Casos suspeitos de coronavírus no Brasil vão a 433; governo adquire testes para diagnóstico
SÃO PAULO (Reuters) - O número de casos suspeitos de coronavírus no Brasil atingiu um total de 433, informou nesta segunda-feira o Ministério da Saúde, o que representa um aumento de 181 em relação à véspera.
As infecções confirmadas, porém, continuam sendo apenas duas, ambas no Estado de São Paulo, enquanto 162 casos que eram tidos como suspeitos foram descartados.
São Paulo segue como o Estado com o maior número de suspeitas, somando 163, seguido por Rio Grande do Sul (73), Minas Gerais (48) e Rio de Janeiro (42).
"Temos vigilância sentinelas em todo o Brasil, que fazem o monitoramento e vigilância de casos graves em hospitais... Estamos na fase de contenção do vírus. O nosso objetivo é evitar a dispersão", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, durante apresentação nesta segunda-feira.
Ele anunciou ainda que o governo federal está expandindo a capacidade de testes laboratoriais para todo o país, com a aquisição de 30 mil testes da Fundação Oswaldo Cruz para diagnóstico da doença.
Também presente na ocasião, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou que o governo deseja "chegar no ápice do nosso inverno com todos os Estados equipados e preparados para fazer os testes".
No mundo, já são quase 90 mil casos confirmados de coronavírus, com cerca de 3.000 mortes em decorrência da doença, a grande maioria na China.
Exportadores brasileiros já relatam efeitos pontuais de coronavírus, diz MInistério da Economia
BRASÍLIA (Reuters) - O governo recebeu relatos de efeitos pontuais do coronavírus sobre os fluxos de comércio do Brasil, mas a avaliação é que o surto não teve impacto sobre os dados agregados da balança comercial de fevereiro, afirmou nesta segunda-feira o subsecretário de inteligência e estatísticas de comércio exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.
Em entrevista à imprensa, o técnico afirmou que exportadores de carne relataram um baixo movimento no começo do mês por não conseguirem desembarcar suas mercadorias por falta de contêiner e mão de obra nos portos chineses.
Segundo Brandão, a queda de preço da carne bovina verificada em fevereiro sobre janeiro --que segundo ele foi de 9,2%-- pode "ser algum indício de impacto de coronavírus".
"No agregado da balança comercial não conseguimos enxergar impacto significativo (do coronavírus) agora, a não ser relato das empresas, que é mais rápido", afirmou.
O Brasil registrou um superávit comercial de 3,096 bilhões de dólares em fevereiro, melhor do que o esperado.