Por coronavírus, FMI diz que BCs devem agir cortando juros e injetando liquidez

Publicado em 11/03/2020 11:17


O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que bancos centrais devem agir cortando taxas de juros e injetando liquidez no sistema financeiro para mitigar os impactos econômicos do coronavírus, que, para a entidade, ainda são difíceis de quantificar. "A cooperação global para sincronizar a política monetária deve estar no topo da agenda", ressalta a instituição. "Um aumento tão abrupto da incerteza pode colocar em risco o crescimento econômico e a estabilidade financeira. As condições financeiras se estreitaram significativamente nas últimas semanas", completa.

Em posicionamento enviada à imprensa, o FMI vê que políticas que ofereçam estabilidade monetária e financeira são "vitais" para sustentar a economia global, que já estaria enfrentando problemas de liquidez. "O aperto acentuado nas condições financeiras atua como um empecilho para a economia, porque as empresas adiam as decisões de investimento e indivíduos atrasam o consumo, por se sentirem menos seguros financeiramente", argumenta a entidade.

O FMI ainda destaca que se a conjuntura se deteriorar, ferramentas de estímulos "mais amplas" poderão ser acionadas, como foi feito durante a crise financeira de 2008, sugerindo medidas que vão além de relaxamentos monetários.

Os cortes de juros promovidos por diferentes BCs nos últimos dias, apesar de pressionarem ações de bancos, não seriam um risco para o setor, na avaliação do FMI. "A boa notícia é que os bancos geralmente são mais resilientes do que antes da crise financeira de 2008, porque possuem mais amortecedores de capital e liquidez", ressalta a nota assinada por Tobias Adrian, que reforçou que o FMI agirá conforme necessário para ajudar seus membros a enfrentar essa crise "extraordinária", torcendo para que ela seja "temporária".

O FMI ainda destaca que títulos de mercados emergentes são particularmente afetados por realocações de carteira, neste momento em que investidores buscam ativos seguros.

Fonte: Estadão Conteúdo

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