Economia crescerá pelo menos 2% em 2020, diz Guedes
A economia crescerá pelo menos 2% em 2020, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em entrevista coletiva para fazer o balanço de fim de ano da pasta, o ministro se disse otimista com a evolução da economia e afirmou que as reformas estruturais para reduzir os gastos públicos estão começando a dar frutos.
“O PIB [Produto Interno Bruto] crescerá no mínimo 2% ano que vem. Essa é uma estimativa conservadora da nossa parte. Acreditamos que a economia crescerá pelo menos o dobro deste ano. Se 2019 fechar com 1,2% [de crescimento do PIB], [a economia] crescerá 2,4% em 2020”, explicou o ministro.
A estimativa de 2% apresentada por Guedes está mais conservadora que a das instituições financeiras. Na última edição do boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, os analistas de mercado acreditavam em crescimento de 1,12% do PIB em 2019 e de 2,25% em 2020.
Para Guedes, o crescimento da economia brasileira próximo de 1% em 2019 não foi surpresa. Em janeiro, o boletim Focus previa expansão de 2,53% da economia para este ano, mas o ministro disse que as expectativas só começaram a ser ajustadas após a aprovação da reforma da Previdência. “Como a economia ia crescer se a gente ainda não tinha aprovado a reforma?”, questionou.
O ministro ressaltou que a aprovação da reforma da Previdência foi essencial para que os juros de longo prazo caíssem, o que resultará em taxas baixas para os próximos anos. “A primeira torre que derrubamos foi a da Previdência Social, que era uma fábrica de privilégios insustentáveis”, ressaltou.
Segundo Guedes, a economia de R$ 800 bilhões para a União nos próximos dez anos proporcionada pela reforma mostra que o Congresso está comprometido com as mudanças estruturais da economia e que a Previdência, com gastos em torno de R$ 700 bilhões por ano, era a principal fonte de desequilíbrio fiscal.
Juros
O ministro destacou que a aprovação da reforma da Previdência levou à diminuição dos juros da dívida pública, o segundo maior gasto federal, que consome cerca de R$ 400 bilhões por ano. Além das mudanças na Previdência, Guedes destacou a devolução de recursos de bancos públicos para o Tesouro e as privatizações de subsidiárias de estatais como fatores que ajudaram a reduzir as despesas com juros e a segurar o endividamento público.
“Nossa segunda grande torre são os gastos da dívida pública. Vamos despedalar os bancos públicos, mandando de volta [para o Tesouro] a dívida que eles têm com a União. Desaceleramos o endividamento com bancos públicos devolvendo dinheiro. O secretário Salim Mattar está privatizando. Assim estamos desacelerando o endividamento em forma de neve”, disse.
A terceira fonte de controle dos gastos públicos que o ministro prometeu reduzir são as despesas com o funcionalismo público, que consomem em torno de R$ 300 bilhões por ano. Segundo Guedes, a não reposição de servidores que se aposentam ou saem do governo reduziu o número de funcionários federais de 640 mil em janeiro para 610 mil agora. Além disso, ele citou o congelamento dos salários, previsto no pacto federativo, como instrumento para controlar a folha de pagamento.
“A terceira torre é o gasto com o funcionalismo. Nos últimos 15 ou 16 anos, os servidores tiveram, em média, reajustes de 50% acima da inflação, com aposentadorias generosas. Temos um shutdown [congelamento de serviços públicos] à brasileira. Em vez de parar de pagar todo mundo, é só não dar aumento. Está lá no pacto federativo”, explicou.
Guedes: Equipe econômica é boa, unida e assinou contrato para 4 anos
Por Fabrício de Castro, Lorenna Rodrigues e Idiana Tomazelli, da Agência Estado
Brasília - O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou há pouco que haverá mudanças no secretariado da Pasta, como chegou a ser publicado na imprensa. Segundo ele, a equipe atual do ministério "é boa, unida e assinou contrato para quatro anos".
Sobre o atual secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, Guedes afirmou que ele pegará um "desafio bem maior" em 2020, que será a direção do Conselho Fiscal da República.
"Mansueto é igual ao Jorge Jesus", brincou Guedes, em referência ao técnico do Flamengo, campeão da Libertadores de 2019 e do Campeonato Brasileiro. "Vamos tentar renovar o contrato...". Guedes afirmou ainda que Mansueto ficará por mais um tempo no governo, "porque o Conselho Fiscal é um desafio importante".
Questionado sobre possíveis trocas no restante do secretariado, Guedes qualificou essas informações como "fake news". "Nosso time está unido, está todo mundo no lugar", garantiu o ministro. "É como falar que há briga no Flamengo...", brincou novamente Guedes, em referência ao time carioca.
Guedes e os secretários especiais do Ministério da Economia participaram na tarde de hoje de entrevista coletiva à imprensa, em Brasília, com apresentação de balanço para o ano de 2019.
Ibovespa atinge valorização de 30% no ano em dia de volume gigante
SÃO PAULO (Reuters) - Ações de bancos e da Petrobras lideraram o avanço do Ibovespa nesta quarta-feira, conduzindo o índice para mais um fechamento recorde e acumulando alta de 30% em 2019.
O Ibovespa subiu 1,51%, a 114.314,65 pontos. O giro financeiro da sessão somou volume recorde de 79,6 bilhões reais, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o índice e o índice futuro. O recorde anterior havia sido de 47 bilhões de reais registrado em fevereiro deste ano.
O mercado acompanhou o início do que pode ser o rali da reforma tributária, com o anúncio da instalação de uma comissão mista com deputados e senadores para produzir um texto de consenso sobre o projeto em até 90 dias.
Após encontro com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez projeções otimistas, prevendo que o PIB brasileiro crescerá "muito mais" do que 2% em 2020.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que continuando o ciclo de reformas, o país deverá ter um crescimento mais forte nos próximos anos.
Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, disse que é provável que as agências de classificação de risco elevem a nota no Brasil no ano que vem diante desse cenário, após a S&P elevar a perspectiva para o rating de longo prazo do Brasil na semana passada.
"No contexto de hoje, já percebemos uma melhora no humor do investidor estrangeiro, que vem reduzindo o volume de vendas no mercado. Acho que ainda não veremos uma inversão deste fluxo, mas com certeza vai diminuir", afirmou.
Agentes do mercado também acompanham a votação da Câmara dos Deputados dos EUA para aprovar o impeachment do presidente Donald Trump em resultado das acusações de abuso de poder e obstrução de um inquérito do Congresso.
Apesar da provável aprovação na Câmara, o processo não deve passar no Senado, segundo analistas.
DESTAQUES
- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN subiram 2,6% e 2,3%, respectivamente. O BNDES deve definir até semana que vem o banco que ajudará na venda de ações da petrolífera detidas pela instituição por meio da BNDESPar, disse o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano.
- MARFRIG ON despencou 4,2%, após a empresa precificar em 10 reais sua oferta pública de ações primária e secundária. Na véspera, os papéis da companhia fecharam a 10,70 reais. No setor, JBS ON ganhou 3,56% e BRF FOODS subiu 2,1%.
- ELETROBRAS PNB recuou 2,95%, após notícia de que o projeto de lei da privatização da empresa está travado no Congresso devido à resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em colocá-lo em votação caso não existam sinais de que a matéria pode ter apoio mínimo no Senado, de acordo com reportagem do jornal Valor econômico.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,28% e BRADESCO PN subiu 2,8%.
- HYPERA PHARMA ON ganhou 3,8%, liderando as altas da sessão. A farmacêutica anunciou a compra das populares marcas de medicamentos Buscopan da europeia Boehringer Ingelheim, em uma transação que inclui outros ativos e que foi acertada por 1,3 bilhão de reais.
- VIA VAREJO ON avançou 2,5%, seguindo a forte tendência de alta das últimas semanas. No setor varejista, MAGAZINE LUIZA ON ganhou 1,4%, enquanto B2W GLOBAL ON desvalorizou-se 0,6%.
- Fora do índice, RANDON PN avançou 3%, após sua controlada Fras-Le anunciar na véspera a aquisição da Nakata por 457 milhões de reais. FRAS-LE ON saltou 15,1%.
- NATURA ON caiu 0,27%, na primeira sessão após a mudança do nome corporativo da empresa, na esteira da reestruturação societária que se sucedeu à aquisição da Avon.