Dólar tem queda ante real após rali recorde e com melhora de sentimento no exterior
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - Depois de bater novo recorde de fechamento na sessão anterior, quando chegou próximo a 4,29 reais, o dólar operava em queda acentuada contra o real nesta segunda-feira, pressionado pela menor aversão a risco no exterior devido à falta de novas notícias negativas sobre o coronavírus.
Às 10:13, o dólar recuava 0,52%, a 4,2635 reais na venda, sofrendo ajuste para baixo depois de tocar 4,2858 reais na sexta-feira, recorde histórico para um fechamento.
No radar dos investidores estava o surto de coronavírus na China, com a falta de manchetes muito pessimistas durante o fim de semana ajudando na recuperação do sentimento do mercado, apesar da permanência de certa cautela.
"A realidade imposta pelo surto do novo coronavírus –originado na China– tem apresentado motivos de sobra para o mercado se preocupar, tanto no curto quanto no médio prazo, sendo consensuais as apostas de sérios impactos negativos no desempenho da segunda maior economia global", disse em nota a corretora Commcor.
No entanto, a operadora citou que uma recuperação nos mercados europeus e futuros norte-americanos mostram "algum sinal de resiliência" diante do surto de coronavírus. No exterior, outro indício de melhora do sentimento era a queda de divisas consideradas refúgios seguros, como iene japonês e franco suíço.
Ante moedas arriscadas, o dólar apresentava tendência de queda, perdendo contra peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano.
No cenário doméstico, a XP Investimentos citou em nota a abertura do ano legislativo no Brasil --que marca a volta do funcionamento do Congresso em 2020-- como foco dos investidores neste início de mês, com as PECs do pacote Mais Brasil, a reforma administrativa e a reforma tributária no centro das atenções.
Esta semana, a reunião do Copom também se destaca, com possibilidade de corte da Selic a nova mínima histórica.