EUA e China começam a assinatura de fase 1 de acordo na Casa Branca
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinam agora às 13h30 (horário de Brasília) a fase 1 do acordo comercial o que reduzirá algumas tarifas e verá a China impulsionar as compras de bens e serviços norte-americanos, desescalando um conflito de 18 meses entre as duas maiores economias do mundo.
Liu disse que os dois lados trabalharão com maior proximidade para obter resultados tangíveis e alcançar uma relação de benefício mútuo, apesar das diferenças em seus modelos políticos e econômicos, informou nesta quarta-feira a agência de notícias oficial da China Xinhua.
Autoridades dos EUA chamaram o acordo de uma enorme vitória que marcou uma mudança significativa nas relações de Washington com a China, mas disseram que incluiram uma dura medida de cumprimento do acordo que poderia desencadear novas tarifas se Pequim não cumprir com suas promessas.
A fase um do acordo contém uma guerra comercial marcada por tarifas dos dois lados que atingiram centenas de bilhões de dólares em mercadorias, prejudicando mercados financeiros, afetando cadeias de fornecimento e desacelerando o crescimento global.
Alguns analistas e economistas questionaram se o resultado das arrastadas negociações justificava os danos à economia.
Trump e Liu, que liderou o lado chinês nas negociações comerciais com Washington, devem assinar a fase um do acordo de 86 páginas em um evento da Casa Branca às 13h30 (horário de Brasília) com a presença de mais de 200 convidados dos círculos empresarial, governamental e diplomático.
Não está claro, neste momento, se o documento inteiro será divulgado nesta quarta-feira.
O ponto central do acordo é uma promessa da China de comprar mais 200 bilhões de dólares de produtos agrícolas e outros bens e serviços dos EUA ao longo de dois anos. Isso ajudará a reduzir o déficit comercial bilateral dos EUA em bens, que atingiu um pico de 420 bilhões de dólares em 2018. Os Estados Unidos tiveram um pequeno superávit comercial de serviços com a China de 40,5 bilhões de dólares em 2018.
O principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que o acordo exige que a China compre mais 75 bilhões de dólares em bens manufaturados dos EUA durante o período de dois anos.
A fase um do acordo, alcançada em dezembro, cancelou as tarifas programadas dos EUA sobre celulares, brinquedos e laptops de fabricação chinesa e reduziu para 7,5% a tarifa sobre cerca de 120 bilhões de dólares de outros produtos chineses, incluindo televisões de tela plana, fones de ouvido sem fio e calçados.
Mas ainda assim manterá tarifas de 25% sobre uma vasta gama de produtos e componentes industriais chineses, no valor de 250 bilhões de dólares, utilizados por fabricantes norte-americanos.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse à CNBC nesta quarta-feira que o acordo impulsionará a economia norte-americana e que Washington poderá baixar as tarifas como parte de uma fase dois do acordo que abordará questões complexas como cibersegurança.
O Global Times da China disse que as discussões da fase dois podem não começar tão cedo.