Economia da China deve se recuperar rapidamente após coronavírus, diz autoridade chinesa
WASHINGTON (Reuters) - A economia da China sofrerá um grande golpe no primeiro trimestre devido a interrupções generalizadas de trabalho causadas pelo coronavírus, mas deve se recuperar rapidamente, a menos que o surto piore novamente, afirmou uma autoridade chinesa à Reuters nesta sexta-feira.
A autoridade baseada em Washington, que pediu para não ser identificada, disse que a China já adotou uma série de medidas econômicas para responder ao surto, e seguirá uma política monetária flexível, na busca por restaurar rapidamente a produção normal em todo o país.
"Isso terá um grande impacto no primeiro trimestre do ano, mas com a volta das encomendas, esperamos que a situação seja muito melhor a partir do segundo trimestre", disse a autoridade. "Se a situação não piorar ... acredito que a economia chinesa se recuperará muito rapidamente."
O surto desacelerou na China, com 327 novos casos registrados na sexta-feira, o menor desde 23 de janeiro, elevando o total para 78.800 casos e quase 2.800 mortes. No entanto, a doença está se espalhando pelo mundo, com o primeiro caso relatado na Nigéria nesta sexta e 888 pessoas infectadas na Itália.
O Fundo Monetário Internacional afirmou que o surto provavelmente reduzirá o crescimento econômico da China em 0,4 ponto percentual este ano, para 5,6%, e cortará 0,1 ponto percentual do crescimento global.
A autoridade chinesa disse que o surto de coronavírus pode causar "uma queda dramática" na economia global caso se espalhe para uma ampla gama de países, mas não deu previsões específicas.
Pequim permaneceu comprometida em aumentar as compras de bens e serviços dos Estados Unidos em 200 bilhões de dólares, nos termos da Fase 1 do acordo comercial com os EUA nos próximos dois anos, disse a fonte, ressaltando as medidas da alfândega da China para suspender a proibição de carne bovina e outros produtos.
"Os dois lados levam bastante a sério a implementação", afirmou a autoridade, que se reuniu nesta semana com funcionários do escritório do Representante de Comércio dos EUA e do Departamento de Comércio dos EUA. "Até agora, não prevemos nenhum problema."
A China está pedindo a Washington que alivie sua proibição de viagens para pessoas vindas da China, o que impede reuniões pessoais necessárias para avançar na implementação, segundo a autoridade.
A proibição de viagens também interrompeu o turismo, um dos principais contribuintes para o aumento esperado nas compras de serviços da China nos Estados Unidos, disse a autoridade.
"Isso cria dificuldades adicionais para os dois lados cumprirem as metas", declarou a fonte, acrescentando que não houve mudança na meta de aumentar as compras chinesas de bens e serviços dos EUA em 200 bilhões dólares nos próximos dois anos.
"Esse número ainda está lá", disse a autoridade.
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Pessoas usando máscaras de proteção em Wuhan, na China 28/02/2020 REUTERS/Stringer
Banco Central da China desaconselha rejeitar cédulas de dinheiro em meio à epidemia
Beijing, 28 fev (Xinhua) -- O banco central da China aconselhou nesta sexta-feira às empresas a não recusarem cédulas de dinheiro por causa do novo coronavírus, pois reforçou os esforços para garantir que as notas em circulação sejam limpas para conter a propagação do vírus através delas.
As empresas devem melhorar seus serviços e comunicação com os consumidores e não dizer "não" ao dinheiro, disse o Banco Popular da China, citando reclamações recentes do público sobre recusas esporádicas.
O banco aumentou a oferta de novas notas ao mercado e organizou instituições financeiras para esterilizá-las e garantir a segurança.
Antes da Festa da Primavera, o banco destinou cerca de 4 bilhões de yuans (US$ 571 milhões) em novas notas para Wuhan, o epicentro do vírus, enquanto, até 17 de janeiro, 600 bilhões de yuans em novas cédulas haviam sido distribuídos em todo o país.
O dinheiro recolhido nas principais áreas de prevenção e controle de epidemia será desinfetado usando luz ultravioleta ou altas temperaturas e armazenado por mais de 14 dias antes de ser colocado de volta ao mercado. O dinheiro que circulava fora das principais áreas de prevenção e controle de epidemia será esterilizado e armazenado por mais de sete dias antes de ser colocado de volta em circulação, de acordo com uma diretriz do banco central.
Além disso, foram suspensas as transferências de dinheiro vivo entre bancos de diferentes províncias e as transferências intraprovinciais nas áreas seriamente afetadas pelo vírus, para ajudar a contê-lo.
O banco também aconselha que, durante a epidemia, as pessoas deem preferência às ferramentas legais de pagamento que não usam dinheiro vivo.