Estado de SP tem transmissão comunitária e projeta pelo menos 460 mil infectados

Publicado em 13/03/2020 14:12


O Centro de Contingência para o Coronavírus do governo do Estado de São Paulo informou nesta quinta-feira, 12, que já há transmissão comunitária da doença em território paulista e afirmou que projeta para os próximos meses pelo menos 460 mil infectados pela covid-19 no Estado, contando os casos assintomáticos. Até quinta, São Paulo contabilizava 42 dos 77 registros confirmados da doença no País, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Estado de São Paulo definiu três cenários de números de infecções para que a rede pública se prepare para um aumento de demanda no sistema de saúde. O cenário menos grave estima que 1% dos 46 milhões de habitantes do Estado será contaminado, resultando nas 460 mil pessoas mencionadas acima. Já o cenário mais pessimista projeta 10% dos paulistas infectados, o equivalente a 4,6 milhões de indivíduos.

"No enfrentamento (do surto), o que se objetiva é o tratamento dos doentes graves e trabalhamos com cenários. Eles vão desde 1% da contaminação da população até 5% e 10%. Esses cenários são repassados ao secretário (estadual da Saúde), que demanda aquilo que é preciso: número de leitos, investimento, custeio e recursos humanos. São Paulo tem 46 milhões de habitantes, 60% disso tem atendimento exclusivamente do SUS e, em cima disso, tem todo o planejamento", disse o infectologista David Uip, coordenador do centro de contingência, responsável por apresentar as estimativas em entrevista coletiva ontem.

Ao explicar as projeções, o infectologista destacou que se trata de cenários desenhados para diferentes situações que podem ocorrer no Estado com a disseminação do vírus. Mas, para o que chamou de "primeira onda" da infecção, a proposta é ter 1,4 mil leitos de UTI extras para receber os pacientes.

Sobre os altos números da projeção, Uip diz que fala de estimativas para todo o período da epidemia. "Não é para hoje nem amanhã, é para os próximos meses. O mundo vai ter novos países e números novos de casos", disse. Ele destacou que a maioria desses infectados, cerca de 80%, não precisará de atendimento hospitalar pois terá apenas sintomas leves. Os outros 20% precisarão de internação, segundo as estimativas.

Tal proporção de casos (1% a 10%) ainda não foi observada em países que já vivem um surto mais severo, como China e Itália. Mas as estatísticas oficiais geralmente não incluem os casos assintomáticos, cujo diagnóstico é mais raro.

O infectologista disse que as projeções foram feitas por epidemiologistas, considerando tanto dados de pandemias passadas, como a de gripe H1N1, entre 2009 e 2010, quanto a evolução do surto de coronavírus em outros países, além de estudos científicos publicados. Ele não detalhou como os cálculos foram feitos.

O coordenador do centro de contingência destacou que não é possível estimar qual dos três cenários estimados é mais provável porque ainda não se sabe o comportamento do vírus no Brasil. "Cenários são estimativas. Pode acontecer 1%, 2%, 5%, 10%. Tem um fato novo que nós precisamos aprender: como é que esse vírus vai se comportar em um país tropical no verão e entendendo que27;o informou ao de Migrações que os passaportes não estavam registrados no sistema.

Em uma das cédulas, ele era o cidadão paraguaio número 3.122.656. Era um documento feito na década passada pelos órgãos competentes do Paraguai. Portanto, autêntico. Mas Ronaldinho não era seu primeiro dono. Sobre ser um cidadão paraguaio, a Constituição do país estabelece que qualquer pessoa nessa condição deve ser filho de paraguaios nascidos no estrangeiro ou ter cinco anos de residência no país e um emprego fixo. Ronaldinho não se encaixa em nenhuma destas condições.

PRESENTE - O comissário Gilberto Fleitas, diretor de investigação criminal da Polícia Nacional, afirmou que Ronaldinho disse a ele que recebeu os documentos falsos das mãos do empresário Wilmondes Sousa Lira, também preso na operação, em sua residência no Brasil. Mas essa versão se contradiz com o que informou o promotor Federico Delfino, da unidade de luta contra o crime organizado do MP Paraguaio. Ele relatou em entrevista que os documentos foram entregues a Ronaldinho num salão VIP do aeroporto internacional Silvio Pettirossi quando se deu sua chegada ao Paraguai. E que os passaportes eram verdadeiros, mas pertenciam a outras duas pessoas paraguaias. Estavam adulterados.

A promotoria e a polícia paraguaia trabalham agora na checagem dos fatos com as informações recebidas. Os órgãos competentes têm 24 horas para apresentar um relatório, e uma possível pena para Ronaldinho e seu irmão. "Dentro da lei, vamos ver que medidas tomaremos", disse o promotor, após informar que a denúncia foi feita pela Policia Nacional.

OUTRO LADO - O advogado de Ronaldinho, em Assunção, Adolfo Marín, disse que seu cliente está sendo extorquido e que "não entende o que aconteceu". Disse ainda que sua primeira missão é tirar Ronaldinho e Assis da condição de cidadãos presos no Paraguai. Eles não podem deixar o país por tempo indeterminado. "Não entendo porque eles usaram esses documentos se podiam entrar no Paraguaio com qualquer RG do Brasil. Não entendo de documentos, mas acho que deram a eles por uma cortesia, um presente." O advogado informou ainda que Ronaldinho usaria sua imagem em um cassino da cidade.

O senador Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai e membro de uma coalizão de esquerda no país, disse que o episódio com Ronaldinho demonstra a existência de uma máfia dedicada a vender documentos falsos no Paraguai. "Não é uma coisa nova. Na década de 1970, tinha gente da Brigada Vermelha com passaporte paraguaio na Europa. Depois, veio a Máfia da Migração e tudo isso segue funcionando no país."

RONALDINHO E A JUSTIÇA - O ex-jogador fechou acordo em setembro de 2019 com o Ministério Público do Rio Grande do Sul para liberar o seu passaporte brasileiro, que estava retido pela Justiça, o que o impedia de realizar viagens internacionais. Ele fez o pagamento, em valor que não foi revelado e acertado em acordo, que permitiu a liberação do documento. Estima-se que tenha sido R$ 6 milhões.

Anteriormente, Ronaldinho e seu irmão Assis haviam sido condenados por crime ambiental em Porto Alegre, em área protegida, no Lago Guaíba. A condenação os multou em cerca de R$ 8,5 milhões. E como não havia feito o depósito do valor, o passaporte do craque havia sido retido pela Justiça, assim como o de Assis.

No ano passado, o ex-jogador foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro como embaixador do Turismo. No fim de outubro, já com o passaporte liberado, viajou para disputar partida festiva em Israel. Desta vez, ele entrou no Paraguai com um passaporte supostamente falso, mesmo com o país vizinho aceitando o RG brasileiro como documento para entrada.

Fonte: Estadão Conteúdo

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