Bolsas da Europa fecham em alta durante discurso de Trump

Publicado em 08/01/2020 17:27

São Paulo - As principais bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, 8, no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciava seu pronunciamento sobre os desdobramentos do conflito com o Irã. Ao longo do pregão, a cautela dos investidores foi dando lugar a um certo otimismo, com a percepção de que a retaliação do Irã ao recente ataque dos EUA - que matou o general Qassim Suleimani - não foi tão intensa a ponto de aumentar a escalada de tensão como se temia, e que o conflito não deve representar riscos à economia americana. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,17%, a 418,36 pontos.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 virou para o positivo nos minutos finais do pregão, e fechou em leve alta de 0,01%, a 7.574,93 pontos. As ações da BHP Group subiram 1,30% e os papéis da Antofagasta tiveram valorização de 0,98%. As ações da petrolífera BP caíram 0,90% e do banco Barclays tiveram desvalorização de 0,60%.

O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,71%, aos 13.320,18 pontos. Destaque para ações do Deutsche Bank, em alta de 3,38% e os papéis da Bayer subiram 2,59%. O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em alta de 0,12%, a 9.591,40 pontos. Em Paris, o índice CAC 40 também fechou com avanço de 0,31%, aos 6.031,00 pontos. Em Milão, o índice FTSE MIB registrou alta de 0,46%, aos 23.832,02 pontos. Na contramão, o índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, foi o única a ficar em território negativo, fechando em leve queda de 0,06%, a 5.226,97 pontos.

Após um dia de trégua, os mercados europeus voltaram a ser pressionados pelo temor de um conflito armado entre Washington e Teerã, com o ataque à duas bases americanas no Iraque, promovido na noite de ontem pelo governo do Irã. Após uma abertura em queda, os mercados acionários no Velho Continente começaram a reverter o movimento de perdas. À medida em que se aproximava o horário do discurso de Trump sobre a crise, os índices melhoravam.

A mudança no cenário veio mesmo com a fala de Trump, que aliviou os temores de uma guerra iminente, apesar do anúncio de mais sanções contra o Irã. De acordo com Katherine Smith, da IHS Markit, fatores apontam para uma provável continuação do atual "status quo" do confronto inconclusivo entre os dois lados, mas ficando "aquém de uma guerra total". A analista diz ainda que a declaração do presidente Trump também mostra que "a independência energética dos EUA torna o país menos interessado no Oriente Médio, e mais interessado em um acordo com o Irã em vez de guerra".

Ouro fecha em queda com menor busca por segurança com recuo na tensão EUA-Irã

São Paulo - Os contratos futuros do ouro fecharam em queda nesta quarta-feira, 8, em meio ao recuo nas tensões entre os Estados Unidos e o Irã, após o país persa ter atacado ontem bases no Iraque que abrigam tropas americanas. A ação iraniana foi uma resposta ao assassinato do general Qassim Suleimani, que comandava as forças Quds, da Guarda Revolucionária do Irã.

Com isso, o ouro para fevereiro caiu 0,90%, a US$ 1.560,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O alívio no conflito entre os dois países, que já era sentido pelo mercado, se consolidou após um pronunciamento do presidente americano, Donald Trump, no início da tarde.

O líder da Casa Branca disse que vai impor sanções econômicas adicionais ao Irã "imediatamente", mas afirmou que o país persa "parece estar se resignando, o que é uma coisa boa".

"Os EUA e Irã parecem evitar um conflito maior", analisa o BBVA.

Ontem, logo após o lançamento dos mísseis iranianos contra as bases de Al Asad e Erbil, o chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, foi ao Twitter dizer que o país não buscava "escalada do conflito ou guerra" e Trump escreveu que estava "tudo bem".

O Western Union ressalta que os ataques do Irã não deixaram nenhuma vítima e que a "ordem" foi restaurada nos mercados após o medo inicial de uma crise maior. "O mercado continua com esperanças de que a troca de golpes entre Washington e Teerã não se deteriore em um grande conflito militar", comenta Joe Manimbo, analista sênior de mercado do banco.

Fonte: Agência Estado

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