Manifestação do dia 15 de março a favor de Bolsonaro é inoportuna, afirma João Doria
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), classificou de "inoportuna" a convocação de uma manifestação em defesa do presidente Jair Bolsonaro e contra supostas chantagens do Congresso no dia 15 de março. A mobilização de apoiadores do presidente ocorre após o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, criticar o Congresso, acusando-o de chantagem.
Doria, que é apontado como um dos possíveis candidatos à Presidência da República em 2022, disse ver com "muita preocupação" a convocação, afirmando ainda que o País não pode viver uma escalada de autoritarismo e que tem de haver respeito pelos três poderes que governam o Brasil.
"Não vivemos uma escalada de autoritarismo, vivemos numa democracia e o regime democrático prevê respeito pelos poderes, e nós (governadores) representamos o Poder Executivo. Ele (Bolsonaro) tem que representar o que uma República, uma democracia espera de um presidente da República", afirmou Doria ao lado de ex-assessores da campanha eleitoral de Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho e Gustavo Bebiano, filiado ao PSDB para fortalecer o partido no Rio de Janeiro.
Doria ressaltou que um presidente da República não pode governar apenas para quem pensa como ele ou é leal a ele, ou os "que o seguem nas redes sociais". Segundo o governador, "contrariar isso é afrontar a democracia, o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o Poder Executivo".
Bolsonaro: “Respeitamos o Legislativo, mas quem executa o orçamento somos nós” (em O Antagonista)
Jair Bolsonaro afirmou na noite deste sábado, no Guarujá, que vai “lutar” pela manutenção do veto ao projeto que define o controle do Orçamento da União em 2020.
“Estamos lutando em Brasília pela manutenção de um veto de R$ 30 bilhões. Se o vetor for derrubado, quem vai fazer a destinação é o Poder Legislativo. Respeitamos o Poder Legislativo, mas quem executa o orçamento somos nós”, afirmou.
Em dezembro, parlamentares aprovaram proposta obrigando o governo a executar R$ 30 bilhões em emendas do relator do Orçamento, Domingos Neto.
Bolsonaro vetou o trecho e agora quer ir ao STF caso o Congresso derrube esse veto.
Doria diz que Brasil deve se reposicionar sobre política ambiental
O Brasil precisa se reposicionar em relação à política ambiental pregada pelo atual governo, sob o risco de ficar cada vez mais fora da mira dos investidores internacionais, afirmou neste domingo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após almoço com o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
Segundo ele, que esteve no último Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, "foi muito emparedado por falta de uma política ambiental adequada, e se o Brasil não tiver um reposicionamento na questão ambiental, os investimentos ficarão cada vez mais distantes, mais difíceis"
Doria disse que vê com preocupação o fraco desempenho da economia brasileira e que se não fosse o desempenho da economia de São Paulo, capitaneada pelo ex-ministro Henrique Meirelles, o resultado seria ainda pior.
"Sem o crescimento de São Paulo a economia teria crescido 0,38% e não o 0,89% divulgado pelo Banco Central", afirmou em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).