FMI diz que dívida argentina é "insustentável" em meio a temores de calote
BUENOS AIRES (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira que a dívida argentina é "insustentável" e que credores privados precisarão dar uma contribuição significativa para que o país se restabeleça.
O comunicado veio em momento em que o Fundo conclui visita de uma semana ao país, que está tentando evitar o calote de cerca de 100 bilhões de dólares em empréstimos e títulos, em meio a uma recessão e inflação elevada.
O FMI disse que a forte elevação da dívida pública significa que o país precisaria de uma "operação de dívida definitiva --demandando uma contribuição significativa de credores privados" para restaurar a sustentabilidade da dívida.
O comunicado oferece suporte ao novo governo peronista da Argentina, que tem insistido que o país não pode pagar suas dívidas a não ser que ganhe tempo para reavivar o crescimento. A Argentina espera concluir suas negociações de dívida até o final de março.
BC da Argentina reduz taxa básica de juros para 40%, diz comunicado
BUENOS AIRES (Reuters) - O Banco Central da Argentina reduziu sua taxa básica de juros para 40% ao ano, ante patamar anterior de 44%, nesta quarta-feira, visando reativar a atividade econômica após a desaceleração da inflação.
Esse foi o sétimo corte na taxa de juros desde que o novo governo peronista assumiu, em dezembro.
Bônus argentinos aguardam sinal do FMI sobre severidade de reestruturação de dívida
BUENOS AIRES (Reuters) - Os investidores em títulos argentinos esperavam nesta quarta-feira por notícias do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a sustentabilidade da dívida do país e se as reuniões oficiais em Buenos Aires resultariam em uma recomendação de uma forte reestruturação da dívida.
Os preços dos títulos acumulavam queda de 3,5% neste ano, à medida que aumenta a incerteza sobre a capacidade da Argentina de pagar 44 bilhões de dólares ao FMI, seu maior credor único, e dezenas de bilhões de dólares a mais para os detentores de títulos privados.
S&P 500 e Nasdaq fecham em máximas recordes com esperanças de estímulo na China
NOVA YORK - Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em máximas recordes nesta quarta-feira, com o otimismo de que a China adotaria mais medidas para sustentar sua economia diminuindo as preocupações com o impacto econômico da epidemia do coronavírus.
As ações mantiveram os ganhos após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que mostrou que os formuladores estavam cautelosamente otimistas quanto à capacidade de manter as taxas de juros estáveis neste ano, enquanto reconheciam novos riscos causados pelo surto de vírus.
A expectativa predominante é que a China reduzirá sua taxa básica de juros na quinta-feira, o que se somaria a medidas que visam limitar o impacto de fechamento de empresas e de restrições de viagem na segunda maior economia do mundo.
"Parece que os investidores estão dando um suspiro de alívio por acreditarem que o pior do coronavírus ficou para trás", disse Paul Nolte, gerente de portfólio da Kingsview Investment Management em Chicago.
A Apple cresceu 1,4%, recuperando a maior parte das perdas da sessão anterior, após um aviso surpresa de vendas que destacou preocupações sobre o impacto do coronavírus nas cadeias de suprimentos globais.
O segmento de tecnologia do S&P 500 também avançou, encerrando em alta de 1,1%. Entre os setores, foi o segundo que mais avançou em termos de porcentagem depois do de energia, que cresceu 1,3%.
O Dow Jones avançou 0,4%, para 29.348,03 pontos, o S&P 500 valorizou 0,47%, para 3.386,15 pontos e o Nasdaq valorizou 0,87%, para 9.817,18 pontos.
Os economistas do FMI devem encerrar seis dias de reuniões com autoridades do governo e do banco central, com um comunicado esperado ainda para esta quarta ou quinta-feira. As negociações foram convocadas pelo ministro da Economia, Martín Guzmán, o qual afirma que o governo precisa reestruturar cerca de 100 bilhões de dólares em obrigações.
A questão é quanto de sangue dos detentores de títulos será deixado no chão após a operação de reestruturação.
"Seria positivo para o mercado ver uma declaração do FMI de que a dívida da Argentina pode se tornar sustentável, adiando o pagamento de títulos principais e reduzindo os cupons de taxa de juros, e que o FMI apoiaria esse tipo de reestruturação", disse Fernando Marrul, chefe da consultoria FM and Associates.
"O pior cenário para os detentores de títulos seria o FMI emitir uma declaração que apoie um desconto profundo, ou um corte no principal devido aos detentores de títulos", acrescentou. "Até o momento, não temos muitas informações sobre as reuniões. Precisamos saber o que o FMI pensa sobre a sustentabilidade da dívida da Argentina."
Os preços da dívida local sofreram um impacto na semana passada, depois que o governo foi forçado a abandonar a venda de títulos devido ao baixo interesse dos investidores e, em seguida, surpreendeu os acionistas ao adiar unilateralmente o pagamento do principal de um título local por cerca de seis meses.
A moeda argentina, o peso, caiu 0,11% na abertura, à medida que os mercados aguardavam sinais do FMI.
O fundo concedeu à Argentina um financiamento de 57 bilhões de dólares em 2018, em acordo que incluía metas fiscais rígidas --como cortes de subsídios a serviços públicos-- que aprofundaram a recessão e esmagaram a popularidade do presidente anterior Mauricio Macri.
Economistas do setor privado esperam que a economia encolha 1,5% em 2020.
Embora Guzmán tenha caracterizado as conversas com o FMI como "construtivas", ele disse ao Congresso na semana passada que as políticas de austeridade previamente prescritas pelo fundo eram responsáveis pela crise da dívida argentina.
Guzmán disse na semana passada que a Argentina está em uma "profunda reestruturação da dívida" e alertou que as políticas futuras não serão ditadas pelos detentores de títulos que provavelmente considerarão as negociações "frustrantes".