Preços do petróleo sobem em meio a troca de ameaças entre EUA e Irã

Publicado em 06/01/2020 19:25

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram nesta segunda-feira, com o Brent tocando a marca de 70 dólares por barril, em meio a uma escalada retórica entre Estados Unidos, Irã e Iraque, que aguçou as tensões no Oriente Médio após um ataque aéreo dos EUA matar um importante comandante militar iraniano.

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 0,31 dólar, ou 0,45%, a 68,91 dólares por barril. Mais cedo, o valor de referência internacional chegou a tocar uma máxima de 70,74 dólares.

Já o petróleo dos EUA avançou 0,22 dólar, ou 0,35%, a 63,27 dólares por barril. O WTI atingiu máxima de 64,72 dólares no dia, o mais alto valor desde abril.

Após uma forte alta no início da sessão, o petróleo devolveu parte dos ganhos ao longo do dia, diante de crescentes dúvidas sobre a possibilidade de o Irã contra-atacar de uma maneira que afete as ofertas globais da commodity.

"Parece haver o avanço de um diálogo no sentido de que não é do interesse dos iranianos atacar a infraestrutura de petróleo", disse Bob Yawger, diretor de futuros da Mizuho. "Porque qualquer ataque à infraestrutura de petróleo provavelmente desencadearia um rali no barril e isso, por sua vez, possivelmente interromperia as exportações iranianas."

Os preços haviam saltado mais de 3% na sexta-feira, depois que um ataque aéreo dos EUA no Iraque matou o comandante militar iraniano Qassem Soleimani, aumentando as preocupações sobre uma escalada nos conflitos no Oriente Médio e o possível impacto das tensões sobre o fornecimento de petróleo.

A região é responsável por quase metade da produção mundial de petróleo, enquanto um quinto dos embarques mundiais da commodity passa pelo Estreito de Ormuz.

No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor sanções ao Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), caso as tropas dos EUA sejam forçadas a se retirar do país.

Antes disso, o governo do Iraque havia pedido aos EUA e a outras tropas estrangeiras que deixassem o país.

Trump também disse que os EUA vão retaliar o Irã caso Teerã contra-ataque em resposta à morte de Soleimani.

"A situação traz muita incerteza e exige uma leitura geopolítica das reações. Embora o fechamento do Estreito de Ormuz siga um evento bastante improvável, a deterioração (da situação) no Iraque representa riscos à oferta", disse o chefe da área econômica do banco suíço Julius Baer, Norbert Rucker.

Coalizão liderada pelos EUA diz em carta que vai sair do Iraque

BAGDÁ (Reuters) - A coalizão militar liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico disse nesta segunda-feira que está se retirando do Iraque e vai reposicionar suas forças nos próximos dias e semanas, de acordo com uma carta vista pela Reuters.

"Senhor, em deferência à soberania da República do Iraque, e como solicitado pelo Parlamento iraquiano e pelo primeiro-ministro, a CJTF-OIR vai reposicionar suas forças nos próximas dias e semanas para se preparar para o movimento adiante", afirma a carta do brigadeiro dos fuzileiros navais William H. Seely 3º, comandante-geral da força-tarefa no Iraque.

A autenticidade da carta, endereçada à unidade de operações conjuntas em Bagdá do Ministério da Defesa do Iraque, foi confirmada à Reuters de forma independente por uma fonte militar iraquiana.

Um porta-voz do Pentágono disse que não podia comentar de imediato a autenticidade da carta.

"Respeitamos sua decisão soberana de determinar nossa saída", afirma a carta.

 

Fonte: Reuters

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