Cenário para rali de Natal em Wall Street pode estar se formando, diz a Reuters

Publicado em 24/11/2019 15:15

NOVA YORK (Reuters) - Um ano após a forte queda nos mercados de ações dos Estados Unidos, muitos investidores acreditam que existem condições para evitar outro recuo no final deste ano e, possivelmente, preparar o cenário para terminar 2019 com rali.

Um Federal Reserve com política monetária mais acomodatícia em comparação a um ano atrás é um argumento importante para investidores confiantes de que é improvável que o mercado veja uma repetição do tombo de 2018.

No ano passado, investidores estavam preocupados com o fato de o Fed estar elevando as taxas de juros muito rapidamente. Por outro lado, o Fed tem promovido cortes nos juros neste ano e, embora não se espere que o banco central baixe novamente as taxas em dezembro, tampouco se espera que suba.

Outra mudança em relação a um ano ano atrás citada pelos investidores: os mercados globais de ações estão mais sincronizados em seu forte desempenho.

"As perspectivas para este ano são melhores", disse Michael Antonelli, estrategista de mercado da Robert W. Baird em Milwaukee.

"Não são apenas os EUA que estão indo bem agora. Está acontecendo em muitos lugares ao redor do mundo, e isso melhora o humor dos investidores para ativos de risco."

Os índices de ações em todo o mundo se juntaram aos mercados norte-americanos nas últimas semanas, que bateram recordes.

No acumulado do ano, o índice Stoxx 600 ações europeias sobe cerca de 19,6% e recentemente alcançou seu patamar mais alto em mais de quatro anos. O S&P 500 avança 24% neste ano.

No mesmo período do ano passado, o S&P 500 acumulava alta de cerca de 1%, enquanto o Stoxx 600 caía em torno de 9%.

Mas o desempenho das ações no fim do ano depende muito mais do que do sentimento em relação a períodos de festas.

Os últimos cinco pregões do ano e os dois primeiros do novo ano incluem o tradicional rali de Natal, de acordo com o "Almanaque do operador de ações".

Mas um rali de final de ano pode ser prejudicado por qualquer perturbação no noticiário comercial sobre Estados Unidos e China.

  • Papai Noel faz uma visita à Bolsa de Nova York (NYSE) em Nova York, EUA. 21/11/2018. REUTERS/Brendan Mcdermid
  • Ainda há esperança para acordo comercial EUA-China neste ano, diz autoridade dos EUA

  • HALIFAX, Canadá (Reuters) - O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Robert O'Brien, disse no sábado que um acordo comercial inicial com a China ainda é possível até o final do ano, mas alertou que Washington não fechará os olhos para o que acontece em Hong Kong.

    Os comentários aumentam as preocupações de que uma repressão chinesa aos protestos contra o governo em Hong Kong possa complicar ainda mais os esforços dos Estados Unidos e da China para encerrar uma guerra comercial prolongada que tem abalado os mercados globais e minado previsões de crescimento econômico pelo mundo.

    "Esperávamos ter um acordo (de fase um) até o final do ano. Ainda acho possível", disse O'Brien a repórteres em uma conferência de segurança em Halifax.

    "Ao mesmo tempo, não vamos fechar os olhos para o que está acontecendo em Hong Kong ou no Mar do Sul da China ou em outras áreas do mundo onde estamos preocupados com as atividades da China", disse.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que falou ao presidente chinês, Xi Jinping, que reprimir os protestos de Hong Kong teria "um tremendo impacto negativo" nas iniciativas para chegar a um acordo para encerrar a guerra comercial, que já dura 16 meses.

    Trump tem sido vago sobre se assinaria ou vetaria leis para apoiar os manifestantes em Hong Kong e se vangloriou de que sozinho impediu que Pequim reprimisse as manifestações com um milhão de soldados.

    O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse em outubro que os negociadores chineses e norte-americanos estavam trabalhando na conclusão da "fase um" do texto do acordo comercial para que os presidentes assinassem o documento em novembro.

Fonte: Reuters

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