Bolsonaro na Band: "Brasil terminou bem (o ano); maioria sente que estamos melhor"

Publicado em 24/12/2019 21:03

São Paulo - O Brasil terminou 2019 bem e a maioria da população percebe o País melhor, na avaliação do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista na tarde desta terça-feira, 24, ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que "a maioria da população sentiu que está melhor do que no passado".

Citando a queda da taxa Selic para o mínimo histórico de 4,5%, o presidente destacou que o governo pagará menos juros da dívida. "Nós pagamos por ano em torno de R$ 400 bilhões de juros. Vamos pagar agora R$ 110 bilhões a menos", detalhou, atribuindo feitos na área econômica ao trabalho da equipe comandada por Paulo Guedes. O risco Brasil, ressaltou, está em recuperação.

"Resolvemos essa semana a questão do aço no Brasil; Trump iria sobretaxar, mas conversei com ele por telefone e resolvemos a questão", citou.

Ao comentar prioridades para o Brasil em 2020, disse que a reforma administrativa é muito importante. Além disso, continuar fazendo comércio com o mundo todo é fundamental, destacando que em janeiro viaja para a Índia. "Vamos assinar muitos acordos, alguns contratos."

Ele falou também sobre preços. "Sei que a carne está cara", afirmou, prevendo que daqui a três ou quatro meses se normalize o mercado. "Os combustíveis estão muito altos. Na ponta da linha, vendedor às vezes abusa", pontuou.

O presidente destacou também a abertura do comércio de gás da Argentina para o Brasil e citou ainda potencial do Rio Grande do Norte na área. "Agora, a Bolívia trocou o governo, agora não é mais um socialista, e vamos ter eleição em janeiro e ao que tudo indica não vai ser um socialista, e vamos ampliar a nossa compra de gás da Bolívia", acrescentou.

Bolsonaro lembrou que "aprovamos reforma da Previdência, salgada, mas tínhamos que aprová-la se não o Brasil ia quebrar". Citou ainda a aprovação da lei da Liberdade Econômica. Segundo o presidente, o projeto do Código de Trânsito será aprovado em fevereiro ou março. "Temos tido retorno do Parlamento. O Parlamento em parte tem nos ajudado bastante", afirmou.

Sobre o projeto de transformar a Baía de Angra "numa Cancún", mais aberta ao turismo de massa, disse que a ideia precisa passar pelo Congresso, porque revogaria decreto ambiental. "Se estivesse na Espanha, a Baía de Angra faturaria bilhões de dólares com turismo."

"Terminamos o ano sem uma denúncia de corrupção em nosso governo. Fizemos o possível para que velhas práticas não voltassem", disse. O governo, de acordo com o presidente, "respeita a família" e "honra seus militares". "É um governo que fala em Deus", acrescentou. A intenção, ainda segundo ele, é entregar um governo "a quem me suceder bem melhor do que aquele que eu recebi em janeiro deste ano".

Caged

Na avaliação do presidente, o melhor programa social é o emprego. "Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) vão bater agora em dezembro a criação de 1 milhão de empregos no Brasil, agora estamos pouco abaixo de 13 milhões de desempregados no Brasil. Falta muita coisa ainda", admitiu, pontuando que houve reversão de tendência.

Bolsonaro também reconheceu que há problemas na Educação, ainda. "Vamos ter que melhorar", afirmou. Ele, contudo, evitou responder sobre reforma ministerial e permanência do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no cargo. "No momento, não tem ninguém previsto para sair."

Bolsonaro: nova intenção é busca e apreensão em casa de outro filho meu

São Paulo - Em entrevista na tarde desta terça-feira, 24, ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro disse ter conhecimento de que há "uma nova intenção de que seja realizada operação de busca e apreensão na casa de outro filho meu", sem especificar qual. E acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de estar por trás de uma conspiração para incriminá-lo, em uma conversa "entre dois bandidos" que seria, segundo afirmou o presidente, veiculada por uma rede de TV.

Os comentários foram feitos após o apresentador perguntar ao presidente sobre a investigação em curso sobre o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) que, segundo ressaltou o presidente, corre "em segredo de Justiça" e que foi "vazada ilegalmente" para uma rede de TV, em referência à TV Globo.

Questionado por Datena se não haveria uma "carga de campanha política" sobre Flávio Bolsonaro em função de uma disputa presidencial antecipada, "provocação de eleição", Bolsonaro respondeu: "Já que você tocou no assunto, eu vou pela primeira vez falar do meu filho". "O que acontece: você tem uma lei; e quando alguém erra, a lei é aplicada."

"Eu te pergunto aqui, olha só, o processo dele está correndo em segredo de Justiça? Está em segredo de Justiça. Como é que justifica esse vazamento diretamente para aquela grande rede de televisão, o tempo todo", questionou. "Quando os caras fazem uma busca e apreensão, as famílias que têm sua casa invadida ficam marcadas na sua rua. Isso tudo que está acontecendo é um crime que os caras estão fazendo."

"Se está em segredo de Justiça, que se apure. E, na hora certa, divulguem as operações, não fazendo essa pirotecnia toda, em que o objetivo é me atingir", acrescentou o presidente.

"Eu te digo em primeira mão, toda hora chega uma maneira aqui para mim: tentaram colocar o caso Marielle no meu colo. Eu estava em Brasília, foi lá a polícia do governador ouvir o porteiro sobre esse episódio. Eu estava em Brasília, mesmo assim tentaram empurrar pra mim", afirmou Bolsonaro.

"Hoje chegou também ao meu conhecimento, eu não tenho como comprovar, mas esse mesmo agente político lá do Rio de Janeiro acertou gravações entre bandidos citando meu nome, para divulgar em uma grande rede de televisão depois. Isso acabou sendo abortado, porque estourou antes da hora essa intenção deles. A nova intenção deles, eu não tenho como comprovar, mas querem fazer uma busca e apreensão na casa de um outro filho meu, já, pelo que tudo indica, fraudando provas, plantando provas falsas dentro da casa dele", afirmou o presidente.

"Isso tudo é um inferno que a gente vive, é um jogo de poder, um jogo de poder sujo que existe. Agora, eu tenho couro pra enfrentar tudo isso aí, mas eu lamento o que minha família, meus amigos sofrem. Dá para entender como um juiz quebra 93 sigilos com cinco linhas? Pode quebrar sigilo, mas tem que fundamentar. O que está havendo é um atropelo, uma maneira de criar escândalos", concluiu o presidente.

Moro é eleito uma das 50 personalidades da década pelo 'Financial Times'

São Paulo - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi escolhido pelo Financial Times como uma das 50 personalidades que marcaram a década. A lista, composta a partir do crivo de repórteres do jornal britânico, destacou "indivíduos que se mostraram capazes de arrancar o poder consolidado de instituições". Ele foi o único brasileiro escolhido.

"Sérgio Moro liderou uma investigação anticorrupção que abalou as estruturas políticas da América Latina", diz o jornal.

A publicação diz que as investigações sobre os pagamentos de propina envolvendo a construtora Odebrecht levaram à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. O jornal ainda cita o envolvimento em escândalos de corrupção de quatro ex-presidentes peruanos.

O jornal lembra, ainda, a indicação política para ser ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro. "Um movimento rumo à política que atraiu dúvidas sobre a sua independência enquanto juiz, mas que pode colocá-lo no caminho para disputar a presidência."

Bolsonaro sobre Moro como futuro vice: é muito cedo para falar em eleições

São Paulo - Em entrevista na tarde desta terça-feira, 24, ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro foi evasivo ao comentar a possibilidade de o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, ser o seu companheiro de chapa, como vice, na campanha de reeleição.

"É muito cedo para falar em eleições presidenciais", limitou-se a dizer Bolsonaro, após Datena ter chamado atenção para Moro ter sido apontado pelo diário britânico Financial Times em uma lista global de 50 personalidades influentes, pelo destaque no combate à corrupção no Brasil.

Bolsonaro disse também que não pretende se envolver nas eleições municipais do ano que vem. "Eleição municipal é tremenda dor de cabeça, um erro pesaria na minha conta. Não posso despender tempo com eleição municipal", disse Bolsonaro, que citou também dificuldade na formação do que seria seu partido, o Aliança pelo Brasil.

Entre as prioridades para 2020, Bolsonaro citou a reforma administrativa, mas observou que "90% do que eu faço passa pelo Congresso".

Após queda, Bolsonaro cita trecho bíblico sobre ter apoio para se levantar

Brasília - Um dia após sofrer uma queda no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma passagem bíblica sobre o assunto no Twitter, mas sem citar o episódio diretamente. A mensagem foi divulgada horas depois de Bolsonaro receber alta hospitalar e voltar para a residência oficial da presidência, onde terá que fazer repouso por orientação médica.

"Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Eclesiastes 4:10", escreveu o presidente.

Bolsonaro disse, ainda, que o futuro do País depende de todos e que a população não deve cobrar soluções "de uma única pessoa". "O futuro do Brasil depende do esforço de cada um de nós. Não cobre, de uma única pessoa, a solução do que foi destruído, por décadas, pela ação dos maus e omissão dos bons", afirmou na rede social.

 
 
Fonte: Agência Estado

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