Bolsonaro volta a falar em histeria e diz que medidas contra coronavírus afetam economia
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar em "histeria" em relação à pandemia do coronavírus e alertou que medidas tomadas pelos governadores vão causar "um baque" na economia.
"Olha, a economia estava indo bem... esse vírus trouxe uma certa histeria", disse o presidente nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Super Tupi.
"Tem alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, mas estão tomando medidas que vão prejudicar em muito a nossa economia", argumentou Bolsonaro.
Segundo o presidente, as pessoas não vão ficar em casa e vão acabar se juntando em algum lugar.
"Eu vi, não sei se é verdade, que a nossa feira dos nordestinos está proibida de funcionar. Eu não sei, isso é uma histeria, porque o cara não vai na feira do nordestino, ele vai na esquina ali comer um churrasquinho de gato, ou vai em um outro local qualquer e vai se juntar", disse.
"O cara não vai ficar em casa. Então, essa histeria leva a um baque da economia. Alguns comerciantes acabam tendo problemas", acrescentou.
Abrasce recomenda que shoppings funcionem em horário reduzido
A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) recomendou aos associados com empreendimentos localizados em áreas com casos confirmados de coronavírus que funcionem em horário reduzido, das 12 horas às 20 horas, a partir desta quarta-feira 18. Isso significa uma redução de 4 horas no expediente diário dos shoppings, que costumam ficar abertos das 10 horas às 22 horas.
Já os shoppings localizados em áreas que não tiveram nenhum caso confirmado da doença devem monitorar a evolução do quadro local, mas não há recomendação para mudança no horário de operação, de acordo com comunicado publicado há instantes pela associação nacional.
"Tal medida atende a solicitação dos lojistas e está alinhada com a recomendação do Poder Público para a redução de circulação de pessoas", afirmou a Abrasce, em nota.
A associação observou que a medida evita paralisar totalmente as atividades econômicas nos shoppings, em especial os serviços de utilidade pública, como bancos, farmácias, laboratórios e supermercados, por exemplo.
"A associação entende que tais medidas, somadas às ações preventivas individuais, tais como higienização das mãos, cuidados redobrados com a limpeza e espaçamento de mesas nos locais de alimentação, colaboram com os esforços de combate à epidemia do novo coronavírus", completou.
A nota divulgada pela associação não informa como anda o movimento nos shopping centers. Conforme mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na sexta-feira, 13, as redes de lojistas de pequeno porte já sentiam uma queda na ordem de 20% a 30% nas vendas ao longo das 48 horas anteriores, quando o receio da população com a propagação da covid-19 se intensificou.
Não há risco de desabastecimento no País, diz associação da indústria de alimento
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) informou nesta terça-feira, 17, em nota, que a logística de abastecimento segue dentro da normalidade, assim como os estoques, e não há nenhum risco imediato de falta de alimentos no País. "De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), os supermercados estão preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso seja necessário, como já ocorre em datas sazonais."
A associação da indústria acrescentou ter criado um comitê de crise em parceria com a Abras e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para acompanhar diariamente a situação do abastecimento de alimentos no País.
"O monitoramento está sendo feito diariamente por videoconferência entre representantes das associações, para atualizações sobre a situação nos pontos de vendas de alimentos (mercados, supermercados e hipermercados), com o objetivo de minimizar os impactos, dar mais agilidade na identificação de possíveis problemas e no encaminhamento de soluções", disse a Abia.