Em Caracas hoje, Maduro tenta impedir, à força, votação legítima na Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da AN e do gov interino, crucial p/ a redemocratização do país. Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia.
Governo da Venezuela anuncia vitória em eleição no Congresso sem Guaidó; oposição denuncia golpe
CARACAS (Reuters) - O canal estatal venezuelano disse neste domingo que Luis Parra, um deputado dissidente, foi empossado como o novo chefe do Congresso Nacional.
A oposição venezuelana imediatamente denunciou que esse juramento não teve votos ou quórum e acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de dar um "golpe no parlamento".
O movimento aconteceu após o Congresso da Venezuela, cuja maioria de opõe a Maduro, se juntar para eleger uma nova liderança, com previsão de reeleger Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente legítimo da nação.
Os EUA acusaram o governo de Nicolás Maduro de "ir contra a vontade do povo e das leis", alguns minutos após o governo anunciar que um deputado aliado assumiu o cargo de novo presidente do Congresso.
Guaidó enfrenta pressão de Maduro e acusou o Partido Socialista de oferecer malas de dinheiro a parlamentares para votarem contra ele.
Uma vitória de Guaidó permitiria que a oposição continuasse pressionando pela saída de Maduro, que se tornou um pária entre as nações do Ocidente por minar a democracia e ser responsável por um catastrófico colapso econômico do país.
Autoridades do governo aparentemente estavam tentando impedir a votação, com policiais e militares bloqueando uma avenida que leva ao Parlamento e impedindo a entrada de legisladores de oposição.
"Nem a ditadura ou o aparato repressivo do Estado podem decidir quem entra", disse Guaidó, ao lado de uma barricada da polícia a um quarteirão do Congresso. Ele disse que não entraria no palácio legislativo até que todos possam entrar também.
No começo da tarde, vários congressistas disseram que ainda não haviam conseguido entrar. A televisão estatal mostrou imagens de parlamentares socialistas passando sem problemas pelos cordões de segurança.
Maduro classifica Guaidó como um fantoche dos Estados Unidos e diz que os problemas econômicos do país são decorrência das sanções de Washington, que proíbe que empresas norte-americanas comprem petróleo do país ou façam negócios com o governo.
Mas ele ainda mantém o poder, apesar da baixa aprovação e do esforço de um ano do governo Trump de tirá-lo do poder.
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Líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó, fala a jornalistas do lado de fora do Congresso Nacional, em Caracas, ao ser impedido de participar do pleito. (5/1/2020. REUTERS/Fausto Torrealba)
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"Brasil não reconhecerá o resultado”, diz ministro Ernesto Araújo (Agencia Brasil)
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Em vídeo divulgado nas redes sociais do Ministro das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, Ernesto Araújo, neste domingo (5), Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela tenta entrar no parlamento do país e é impedido por policiais. Segundo o ministro, o presidente Nicolas Maduro, tentou impedir a votação da Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da Assembleia Nacional e do governo interino.
A agência de notícia oficial da Venezuela, AVN, divulgou que Luis Parra é o novo presidente da Assembleia Nacional para o ano de 2020. No entanto, o resultado não seria reconhecido pelo Brasil “[A eleição] crucial para a redemocratização do país. Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia”, disse Araújo.
Segundo a agência AVN, Franklyn Duarte fica como primeiro vice-presidente, Joser Gregorio Norieha como o segundo vice-presidente e Negal Morales como secretário do parlamento.
“Hoje queremos abrir a porta ao futuro do parlamento”, disse Parra em um comício transmitido pela emissora de televisão venezuelana.
Conforme a AVN, as eleições parlamentares foram propostas por José Brito, que acusou o presidente autoproclamado Juan Guaidó de abandonar “por completo” a gestão parlamentar para se dedicar a “consolidar uma estrutura pessoal de poder.”
A sessão em que os novos membros do parlamento vão fazer o juramento está marcada para o dia 07 de janeiro.
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