas criticamente, nesta terça-feira.
Trump rebate críticas: 'Temos que salvar as empresas por causa do desemprego'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu as críticas do Partido Democrata de que o pacote fiscal trilionário proposto pelo governo para mitigar os impactos do coronavírus privilegia as empresas em detrimento dos trabalhadores. "Temos que salvar as empresas por causa do desemprego", disse o republicano, em entrevista à Fox News.
O líder da Casa Branca lembrou que a taxa de desemprego nos EUA está no menor nível em 50 anos e afirmou que salvar as empresas vai evitar demissões. "Em troca de ajuda do governo, as empresas poderiam doar ações aos contribuintes", sugeriu Trump. Ele também reiterou que o governo não deixará a fabricante de aviões Boeing "sair do mercado".
O republicano reforçou, ainda, a importância da aprovação no Congresso da proposta de estímulos fiscais. "Acredito que o acordo será aprovado rapidamente", declarou, acrescentando que a medida ajudará a recuperar a economia americana.