Dólar tem fraqueza com suspensão de viagens por Trump colaborando para obstáculos à economia
LONDRES (Reuters) - As moedas consideradas seguras estavam em demanda nesta quinta-feira, com o iene japonês e o franco suíço liderando os ganhos contra o dólar depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, proibiu as viagens da Europa para os Estados Unidos numa tentativa de conter o coronavírus.
Com a proibição representando uma nova perturbação para a economia global, os operadores também ficaram decepcionados com a falta de medidas amplas no plano de Trump para combater o patógeno, levando os mercados a apostar em uma flexibilização monetária mais agressiva pelo Federal Reserve.
Os mercados monetários esperam agora mais 100 pontos-base de afrouxamento pelo Fed na próxima semana, levando a taxa de juros de referência dos EUA a zero após um corte de 0,5 ponto na semana passada.
"O mercado estava buscando mais", disse Moh Siong Sim, estrategista de moedas do Banco de Cingapura.
No início das negociações em Londres, a moeda japonesa subia 0,8% em relação ao dólar, para 103,65 ienes, logo abaixo da máxima de quatro anos de 101,28 atingida na segunda-feira. O franco suíço subia 0,2%, a 0,9365 contra o dólar.
A aversão a risco era o tema dominante nos mercados de câmbio nesta quinta-feira, já que os mercados de ações asiáticos e europeus estavam em um mar de vermelho, forçando os operadores a fugir de moedas fortemente voltadas para a economia global, como a coroa norueguesa e o dólar australiano.
Trump anunciou na quarta-feira a proibição de viagens vindas de 26 países europeus para os Estados Unidos por um mês.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,24%, a 96,743.
Índices da China tombam com mercados globais após EUA suspenderem viagens da Europa
HONG KONG/XANGAI (Reuters) - Os índices acionários da China tombaram junto com os mercados globais nesta quinta-feira diante do aprofundamento das preocupações cobre o impacto econômico do coronavírus depois que os Estados Unidos suspenderam viagens da Europa, embora as perdas não tenham sido tão pesadas como em outros mercados asiáticos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,92%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,52%. Ambos fecharam nos menores níveis desde 28 de fevereiro, perto da mínima de duas semanas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma suspensão temporária a viagens para a Europa, excluindo o Reino Unido, para conter a disseminação do vírus que agora foi declarado pandemia pela Organização Mundial de Saúde.
Trump anunciou outras medidas para sustentar as empresas norte-americanas e promover o crescimento, mas alguns investidores não se mostraram convencidos de que a economia global pode se recuperar rapidamente conforme crescem as preocupações de que o número de infecções pode aumentar rapidamente em todo o mundo.
"Os mercados estão muito nervosos. Estamos potencialmente olhando para uma recessão", disse Carlos Casanova, economista do Coface.
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 4,41%, a 18.559 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,66%, a 24.309 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,52%, a 2.923 pontos.
. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,92%, a 3.950 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 3,87%, a 1.834 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 4,33%, a 10.422 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 3,77%, a 2.678 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 7,36%, a 5.304 pontos.
Reino Unido vai impor medidas mais rigorosas para combater coronavírus
LONDRES (Reuters) - O premiê britânico, Boris Johnson, vai comandar uma reunião de emergência nesta quinta-feira na qual deve aprovar que a resposta ao coronavírus avance para a "fase de adiamento", o que inclui medidas mais rigorosas de contenção do vírus.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs amplas restrições a viagens da Europa para os EUA na quarta-feira, depois que o Reino Unido e a Itália anunciaram bilhões de dólares em estímulo, na tentativa de evitar uma recessão.
Johnson presidirá uma reunião do comitê de emergência do Reino Unido --conhecido como COBR-- nesta quinta-feira, por volta de 13h15 (horário de Brasília), e espera-se que avance os protocolos da "fase de contenção" para a chamada "fase de adiamento", disse um porta-voz.
O plano britânico para lidar com o surto tem três fases principais: contenção, adiamento e mitigação.
Na fase de adiamento, as chamadas medidas de distanciamento social, como fechamento de escolas, mais trabalho dentro de casa e redução de eventos em larga escala serão consideradas, embora não sejam necessariamente aprovadas imediatamente.
O número de casos confirmados de coronavírus em todo o Reino Unido subiu para 456 na quarta-feira, ante 373 no dia anterior. Oito pessoas com o vírus morreram.