Duração média de transmissão do novo coronavírus é de 20 dias; e a maior de 37 dias, diz especialista chinês

Publicado em 16/03/2020 20:07 e atualizado em 17/03/2020 04:13
Vírus pôde ser detectado mesmo depois da morte dos não sobreviventes

Beijing, 16 mar (Xinhua) -- Um estudo publicado pela Lancet apontou que a duração média de transmissão do novo coronavírus é de 20 dias, sendo de 37 dias o maior período registrado.

O estudo revelou fatores de risco e um curso clínico detalhado do novo coronavírus, incluindo sua propagação viral, com base nos dados de 191 pacientes confirmados em dois hospitais de Wuhan, capital da província central chinesa de Hubei e epicentro do surto.

Dos 137 pacientes que receberam alta, a duração média de transmissão viral foi de 20 dias e o período mais longo de 37 dias, enquanto o vírus pôde ser detectado mesmo depois da morte dos não sobreviventes, de acordo com Cao Bin, especialista chinês em respiração que liderou o estudo.

Foram mostrados também os fatores de risco da doença, observando que 48% dos pacientes observados manifestaram comorbidade, sendo a hipertensão a mais comum. Os mais idosos apresentaram um maior risco de morte pela doença..

Isso pode ajudar os médicos a identificar pacientes com uma possível má prognose em estágio inicial.

Devido ao tamanho limitado das amostras, ao design do ensaio e a outras condições, o estudo teve algumas limitações, disse Cao.

Vendas no varejo da China caem nos primeiros dois meses

Beijing, 16 mar (Xinhua) -- As vendas no varejo de bens de consumo da China, um importante indicador do crescimento do consumo, caíram 20,5% em termos anuais nos primeiros dois meses deste ano devido ao impacto do surto do novo coronavírus, informou nesta segunda-feira o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

As vendas destes ítens totalizaram 5,2 trilhões de yuans (US$ 744 bilhões) em janeiro e fevereiro. Enquanto isso, as vendas no varejo, excluindo automóveis, caíram 18,9%.

As vendas no varejo nas áreas rurais recuaram 19% ano a ano entre janeiro e fevereiro, enquanto nas áreas urbanas diminuíram 20,7%.

O declínio ocorreu quando os esforços para conter a disseminação do novo coronavírus (COVID-19) mantiveram a maioria das pessoas em toda a China dentro de casa, assim como lojas e restaurantes fechados nos últimos dois meses.

As receitas do setor de catering, uma das indústrias mais atingidas, caíram 43,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, informou o DNE.

Enquanto isso, as vendas online mantiveram-se relativamente estáveis, caindo 3% em termos anuais, uma vez que os consumidores recorreram aos serviços via internet enquanto estavam em casa. As vendas online de bens físicos aumentaram 3%, para 1,1 trilhão de yuans, representando 21,5% do total das vendas no varejo nos dois primeiros meses do ano.

Banco central chinês injeta US$ 14,28 bilhões para dar liquidez ao mercado

Beijing, 16 mar (Xinhua) -- O Banco Popular da China (BPC), o banco central do país, injetou na segunda-feira dinheiro no sistema financeiro via operações no mercado aberto para manter liquidez no mercado.

Um total de 100 bilhões de yuans (US$ 14,28 bilhões) foi injetado no mercado via facilidade de empréstimos de médio prazo (MLF), segundo o BPC.

Os fundos vencerão em um ano a uma taxa de juros de 3,15%.

A ferramenta MLF foi introduzida em 2014 para ajudar os bancos comerciais e de fomento a manterem liquidez permitindo que eles obtenham emprestado do banco central usando títulos como colaterais.

Na segunda-feira, o BPC suspendeu recompras reversas (reverse repos).

Na última sexta-feira, o BPC anunciou que implementará cortes direcionados do coeficiente de reservas obrigatórias (RRR, em inglês) para bancos elegíveis a partir da segunda-feira.

A medida liberará 550 bilhões de yuans de fundos de longo prazo, disse o banco.

Os cortes direcionados no coeficiente de reservas obrigatórias têm como objetivo o financiamento inclusivo, e os bancos que atendem a certos critérios podem usufruir de 50 a 100 pontos-base de cortes no RRR.

Além disso, os elegíveis bancos de capital coletivo podem receber um corte direcionado adicionado do RRR de 100 pontos básicos para apoiar empréstimos no financiamento inclusivo.

Governo chinês destina US$ 16,7 bilhões para controle de epidemia

Beijing, 16 mar (Xinhua) -- Os governos chineses de todos os níveis alocaram 116,9 bilhões de yuans (US$ 16,7 bilhões) em fundos de prevenção e o controle da epidemia até a sexta-feira, informou o Ministério das Finanças no sábado.

Ao continuar os esforços para conter a disseminação do novo coronavírus, o governo chinês lançou uma série de medidas para amortecer o impacto da epidemia na economia, disse Fu Jinling, funcionário do Ministério das Finanças, em uma entrevista coletiva.

Até o final de sexta-feira, o vírus infectou 80.824 pessoas e matou 3.189 na parte continental da China, segundo os dados oficiais. A receita fiscal do governo no primeiro trimestre sofreu um impacto intermediário devido ao surto, uma vez que foram feitos enormes cortes tributários e de taxas para apoiar o crescimento econômico.

No entanto, Fu disse que a economia chinesa tem um grande potencial e resiliência, e que o tamanho da sua receita fiscal permanece grande, dando muito espaço para o ajuste da receita fiscal.

Profissionais de saúde transferem um paciente para um hospital em Wuhan, Província de Hubei, centro da China, em 14 de março de 2020. (Xinhua/Shen Bohan)

21 novos casos de infecção pelo novo coronavírus são confirmados na parte continental chinesa

Beijing, 17 mar (Xinhua) -- A autoridade de saúde chinesa informou nesta terça-feira que recebeu a confirmação de 21 novos casos da infecção pelo novo coronavírus e 13 mortes na parte continental da China na segunda-feira.

Entre as mortes, 12 ocorreram na Província de Hubei e uma na Província de Shaanxi, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde.

Enquanto isso, 45 novos casos suspeitos foram relatados.

Também na segunda-feira, 930 pessoas receberam alta, enquanto o número de casos graves diminuiu em 202, para 2.830.

Os casos confirmados na parte continental chinesa chegaram a 80.881 no final da segunda-feira, incluindo 8.976 pacientes ainda em tratamento, 68.679 que receberam alta e 3.326 pessoas que morreram da doença.

A comissão revelou que 128 pessoas ainda são suspeitas de estarem infectadas com o vírus.

A entidade acrescentou que 9.351 contatos próximos ainda estão sob observação médica. Na segunda-feira, 1.105 pessoas foram liberadas do monitoramento.

Entre os novos casos relatados na segunda-feira na parte continental chinesa, 20 são importados, sendo nove em Beijing, três em Shanghai, três em Guangdong e um em Zhejiang, Shandong, Guangxi, Yunnan e Shaanxi. Até o final do mesmo dia, 143 casos importados foram relatados, informou a comissão.

Até segunda-feira, 157 casos foram confirmados, incluindo quatro mortes, na Região Administrativa Especial de Hong Kong, 11 na Região Administrativa Especial de Macau e 67 em Taiwan, incluindo uma morte.

Ao todo, 88 pacientes em Hong Kong, 10 em Macau e 22 em Taiwan receberam alta após a recuperação.

Oficiais alfandegários medem temperatura de uma passageira no Aeroporto Internacional Capital de Beijing, capital da China, em 7 de março de 2020. As alfândegas em todo o país vêm acompanhando de perto a epidemia no país e no exterior. (Xinhua/Chen Jianli).

Principais empresas industriais da China estão perto da retomada completa da produção

Beijing, 17 mar (Xinhua) -- Mais de 90% das principais empresas industriais nas regiões de nível provincial da China, exceto algumas áreas como a Província de Hubei, uma vez severamente afetada pelo novo coronavírus, retomaram o trabalho e a produção, graças às medidas de restauração conforme as regiões, disse o mais alto planejador econômico na terça-feira.

Regiões como Zhejiang, Jiangsu, Shanghai, Shandong, Guangxi e Chongqing viram quase 100% de suas empresas de volta à produção, disse Meng Wei, porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

Os dados sobre o uso de eletricidade também apontaram para uma vitalidade altamente recuperada em todos os setores. A indústria de metais não ferrosos viu o uso de energia voltar ao nível normal do ano passado, enquanto as indústrias farmacêutica, química e eletrônica testemunharam um uso de eletricidade a 90% do nível normal.

Segundo surto de COVID-19 na China não é grande preocupação, diz especialista chinesa

Beijing, 17 mar (Xinhua) -- Um segundo surto da epidemia da COVID-19 na China não seria uma grande preocupação sob as medidas atuais de prevenção e controle, comentou uma especialista chinesa nesta segunda-feira.

O surto na China quase chegou ao fim, salientou Cao Wei, médica de doenças infecciosas do Peking Union Medical College Hospital, em uma entrevista coletiva.

Ela acrescentou que o número de casos recentemente relatados de COVID-19 no país, incluindo importados, pode permanecer em um nível relativamente baixo, mas duraria por um certo período de tempo, pois os casos importados se tornaram uma fonte importante da epidemia.

A China ainda precisará esperar mais um mês para fazer a avaliação final da situação da epidemia, assinalou Cao.

Cao Wei, do Peking Union Medical College Hospital, discursa em uma entrevista coletiva realizada pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado em Wuhan, Província de Hubei, no centro da China, em 16 de março de 2020. (Xinhua/Xiao Yijiu)

 

Fonte: Xinhua (estatal chinesa)

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