Preços do petróleo caem para mínimas de 3 meses com temor de que coronavírus afete demanda
NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros do petróleo recuaram 2% e atingiram mínimas de três meses nesta segunda-feira, com o aumento no número de mortes causadas pelo coronavírus na China afetando perspectivas para viagens e alimentando expectativas de menor demanda pela commodity.
O petróleo Brent fechou em queda de 1,37 dólar, ou 2,3%, a 59,32 dólares por barril, o menor nível desde 21 de outubro. Já o petróleo dos Estados Unidos recuou 1,05 dólar, ou 1,9%, para 53,14 dólares o barril, mínima desde 2 de outubro.
Os mercados acionários globais, que os preços do petróleo tendem a acompanhar, também registraram quedas acentuadas, com investidores cada vez mais aflitos devido ao avanço da crise. A demanda por ativos de segurança, como o iene e títulos do Tesouro norte-americano, disparou.
A contagem de mortes em decorrência do coronavírus na China avançou para 81. O governo do país prolongou o feriado do Ano Novo Lunar até 2 de fevereiro, em uma tentativa de manter o maior número possível de pessoas dentro de suas casas, para evitar que o vírus se espalhe ainda mais.
"Essa situação ainda está no processo de dar as caras, e é por isso que o petróleo está levando tão a sério... Isso pode de fato se transformar em uma queda aguda na demanda, pelo menos por um tempo", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.
O isolamento de cidades chinesas e o cancelamento de voos ameaçam uma das áreas mais estáveis no crescimento da demanda global por petróleo, com os combustíveis para aviões representando cerca de 15% do aumento de demanda na China, disse em relatório a RBC Capital Markets.
No entanto, a empresa poderou que a diminuição no consumo de combustíveis para aviões ainda está restrita ao país asiático.