China anuncia retirada de proibição de importação de frango dos EUA

Publicado em 16/02/2020 20:10 e atualizado em 16/02/2020 21:18
Chanceler Wang Yi afirma que a China cumprirá sua parte do acordo com os Estados Unidos; e espera que americanos também cumpram seu compromisso com a China.

Neste domingo, a agencia estatal chinesa Xinhua divulgou uma série de notícias sobre a epidemia de coronavirus que atinge o País, e também confirmou seu compromisso com o acordo comercial estabelecido com os EUA. Pelo acordo assinado com o presidente Donald Trump, a China se compromete a iniciar compras de produtos agricolas norte-americanos (no valor de 32 bilhões de dolares) a partir do sábado, dia 15 de fevereiro (ontem).

Na nota curta abaixo a Xinhua informa o fim das restrições para o frango norte-americano, mas não diz se a liberação faz parte do acordo assinado entre a China e EUA. Nas notas seguintes o chanceler chinês Wang Yi reafirma o compromisso comercial, mas se insurge contra  as posições do governo norte-americano que insiste em acusar empresas chinesas de estarem praticando espionagem contra os EUA. (Acompanhe a sequencia de notícias da Xinhua):

China retira proibição de importação a aves domésticas e produtos relacionados dos EUA

Beijing, 16 fev (Xinhua) -- A China anunciou na sexta-feira que retirará a restrição à importação de aves domésticas e produtos relacionados dos Estados Unidos, segundo um relatório publicado conjuntamente pela Administração Geral das Alfândegas e pelo Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais.

Com base na avaliação de risco, o relatório retirou imediatamente em vigor uma série de restrições impostas pela agora extinta Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena e Ministério da Agricultura nos anos 2013, 2014 e 2015.

Foto aérea tirada em 17 de dezembro de 2019 mostra um terminal de contâiners no distrito de Anji, na cidade de Huzhou, Província de Zhejiang, leste da China. (Xinhua/Xu Yu).​

Chanceler chinês pede que EUA criem condições favoráveis para implementar acordo comercial de primeira fase

Berlim, 16 fev (Xinhua) -- O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu que os Estados Unidos respeitem as recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde sobre a epidemia da COVID-19 e criem condições favoráveis para implementar o acordo comercial de primeira fase China-EUA.

Em uma entrevista à agência de notícias Reuters na sexta-feira, Wang expressou sua esperança de que os Estados Unidos não adotem restrições comerciais e de pessoal desnecessárias nos momentos difíceis da epidemia.

"Devido ao alerta de viagem de maior nível contra a China, praticamente isto trará desafios para a implementação do acordo", indicou.

O povo chinês sempre cumpre seus compromissos, disse Wang, acrescentando que o acordo comercial de primeira fase foi alcançado entre as duas partes com base na igualdade e respeito mútuo.

A China está disposta a trabalhar com os Estados Unidos para implementar o acordo, que verdadeiramente beneficiará tanto a China como os Estados Unidos, assim como todo o mundo, disse Wang.

O mercado chinês é suficientemente grande para suportar o impacto da epidemia, que é temporário, indicou Wang, assinalando que quando a epidemia terminar a demanda contida do consumidor será liberada rapidamente, o dinamismo da economia chinesa se recuperará fortemente e o mercado continuará crescendo.

Haverá melhores condições para implementar o consenso no acordo de primeira fase enquanto a China aprofunda as reformas e ampla a abertura conforme sua própria agenda e plano, disse Wang.

Indicou que a China cumprirá sua parte do acordo e que espera que os Estados Unidos também cumpram seu compromisso com a China.

Chanceler chinês descarta como "mentiras" as acusações dos EUA contra a China

O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China Wang Yi discursa na Conferência de Segurança de Munique (MSC) em Munique, Alemanha, em 15 de fevereiro de 2020. (Xinhua/Lu Yang)

Munique, Alemanha, 16 fev (Xinhua) -- O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, respondeu às acusações de duas autoridades norte-americanas no sábado, dizendo que todas as acusações dos EUA contra a China são mentiras e não baseadas em fatos.

Na sessão de perguntas e respostas após seu discurso na Conferência de Segurança de Munique (MSC) 2020, Wang foi convidado pelo presidente da MSC, Wolfgang Ischinger, a comentar sobre a atual relação sino-americana e sua perspectiva, logo depois que o Secretário de Estado Mike Pompeo e o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, atacaram a China na conferência.

"Parecia que, onde quer que fossem, eles repetiram suas queixas", disse Wang. "Todas as acusações dos EUA contra a China são mentiras, não baseadas em fatos".

"Mas se mudarmos o alvo das mentiras para os EUA, essas mentiras se tornarão verdade, com base nos fatos", indicou Wang.

"Esperamos que os EUA como superpotência não percam muita autoconfiança ou razão", afirmou.

A China e os EUA estabeleceram os laços diplomáticos há mais de 40 anos, e houve alguns problemas nas relações bilaterais, alguns dos quais surgiram autonomamente de trocas bilaterais, enquanto outros eram inteiramente feitos pelos homens, assinalou Wang.

O motivo principal desses problemas, segundo Wang, reside no fato de que algumas pessoas nos EUA relutam em aceitar o rápido desenvolvimento e revitalização da China como um país socialista.

"Mas isso é injusto. A China tem o direito de se desenvolver e o povo chinês tem o direito de viver uma vida melhor", disse ele.

De acordo com o chanceler, a modernização da China é uma tendência histórica inevitável. Isso representa a direção avançada da civilização humana, e não pode ser parada por nenhuma força.

O desenvolvimento da China fortalece as forças para defender a paz mundial e contribui para a estabilidade global, que deve ser bem recebida pela comunidade internacional, disse Wang.

Ele sublinhou que a China está disposta a trabalhar com os EUA para promover os laços bilaterais que caracterizam coordenação, cooperação e estabilidade, com base na igualdade e no respeito mútuo.

Uma tarefa importante agora, segundo ele, é que os dois lados devam se sentar para diálogos sérios e descobrir um modo interativo que permite que os dois grandes países com diferentes sistemas sociais coexistam pacificamente e tenham uma cooperação em que ambos os lados ganham.

A China está pronta para isso, notou Wang, pedindo que os EUA encontrem a China no meio do caminho.

China tem capacidade de manter pagamento internacional estável e equilibrado

Beijing, 16 fev (Xinhua) -- A China tem a capacidade de manter um equilíbrio básico no pagamento internacional, pois o impacto do surto do novo coronavírus será curto e limitado, disse no sábado Xuan Changneng, vice-diretor da Administração Estatal de Divisas (AED).

A operação da conta corrente da China entrou em uma etapa mais equilibrada graças ao sólido desenvolvimento econômico interno e à otimização da estrutura econômica, assegurou Xuan em uma entrevista coletiva.

A proporção do superavit da conta corrente no produto interno bruto (PIB) do país se manteve dentro de um nível razoável nos últimos anos, assinalou.

Por outro lado, os fluxos de capital transfronteiriço se mantiveram estáveis pois a China avança continuamente em sua reforma e abertura.

Os fundamentos do crescimento econômico de longo prazo e do desenvolvimento de alta qualidade da China permanecem inalterados e se espera que a melhora do ambiente de negócios nacional ajude a estabilizar as entradas de capital de longo e médio prazos, acrescentou.

China garante transferência de dinheiro e desinfeta notas em meio à luta anticoronavírus

Beijing, 16 fev (Xinhua) -- A China criou um canal verde para negócios de pagamento e liquidação, com o objetivo de garantir a transferência oportuna de dinheiro em meio à luta contra o surto do novo coronavírus, disse um funcionário do banco central no sábado.

De 24 de janeiro a 14 de fevereiro, um total de 393,5 mil transações de pagamento foram realizadas através dos sistemas de alto valor e micropagamentos do banco central, envolvendo uma quantia de 77,37 trilhões de yuans (US$ 11,06 trilhões), declarou Fan Yifei, vice-presidente do Banco Popular da China, em uma entrevista coletiva.

Do total, 872 transações de pagamento, ou 44,8 bilhões de yuans, estavam relacionadas à prevenção e controle da epidemia, disse Fan.

Em 3 de fevereiro, o banco central estendeu o período de operação do sistema de pagamento de alto valor, cuja operação geralmente é suspensa durante o feriado da Festa da Primavera, para atender à demanda de pregões no mercado interbancário e de empréstimos especiais.

O banco central tomou medidas para fortalecer a oferta de dinheiro e a gestão de liquidez, com 4 bilhões de yuans em novas notas sendo alocadas na cidade de Wuhan, o epicentro do surto, informou Fan.

Além disso, o banco central fortaleceu a desinfecção de notas em circulação para garantir que o público use "dinheiro sanitário".

De acordo com o funcionário, o dinheiro retirado das regiões severamente atingidas pelo surto deve ser desinfetado por raios ultravioleta ou altas temperaturas e armazenado por mais de 14 dias antes de ser injetado novamente no mercado.

O banco central emitiu uma circular solicitando que suas agências e bancos comerciais tomem medidas diferenciadas de acordo com as condições locais para garantir a segurança das notas.

O banco central trabalhará para implementar firmemente as políticas de apoio financeiras para o controle de epidemias e apoiar empresas qualificadas a retomar a produção e operação o mais rápido possível.

China confirma 2.009 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 142 novas mortes

Uma paciente curada da COVID-19 conversa com um profissional de saúde no hospital temporário do "Wuhan Livingroom" em Wuhan, Província de Hubei, centro da China, em 15 de fevereiro de 2020. (Foto por Gao Xiang/Xinhua)

Beijing, 16 fev (Xinhua) -- A Comissão Nacional da Saúde disse neste domingo que foram confirmados 2.009 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 142 mortes no sábado nas 31 regiões de nível provincial e no Corpo de Produção e Construção de Xinjiang na China.

Entre as mortes, 139 foram da Província de Hubei, duas em Sichuan, e uma em Hunan, segundo a entidade.

Outros 1.918 novos casos suspeitos foram reportados no mesmo dia, informou a comissão.

Também no sábado, 219 pacientes entraram em estado grave, enquanto 1.323 pessoas receberam alta hospitalar após a recuperação.

Até o final do dia, 68.500 casos haviam sido confirmados na parte continental da China e 1.665 pessoas morreram da doença.

A comissão acrescentou que 11.272 pacientes permanecem em estado grave e 8.228 pessoas eram suspeitas de estarem infectadas pelo vírus.

Ao todo, 9.419 pessoas receberam alta hospitalar após a recuperação.

A comissão disse que 529.418 contatos próximos foram rastreados, acrescentando que, entre eles, 29.788 foram liberados no sábado, com outros 158.764 ainda em observação médica.

Até o final do mesmo dia, 56 casos haviam sido confirmados na Região Administrativa Especial de Hong Kong, 10 em Macau e 18 em Taiwan.

Um paciente em Hong Kong, três em Macau e dois em Taiwan receberam alta hospitalar depois da recuperação.

Nove hospitais temporários de Hubei recebem 5.606 pacientes

Foto aérea tirada em 14 de fevereiro de 2020 mostra uma vista do hospital temporário Jiangxia em Wuhan, capital da Província de Hubei, centro da China. (Xinhua/Cheng Min)

Wuhan, 16 fev (Xinhua) -- Nove hospitais temporários com mais de 6.960 leitos entraram em funcionamento em Hubei, província mais afetada pela COVID-19 no centro da China, afirmou no sábado um funcionário da Comissão Nacional de Saúde (CNS).

Atualmente, um total de 5.606 pacientes infectados pelo novo coronavírus está recebendo tratamento nestes hospitais, disse Wang Hesheng, vice-diretor da CNS e membro do comitê permanente do comitê provincial de Hubei do Partido Comunista da China, em uma entrevista coletiva realizada em Wuhan.

Os hospitais temporários foram convertidos de grandes espaços de uso público, tais como ginásios e centros de exposições.

"A infecção cruzada não vai ocorrer nos hospitais temporários, porque eles só recebem pacientes com sintomas leves", disse Jiao Yahui, também funcionária da CNS.

Jiao acrescentou que os hospitais temporários desempenham um papel chave na contenção da epidemia, já que podem reservar mais leitos de hospitais convencionais para pacientes em condições severa e crítica.

Os pacientes recebem um bom tratamento dentro dos hospitais temporários e diversos grupos deles já receberam alta hospitalar até agora, acrescentou a funcionária. 

Prefeito chinês promove venda de mangas ao vivo pela internet

Haikou, 14 fev (Xinhua) -- A Dong, prefeito de Sanya, uma cidade costeira da Província de Hainan, no sul da China, promoveu a venda de mangas da cidade ao vivo pela plataforma de compras online Taobao na tarde de quinta-feira.

"Estas são as melhores mangas de Sanya. Espero que todos as comprem", disse A Dong, usando uma máscara em uma plantação de manga. Ele espera promover a venda online e ajudar a aumentar a renda dos agricultores locais.

Com uma área de mais de 20 mil hectares, a indústria de manga é a maior indústria de frutas tropicais de Sanya. A cidade deve produzir mais de 500 mil toneladas do frutas este ano.

A Dong disse que as mangas de Sanya geralmente aparecem nos mercados entre fevereiro e junho, quatro meses antes de outras províncias que cultivam mangas. Sanya vende atualmente quase 3 mil toneladas de mangas por dia. Cerca de 75 mil toneladas de mangas devem ser colhidas até o final deste mês.

Devido ao surto do novo coronavírus, as vendas de produtos agrícolas, incluindo mangas, foram afetadas desde a Festa da Primavera.

Sanya publicou anteriormente sete medidas para apoiar a produção e venda de vegetais e frutas.

 (Photo by Liu Changsong/Xinhua)

 

Fonte: Xinhua (estatal chinesa)

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