Ibovespa sustenta 116 mil pontos; Petrobras recua mas Wall Street avança

Publicado em 08/01/2020 18:13

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda pela quarta sessão seguida nesta quarta-feira, após pregão sem tendência definida, marcada pelo arrefecimento das tensões geopolíticas envolvendo EUA e Irã, mas com os papéis da Petrobras e de bancos novamente entre as maiores pressões de baixa.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,41%, 116.181,28 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro da sessão somava 21,66 bilhões de reais.

Wall Street avança, mas reduz ganhos com persistência de preocupações no Oriente Médio

NOVA YORK (Reuters) - As ações dos Estados Unidos terminaram em alta nesta quarta-feira, após comentários do presidente Donald Trump aliviarem os temores de um conflito total no Oriente Médio, mas, ao fim da sessão, o mercado reduziu drasticamente os ganhos diante de relatos de explosões em Bagdá.

O Dow Jones avançou 0,57%, para 28.745,47 pontos, o S&P 500 cresceu 0,49%, para 3.253,06 pontos. e o ​​Nasdaq Composite aumentou 0,67%, para 9.129,24 pontos.

Banco Mundial corta previsão de crescimento global em 2020 por lenta retomada de comércio e investimento

WASHINGTON (Reuters) - O Banco Mundial reduziu nesta quarta-feira suas previsões de crescimento econômico global para 2019 e 2020, devido a uma recuperação mais lenta do que a esperada no comércio e no investimento, apesar de tensões comerciais mais brandas entre Estados Unidos e China.

    O banco multilateral de desenvolvimento disse que 2019 marcou a expansão econômica mais fraca desde a crise financeira global de uma década atrás e que, apesar de expectativa de ligeira melhora, 2020 permanece vulnerável às incertezas sobre o comércio e sobre as tensões geopolíticas.

Em seu mais recente relatório Perspectivas para a Economia Global, o Banco Mundial reduziu em 0,2 ponto percentual as estimativas de crescimento econômico para os dois anos, com previsão de expansão de 2,4% em 2019 e de 2,5% em 2020.

"Este modesto aumento no crescimento global marca o fim da desaceleração iniciada em 2018 e que afetou pesadamente a atividade, o comércio e os investimentos globais, especialmente no ano passado", disse Ayhan Kose, principal nome do Banco Mundial a fazer previsões econômicas. "Esperamos uma melhora, mas no geral também vemos uma perspectiva de crescimento mais fraca."

As últimas estimativas do Banco Mundial levam em conta a chamada fase 1 do acordo comercial anunciada pelos Estados Unidos e pela China, que suspendeu novas tarifas dos EUA sobre bens de consumo chineses programados para 15 de dezembro e reduziu a tarifa de algumas outras mercadorias.

Embora a redução da tarifa tenha um efeito "bastante pequeno" sobre o comércio, espera-se que o acordo aumente a confiança empresarial e as perspectivas de investimento, contribuindo para uma recuperação no crescimento do comércio, disse Kose.

A expectativa é que o crescimento do comércio global melhore modestamente em 2020 para 1,9%, ante 1,4% em 2019 --o mais baixo desde a crise financeira de 2008-2009--, informou o Banco Mundial. Mas essa taxa ainda fica bem abaixo da média anual de crescimento do comércio de 5% desde 2010, segundo dados do Banco Mundial.

As perspectivas tanto para comércio quanto para crescimento econômico no geral permanecem vulneráveis ​​a aumento nas tensões tarifárias EUA-China, bem como a crescentes apreensões geopolíticas.

Autoridades do Banco Mundial disseram que não foram capazes de estimar os efeitos sobre o crescimento de um conflito mais amplo entre EUA e Irã, mas disseram que isso aumentaria a incerteza, o que prejudicaria as perspectivas de investimento.

GANHOS EM ECONOMIA EMERGENTES

Economias avançadas e mercados emergentes/em desenvolvimento também mostram perspectivas divergentes nas previsões do Banco Mundial.

A expectativa é que o crescimento nos Estados Unidos, na área do euro e no Japão desacelere ligeiramente para 1,4% em 2020, ante 1,6% em 2019 --redução de 0,1 ponto percentual em ambos os anos--, devido a uma contínua falta de vigor no setor manufatureiro e aos persistentes efeitos negativos de tarifas e medidas retaliatórias nos EUA.

Mas as economias de mercado emergentes deverão ter um aumento no crescimento --de 4,1% em 2019 para 4,3% em 2020--, embora ambas as projeções estejam 0,5 ponto percentual abaixo das feitas em junho.

Grande parte da melhora nos mercados emergentes é impulsionada por oito países, afirmou o Banco Mundial. O prognóstico é que Argentina e Irã saiam de recessões em 2020, e as perspectivas deverão melhorar para seis países que enfrentaram desacelerações em 2019: Brasil, Índia, México, Rússia, Arábia Saudita e Turquia.

Fonte: Reuters

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