Minério de ferro na China tem maior queda em quase 15 meses por temor com coronavírus
Por Enrico Dela Cruz
MANILA (Reuters) - Os futuros do minério de ferro e do aço tiveram recuos no limite diário permitido nas bolsas chinesas nesta segunda-feira, com o minério fechando na maior queda em quase 15 meses, em meio a temores de que uma epidemia de um novo coronavírus possa impactar a economia e a demanda.
O novo vírus, que já matou 316 pessoas na China, tem se espalhado rapidamente para outras partes do mundo desde que os mercados financeiros da China iniciaram um feriado prolongado de Ano Novo Lunar, em 24 de dezembro.
O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian fechou em baixa de 8%, o máximo permitido para um dia, a 606,5 iuanes (87,85 dólares por tonelada), o menor nível desde 2 de dezembro do ano passado.
Essa foi a maior queda diária do contrato desde 26 de novembro de 2018. Os volumes, no entanto, foram baixos, com muitos participantes do mercado ainda ausentes das negociações.
Na bolsa de futuros de Xangai, o contrato mais ativo do vergalhão de aço perdeu 8%, para parto de mínimas de três meses, a 3.233 iuanes por tonelada, na maior perda diária desde 7 de abril de 2017.
"Nós vemos que o principal impacto (sobre os mercados de commodities) é por meio das restrições a viagens, que restringem a demanda, mas esperamos que isso impacte a produção caso o movimento de trabalhadores fique restrito na volta dos feriados de Ano Novo Lunar", disse o estrategista de commodities da ANZ, Daniel Hynes.
O transporte público em Tangshan, principal pólo siderúrgico da China, está suspenso desde 26 de janeiro para evitar a disseminação do vírus.
Mas há também expectativas de que estímulos do governo para evitar a desaceleração da economia possam dar algum impulso aos preços do minério de ferro mais à frente.