Dólar voa a R$ 5,22 e bate recordes com pânico global; DIs disparam horas antes de Copom
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar disparava a novas máximas recordes nesta quarta-feira, superando a marca até então inédita de 5,22 reais em meio ao colapso dos preços de quase todas as classes de ativos financeiros globais diante de um mundo praticamente paralisado por causa da guerra contra o coronavírus.
O dólar à vista saltava 4,04%, a 5,2045 reais na venda, depois de cravar 5,2235 reais (+4,42%), novo pico intradiário recorde em termos nominais.
Em março, a cotação avança 16,4%, enquanto voa 30% no acumulado de 2020.
A forte alta do dólar não é exclusividade do mercado brasileiro. A divisa dos EUA saltava ante 31 dentre 33 pares nesta sessão, com moedas de países exportadores de commodities liderando os tombos conforme a paralisia econômica minava a perspectiva para a demanda por matérias primas.
Coroa norueguesa (-7,3%), rand sul-africano (-4%), peso mexicano (-3,8%), peso colombiano (-3,8%), dólar australiano (-3,8%) e real brasileiro encabeçavam as quedas nos mercados de moedas.
A libra esterlina desabava 3,3%, para mínimas não vistas desde meados dos anos 1980.
O índice do dólar frente a uma cesta de moedas subia 1,7%, para máximas desde o começo de 2017.
A pressão no mercado de câmbio brasileiro e o ambiente externo arisco contaminavam as taxas de DI, sobretudo as de vértices de longo prazo, mais sensíveis ao exterior. O mercado aguarda a decisão de política monetária do Copom, cujo anúncio está previsto para a partir de 18h.
(Por José de Castro)
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