China coloca em quarentena quem chega a Pequim, por causa do contágio que vem de fora
XANGAI/PEQUIM (Reuters) - A China intensificou controles sobre viajantes internacionais no aeroporto de Pequim e disse que colocará em quarentena de forma centralizada todos que chegarem à capital, depois que novos casos de coronavírus vindos do exterior superaram infecções transmitidas localmente pelo segundo dia.
A China, onde a epidemia começou em dezembro, parece agora enfrentar uma ameaça maior de novas infecções provenientes de fora de suas fronteiras, à medida que continua a desacelerar a propagação do vírus internamente.
A China continental registrou 20 novos casos de infecções em 14 de março, contra 11 no dia anterior, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde (NHC) neste domingo.
Desses, 16 foram importados, incluindo 5 na capital Pequim. Três dos casos em Pequim envolveram viajantes da Espanha, enquanto um veio da Itália e outro da Tailândia.
Nesse contexto, o governo de Pequim disse que qualquer pessoa que chegar do exterior será transferida para as instalações de quarentena da cidade por 14 dias, a partir de segunda-feira.
Todas as despesas durante o período serão custeadas pelos que estão em quarentena, disse a vice-secretária geral da cidade, Chen Bei.
Alguns poderão ficar em quarentena em casa após uma avaliação rigorosa, acrescentou Chen, sem fornecer detalhes.
As pessoas que reportarem informações falsas, ocultarem uma doença ou causarem a propagação da epidemia serão punidas de acordo com a regulamentação, advertiu ela.
Pang Xinghuo, vice-diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Pequim, pediu aos moradores de Pequim que não viajem para o exterior para reduzir as chances de infecção.
Aqueles atualmente no exterior que estiveram em contato com pessoas infectadas ou mostram sinais de infecção devem procurar tratamento onde estão e não voltar com sintomas, disse ela.
Pequim redirecionou todos os vôos internacionais que estavam programados para pousar em seu novo Aeroporto Internacional de Daxing para o Aeroporto Internacional de Capital de Pequim e, a partir de domingo, isolou uma área especial para processar esses passageiros, informou o veículo de mídia estatal Beijing News.
Os viajantes que estiverem passando por Pequim para outros destinos receberão assistência especial, segundo o veículo.
A província de Anhui, no leste da China, também disse que quem chega do exterior deve ficar em quarentena centralizada por 14 dias, informou a mídia estatal, sem dar um cronograma.
OUTROS CASOS IMPORTADOS
As medidas de Pequim seguem-se às de Xangai, também um centro de vôos internacionais para a China, que intensificou a triagem em aeroportos na semana passada, resultando em alguns passageiros dizendo que tiveram que esperar até sete horas.
Três dos novos casos importados são de Xangai, incluindo um chinês que vivia na cidade italiana de Milão.
As províncias de Zhejiang e Gansu registraram quatro e três infecções, respectivamente, enquanto Guangdong registrou um caso em um nativo chinês que mora nas Filipinas.
O governo de Gansu disse que um de seus casos estava relacionado a um voo fretado do Irã, enquanto os outros eram viajantes da Arábia Saudita. A província de Zhejiang não disse de onde eram seus quatro casos importados.
Os únicos casos com transmissão local na China continental no sábado foram em Wuhan, epicentro da epidemia, onde foram registradas quatro infecções. Foi o décimo dia consecutivo em que a província de Hubei não registrou nenhuma infecção fora de Wuhan.
Mas a situação dentro de Wuhan ainda é "muito severa", disse o vice-diretor do comitê de saúde da cidade, Zheng Yun, em uma coletiva de imprensa.
Ele aconselhou pacientes com outras condições e sem necessidade urgente de ajuda médica a evitarem visitas a hospitais devido ao risco de infecção.
China registra 16 novos casos importados de COVID-19, diz Xinhua
Beijing, 15 mar (Xinhua) -- A parte continental da China registrou 16 novos casos importados da doença do novo coronavírus (COVID-19) no sábado, elevando o número total de casos importados para 111, anunciou a Comissão Nacional de Saúde no domingo.
Dos 16 novos casos importados, cinco foram registrados em Beijing, quatro na Província de Zhejiang, três em Shanghai, três na Província de Gansu e um na Província de Guangdong, segundo os dados da comissão.
A comissão reportou que tinha recebido a confirmação de 20 novos casos no sábado na parte continental da China, incluindo quatro em Wuhan, capital da Província de Hubei.
Beijing relatou cinco novos casos confirmados da doença de coronavírus (COVID-19) importados de outros países no sábado, informou a Comissão Municipal de Saúde de Beijing neste domingo.
Os cinco casos importados incluem três da Espanha, um da Itália e um da Tailândia, de acordo com a comissão.
A capital chinesa também relatou um novo caso suspeito local e oito casos suspeitos importados, sendo três da Espanha, e um dos Estados Unidos, Noruega, Japão, Itália e Grã-Bretanha, disse a comissão.
Até o sábado, um total de 415 casos confirmados foram registrados em Beijing. Do total, 353 tiveram alta hospitalar após recuperação e oito vieram a óbito. A capital do país tem agora 37 casos suspeitos.
Nenhum novo caso confirmado foi relatado em 12 dos 16 distritos da cidade por mais de 14 dias consecutivos.
Médicos ajudam um paciente idoso a desembarcar de uma ambulância em Wuhan, Província de Hubei, centro da China, em 14 de março de 2020. (Xinhua/Fei Maohua)
França registra 36 novas mortes por coronavírus e total chega a 127 (Reuters)
PARIS (Reuters) - A França reportou neste domingo 36 novas mortes causadas por coronavírus, o que leva o total de vítimas fatais no país a 127, enquanto cerca de mil novos casos foram registrados.
"O vírus está circulando... ele está circulando e ameaçando vidas", disse o ministro da Saúde da França, Olivier Veran, em entrevista transmitida pela televisão.
"Eu imploro para que os franceses respeitem as medidas (de distanciamento social)", acrescentou ele.
A Autoridade Francesa de Saúde Pública disse que 127 pessoas já morreram, contra 91 no sábado. O número de casos confirmados cresceu para 5.423, de 4.449 no sábado.
Países africanos fecham fronteiras e cancelam voos para conter coronavírus
NAIRÓBI (Reuters) - Vários países africanos fecharam suas fronteiras, cancelaram voos e impuseram exigências rígidas de entrada e quarentena neste domingo, em medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, presente em 26 nações do continente e cujos casos continuam a crescer.
“O governo está suspendendo viagens para todas as pessoas vindo para o Quênia de qualquer país com casos relatados de coronavírus… apenas cidadãos quenianos ou estrangeiros com permissão de residência válida terão a entrada permitida, desde que entrem em auto-quarentena”, afirmou o presidente Uhuru Kenyatta à nação em um discurso transmitido pela televisão.
Qualquer pessoa que chegou ao Quênia nos últimos 14 dias terá que entrar em quarentena, afirmou ele. A proibição entrará em vigor em 48 horas e permanecerá válida pelo menos por 30 dias.
As escolas e universidades deverão ser fechadas imediatamente até o fim da semana, acrescentou o presidente. Cidadãos ainda serão encorajados a fazerem transações sem dinheiro vivo para cortar o risco de lidar com notas contaminadas.
No oeste da África, Gana proibirá a partir de terça-feira a entrada de qualquer um que esteve em um país com mais de 200 casos do vírus nos últimos 14 dias, a menos que seja um residente oficial ou cidadão ganense.
No sul da África, Namíbia ordenou o fechamento das escolas por um mês, após dois casos confirmados de coronavírus serem anunciados neste sábado.
Outras nações também fecharam escolas e cancelaram festivais religiosos e eventos esportivos para minimizar o risco de transmissões de coronavírus. Por volta de 156,6 mil pessoas ao redor do mundo já foram infectadas e quase 6 mil morreram.
Quênia e Etiópia registraram três e quatro casos respectivamente, disseram autoridades das duas nações neste domingo, dois dias depois de ambos países terem relatado os seus primeiros casos. Todos os novos casos foram descobertos traçando os contatos do primeiro paciente infectado em cada país, disseram as autoridades.
Djibouti, que não tem casos confirmados de Covid-19, anunciou neste domingo que está suspendendo todos os voos internacionais. A Tanzânia, que também não tem casos ainda, cancelou voos para a Índia e suspendeu jogos escolares.
Até este domingo, casos haviam sido relatados em Marrocos, Tunísia, Egito, Argélia, Senegal, Togo, Camarões, Burkina Faso, República Democrática do Congo, África do Sul, Nigéria, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné, Sudão, Quênia, Etiópia, Mauritânia, Ruanda, Seicheles, Essuatíni, Namíbia, República Centro-Africana, República do Congo e Guiné Equatorial.
Índia propõe fundo regional para combater coronavírus após mais de 100 casos no país
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia propôs o estabelecimento de um fundo de emergência para combater a pandemia de coronavírus no Sul da Ásia neste domingo, oferecendo 10 milhões de dólares para a iniciativa, depois que o número de casos confirmados no país passou de 100.
"Todos nós podemos usar o fundo para cobrir o custo de ações imediatas”, afirmou o primeiro-ministro Narendra Modi a líderes regionais por vídeo-conferência, acrescentando que a Índia também ofereceria equipes de resposta rápida e outros especialistas para lidar com a crise.
Modi afirmou que houve menos de 150 casos em países da Associação para Cooperação Regional da Ásia do Sul (SAARC)-- Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka-- mas a situação daqui para a frente é incerta.
“É por isso que seria muito valioso para todos nós compartilharmos nossas perspectivas”, afirmou Modi a líderes da SAARC.
Neste domingo, o ministério federal de Saúde da Índia relatou que o número de infecções pelo coronavírus cresceu para 107, salto de 23 em relação ao dia anterior.
Dados do ministério mostraram que agora há 31 casos de coronavírus confirmados no estado de Maharashtra, onde autoridades locais fecharam escolas, universidades e shoppings na maioria das cidades, incluindo no pólo financeiro de Mumbai.
“O número pode crescer porque estamos esperando pelos testes de pessoas que estiveram em contato próximo com pacientes que testaram positivo”, afirmou um oficial estadual de saúde, sob condição de anonimato.
Em Mumbai, sindicatos envolvidos com a indústria de filmes de Bollywood - uma das maiores do mundo - afirmaram que interromperão todo o trabalho até o fim de março.
“Não podemos arriscar”, afirmou o executivo-chefe da Associação de Produtores da Índia, Kulmeet Makkar, à Reuters, acrescentando que por volta de 200.000 pessoas estão diretamente empregadas na indústria em Mumbai.
A Índia, país com 1,3 bilhão de pessoas, até agora tem se saído melhor que o resto da Ásia, Europa e América do Norte, com apenas duas mortes por causa do vírus.
Mas especialistas afirmam que o sistema de saúde já sobrecarregado da Índia sofreria para lidar com um grande aumento de casos graves.
A Índia já suspendeu a maioria dos vistos para o país e fechou muitas fronteiras por terra com países vizinhos, na tentativa de impedir a disseminação do coronavírus.
Holanda vai fechar escolas e restaurantes para combater coronavírus
HAIA (Reuters) - A Holanda vai fechar todas escolas, cafés, restaurantes e clubes esportivos pelo país, segundo decisão do governo neste domingo, em sua mais severa medida para restringir a movimentação de pessoas, à medida que visa conter a disseminação do coronavírus.
O gabinete do primeiro ministro Mark Rutte havia inicialmente resistido ao fechamento de escolas, mas mudou de opinião em meio à pressão de educadores e especialistas em medicina.
A emissora pública NOS disse que a medida deve entrar em vigor na segunda-feira. Detalhes deverão ser anunciados em uma coletiva de imprensa do governo ainda neste domingo.
Rutte deverá fazer um discurso na segunda-feira para os cidadãos com o objetivo de explicar as medidas sem precedentes.
O número de registros confirmados de coronavírus na Holanda cresceu em 176 casos, para 1.135 neste domingo, com 20 mortes, segundo o Instituto Nacional Holandês de Saúde Pública.