8,3 milhões de pessoas estão desesperadamente famintas na África; metade do Zimbábue passa fome
Harare, Zimbábue - 16 jan (Xinhua) - O Programa Mundial de Alimentos (PMA) pediu nesta quinta-feira mais fundos para ajudá-lo a combater a fome na África Austral, onde uma parcela significativa da população enfrenta grave insegurança alimentar devido aos efeitos das mudanças climáticas e condições econômicas adversas.
Um recorde de 45 milhões de pessoas em 345 milhões na sub-região, principalmente mulheres e crianças, estão gravemente inseguros em termos de alimentos após secas repetidas, inundações generalizadas e desordem econômica, afirmou em comunicado a diretora regional do PMA para a África Austral, Lola Castro.
"À medida que a crise se aprofunda, o mundo precisa avançar agora para salvar vidas e permitir que as comunidades se adaptem às mudanças climáticas".
"Se não recebermos o financiamento necessário, não teremos escolha a não ser ajudar menos pessoas mais necessitadas e com menos. Nem seremos capazes de expandir adequadamente as atividades de longo prazo vitais para combater significativamente a emergência existencial que é a mudança climática", disse Castro.
Ela disse que a crise da fome na sub-região estava em uma escala nunca vista antes, com evidências mostrando que está piorando.
"À medida que a estação pobre de água se aprofunda antes da colheita anual de cereais em abril/maio, a comunidade internacional deve acelerar a assistência de emergência a milhões de pessoas desesperadamente famintas na África Austral e investimentos de longo prazo para permitir que a região vulnerável aguente os impactos agravantes das mudanças climáticas", disse Castro.
O PMA planeja fornecer assistência para a estação para cerca de 8,3 milhões de pessoas que enfrentam níveis de crise ou de emergência em oito dos países mais atingidos, como Zimbábue, Zâmbia, Moçambique, Madagascar, Namíbia, Lesoto, Eswatini e Malawi.
Até a presente data, o PMA conseguiu apenas 205 milhões de dólares americanos dos 489 milhões de dólares necessários para esta assistência e foi forçado a recorrer fortemente a empréstimos internos para garantir que os alimentos cheguem aos necessitados.
O Zimbábue, que está no auge de sua pior emergência de fome em uma década, tem cerca de 7,7 milhões de pessoas, metade da população, com graves problemas alimentares.
"Em um contexto de taxas já altas de desnutrição, crescimento populacional, desigualdade e HIV/AIDS, a crise da fome está sendo agravada pelo aumento dos preços dos alimentos, perdas de gado em larga escala e crescente desemprego", afirmou Castro.