Coronavírus: Saúde atualiza dados neste domingo e casos confirmados chegam 200

Publicado em 16/03/2020 05:46

O Ministério da Saúde fez uma terceira atualização neste domingo, 15, de sua plataforma de notificação de casos de coronavírus e informa que há no País 200 pacientes confirmados para a doença. O primeiro dado de hoje era de 176 casos confirmados, que passaram depois para 191. Com a última atualização, de ontem para hoje, houve um aumento de 79 novos casos confirmados. Ontem, eram 121.

De acordo com a plataforma, há no País 1.913 pessoas suspeitas de terem a doença e 1.486 casos foram descartados.

O Estado de São Paulo segue com o maior número de infectados, agora com 136 pacientes. Depois, vem o Rio de Janeiro, que segue 24 casos confirmados.

O Ministério da Saúde informou nesta semana que locais com transmissão comunitária da doença, como São Paulo e Rio, devem reduzir a "busca ativa" por casos de novo coronavírus, ou seja, irão priorizar testes para a doença em pacientes graves. A medida marca a entrada destes locais na fase de "mitigação da doença", quando a prioridade é salvar vidas em vez de segurar a entrada da doença no País, pois o vírus já circula ativamente, diz o ministério. O governo reconhece que os dados de casos confirmados devem ficar defasados nesta etapa, mas afirma que a medida é mais racional.

Doria aproveita o momento de histeria e anuncia medidas contra o novo coronavírus

O governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou na noite deste domingo, 15, novas medidas de contenção para reduzir a proliferação das infecções por coronavírus e avisou que novas restrições podem ser adotadas nos próximos dias

A partir da terça-feira, 17, todos os funcionários públicos com mais de 60 anos passarão a trabalhar a partir de casa, com exceção daqueles dos setores de segurança publica e de saúde. "Esses seguirão suas funções normalmente", disse.

O governador anunciou também o fechamento de bibliotecas, museus e centros culturais até o dia 17 de abril. Os 153 centros de idosos do Estado serão fechados por 60 dias. O governo do Estado está também recomendando que cinemas, casas de shows e teatros privados permaneçam fechados de 17 de marco a 17 de abril.

"A prioridade do governo é proteger vidas, e estas são medidas que estão sendo tomadas com amparo da ciência. Temos uma equipe de sete infectologistas que trabalham sob o comendo do Dr. Uip acompanhando a situação, e medidas podem ser endurecidas nos próximos dias", disse o governador.

MG suspende aulas a partir de 4a-feira nas escolas estaduais devido ao coronavírus

As aulas da rede estadual de ensino de Minas Gerais vão ser suspensas a partir da próxima quarta-feira, 18, como forma de prevenção contra a propagação do coronavírus no Estado. A medida consta em decreto publicado neste domingo, 15, pelo governador Romeu Zema (Novo). A previsão é que as aulas sejam retomadas na segunda, 23.

A assessoria de comunicação do governo informou que a opção pelo inicio do recesso na quarta-feira, e não segunda, ocorreu para que os pais possam se adequar à medida. Segundo o Estado, "a medida está em sintonia com as determinações do Ministério da Saúde para combater a disseminação da covid-19 no país".

O decreto determina ainda o impedimento do retorno ao trabalho de servidores que estiveram em localidades com alto índice de transmissão comunitária do vírus. O impedimento, segundo o estado, vale por 14 dias, caso o servidor apresente sintomas da doença, ou por sete dias, caso não haja sintomas. Boletim da Secretaria de Estado da Saúde divulgado nesse sábado, 14, registra quatro casos confirmados de coronavírus no Estado, todos no interior.

Após Bolsonaro participar de ato, Saúde volta a se opor a aglomerações

Após o presidente Jair Bolsonaro atropelar recomendações sanitárias e participar de ato pró-governo, o Ministério da Saúde voltou a orientar que sejam evitadas aglomerações e contatos próximos. "A recomendação vale para manifestações, shows, cultos e encontros, entre outras atividades", disse a pasta em nota enviada no fim da tarde deste domingo, 15.

Orientado a ficar em isolamento até refazer testes para o novo coronavírus, Bolsonaro participou da manifestação em Brasília. Primeiro com o punho fechado, o presidente cumprimentou apoiadores. Depois, chegou a usar o telefone celular de algumas pessoas para tirar selfies ao lado delas, além de cumprimentá-las com as mãos abertas. Em alguns momentos, chegou a colar o rosto ao de apoiadores para fazer fotos. Em menos de dois minutos seis celulares de fãs passaram pelas mãos de Bolsonaro para selfies.

Fontes médicas e do governo informaram que a recomendação para Bolsonaro, que testou negativo para coronavírus, era permanecer em isolamento até a próxima quarta-feira, quando completa o prazo de sete dias de seu último contato com o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, infectado com o coronavírus. Além dele, outras seis pessoas que estiveram com Bolsonaro nos Estados Unidos também testaram positivo para a covid-19. Neste domingo, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que também estão com coronavírus quatro integrantes da equipe da pasta que deu suporte à viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos.

No ato em Brasília, manifestantes gritavam e exibiam cartazes "Fora, Maia" e um deles chegou a pedir que o presidente fechasse o Congresso Nacional. Os apoiadores também criticaram o presidente do STF, Dias Toffoli.

Na semana passada, Bolsonaro chegou a pedir para que as manifestações fossem adiadas, mas apoiadores seguiram insistido em promover os protestos e iniciaram o movimento nas redes sociais #DesculpeJairMasEuVou.

Ministério muda recomendações

O Ministério da Saúde fez recomendações na semana passada para que eventos com aglomerações fossem cancelados, adiados ou realizados sem público. Ontem, após pressão do setor de turismo, a pasta recuou e orientou a medida apenas para locais com transmissão comunitária do vírus, quando não é possível identificar quem pegou de quem. São os casos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O recuo do ministério por pressão do setor do turismo e a ida de Bolsonaro ao protesto, atropelando a cartilha sanitária do governo, causaram constrangimento entre autoridades que trabalham para conter o avanço do novo coronavírus. A leitura é de que falta autonomia ao ministério para decidir quais medidas devem ser adotadas pelo País.

Causou ainda perplexidade no governo a presença do diretor-presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra Torres, no ato pró-governo. Ele estava ao lado de Bolsonaro e chegou a fazer fotos com o presidente.

Barra Torres se tornou um conselheiro de Bolsonaro para assuntos de saúde. Apesar de elogiado por ações para conter uma crise sanitária no Brasil, o ministro Mandetta não cai nas graças de Bolsonaro, dizem fontes do governo.

A Anvisa não se manifestou sobre se Bolsonaro contrariou recomendações do órgão e da Saúde para evitar uma epidemia de novo coronavírus. Disse apenas que Barra Torres aceitou convite para conversa informal no Palácio do Planalto com Bolsonaro.

Mais dois membros de comitiva de Bolsonaro nos EUA têm coronavírus, diz O Globo

(Reuters) - Dois novos casos de coronavírus foram registrados entre membros de uma comitiva do governo brasileiro que participou de visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos na semana passada, informou o jornal O Globo em reportagem neste domingo.

O secretário-adjunto de Comunicação da Presidência da República, Samy Liberman, e um militar que estava na tripulação do avião presidencial tiveram resultado positivo após testes sobre infecção pelo Covid-19, de acordo com a publicação.

Liberman participou de jantar oferecido aos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em um resort na Flórida, mas não viajou no mesmo avião que Bolsonaro, ainda segundo o jornal.

Fonte: Estadão Conteúdo

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