S. Paulo levanta hospitais de emergencia no Pacaembu, Anhembi e Campo de Marte

Publicado em 22/03/2020 20:18 e atualizado em 22/03/2020 20:56

 

O estádio do Pacaembu começou a receber a estrutura de sustentação metálica para a montagem de um hospital de campanha para atender as vítimas da covid-19 de São Paulo. A acomodação da estrutura, que ficará no gramado, começou no sábado e seguiu sendo montada no dia seguinte. Na última sexta-feira, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou que o local, assim como o Anhembi, seria utilizado para receber leitos hospitalares.

Segundo informações da Allegra, empresa que administra o complexo do Pacaembu, em cerca de dez dias a estrutura estará pronta para receber uma tenda de 6.300 metros quadrados. Em seguida chegará o corpo médico e em duas semanas o local já estará recebendo pessoas.

De acordo com Covas, tanto o hospital de campanha do Pacaembu quanto o do Anhembi vão contar com a parceria do hospital Albert Einstein. O estádio receberá 200 leitos e o Anhembi terá 1.800. "Vamos adaptar esses dois espaços, um deles cedido pelo novo concessionário do Pacaembu, que estará pronto em duas semanas. Já as 1.800 vagas no Anhembi estarão prontas em até três semanas", afirmou o prefeito, em entrevista coletiva concedida na última sexta-feira.

Também na sexta-feira passada, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, explicou como o local será utilizado. "Faremos grandes hospitais de campanha para abrigar as pessoas que ainda não estão agravadas nos nossos hospitais para poder internar as pessoas que precisam das UTIs. É uma nova fase. São iniciativas de um enorme impacto do ponto de vista de saúde pública", explicou.

A Prefeitura ainda não definiu quantos médicos vão trabalhar nesses hospitais. A tendência é que novas estruturas como as do Pacaembu sejam montadas em outras regiões da cidade na medida que a demanda por atendimento aumente. O Corinthians e o São Paulo colocaram seus estádios (Arena Corinthians e Morumbi, respectivamente) à disposição para ajudar, caso seja necessário.

Prefeitura faz força-tarefa para higienizar 75 pontos em SP

A Prefeitura de São Paulo deslocou mais de 700 agentes para higienizar com desinfetante antibactericida as ruas e vias de 75 pontos próximos a hospitais da capital. A ação de combate ao novo coronavírus foi coordenada pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB) em parceria com consórcios de varrição e coleta, e teve início na manhã deste domingo, 22.

Em comunicado oficial, a Prefeitura afirma que ainda serão contratadas outras 55 equipes extras com 715 agentes. A higienização é feita através de lavagem, pulverização de água, sabão e água sanitária nos pontos de ônibus e bancos próximos dos endereços. A previsão é de expandir a operação para entornos de comércios, estações de trem e metrô na próxima semana.

O plano de contingência de resíduos sólidos na capital engloba ainda medidas de conscientização e a entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como uniformes, luvas, protetor auricular, bota de couro ou borracha, avental e viseira para profissionais que atuam em áreas de aglomeração. Secretário municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi diz que as ações serão adotadas de acordo com o avanço da doença na cidade.

Para os próximos sete dias, será feita ainda a distribuição de EPIs para servidores que trabalham em regiões como a cracolândia e o Parque Dom Pedro. Funcionários da varrição também vão colocar o lixo recolhido em duas sacolas. "Na reciclagem, algumas etapas eram manuais, mas as usinas são automatizadas. Estamos tirando o estágio feito por pessoas, mas isso não implica que os catadores vão ficar sem a remuneração."

Segundo Modonezi, o plano prevê também medidas adicionais para cenários mais críticos. "Caso a situação venha a piorar e tenha aumento dos resíduos em hospitais, estamos planejando o que será feito. Espero que não aconteça, mas podemos atrasar a coleta em até três horas. Hospitais (de campanha) estão sendo montados no Pacaembu e no Anhembi. Podemos remanejar mão de obra de algumas partes da cidade para trabalhar lá, mas sem deixar de fazer a coleta para evitar outras doenças, como a dengue. Tudo isso está sendo feito para salvar vidas."

Bolsonaro inclui imprensa entre serviços essenciais e veda proibição

O presidente Jair Bolsonaro publicou decreto neste domingo, 22, que inclui a imprensa na lista de serviços essenciais e vedou que trabalhadores desta área sejam proibidos de circular, o que poderia afetar a atividade jornalística.

Até agora, o governo já havia considerado 33 serviços públicos e atividades como indispensáveis à população durante o enfrentamento da pandemia de coronavírus.

"São considerados essenciais as atividades e os serviços relacionados à imprensa, por todos os meios de comunicação e divulgação disponíveis, incluídos a radiodifusão de sons e de imagens, a internet, os jornais e as revistas, dentre outros", diz o texto publicado hoje.

O objetivo do governo federal é garantir o trânsito de trabalhadores destes setores enquanto diversos governadores começam a decretar o fechamento de parte do comércio e dos transportes por causa da pandemia do novo coronavírus. No sábado, 21, o governador de São Paulo, João Doria, determinou a quarentena no Estado com fechamento de lojas e todos os estabelecimentos considerados não essenciais. Medida semelhante já havia sido tomada no Distrito Federal.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que algumas destas restrições poderiam afetar o fornecimento de insumos para fábricas que produzem produtos importantes para o combate ao coronavírus, como equipamento de proteção pessoal.

Além da imprensa, a lista de atividades consideradas essenciais inclui serviços médicos e hospitalares, segurança pública e privada, transporte de passageiros, telecomunicações e internet, entre outros.

No decreto publicado neste domingo, o governo também cita como essencial toda a cadeia produtiva necessária para a imprensa fazer o seu trabalho, sem especificar, porém, quais outras atividades estão incluídas.

"Também são consideradas essenciais as atividades acessórias e de suporte e a disponibilização dos insumos necessários à cadeia produtiva relacionados às atividades e aos serviços de que trata o caput."

O texto do decreto faz a ressalva de que, na execução das atividades consideradas essenciais, "deverão ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da covid-19."

 

 

Fonte: Estadão Conteúdo

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