Governo argentino discute com agricultores sobre possível escalonamento de "retenciones"
BUENOS AIRES (Reuters) - O ministro de Agricultura argentino, Luis Basterra, iniciou conversas com produtores rurais sobre a possibilidade de aplicar impostos menores sobre as exportações de grãos de produtores afastados dos portos, disse à Reuters um porta-voz da pasta, nesta terça-feira.
Com a entrada em vigor de uma lei aprovada pelo Congresso argentino, na segunda-feira, os impostos sobre as exportação de soja subiram a 33%, enquanto os embarques de milho e trigo passaram a ser taxados em 15%.
No início do mês, antes do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández assumir o cargo, a taxa de exportações de soja era de cerca de 25%, e a dos outros grãos ficava em torno de 7%.
“É uma possibilidade que seguirá sendo discutida em termos concretos entre o governo e as associações rurais que se encontraram com o ministro ontem (segunda)”, disse à Reuters, por telefone, um porta-voz do Ministério da Agricultura argentino.
Na segunda, Basterra se reuniu com os líderes das principais entidades agropecuárias da Argentina, que criticam o aumento nos impostos sobre as exportações de grãos.
Em uma entrevista publicada nesta terça no jornal La Nación, Basterra destacou que “foi aberto um espaço de diálogo sobre a múltipla problemática das economias regionais”.
Segundo o jornal argentino, após a reunião o ministro conversou com os agricultores do norte do país e com cooperativas sobre a possibilidade de estabelecer um mecanismo de escalonamento do imposto. “Temos que melhorar os sistemas que foram usados no passado”, disse ele.
A Argentina é um dos principais exportadores de alimentos do mundo, e a região agrícola e portuária de Rosário, localizada no centro-oeste do país, às margens do Rio Paraná, é a principal porta de saída de seus produtos. Cerca de 80% dos embarques do setor agropecuário parte da região.