Acordo comercial EUA-China está à vista após progresso em conversas de alto nível

Publicado em 01/11/2019 20:46

NOVA DÉLI (Reuters) - As negociações comerciais entre Estados Unidos e China estão progredindo bem, e os EUA pretendem assinar um acordo inicial neste mês, disseram as principais autoridades do governo Trump nesta sexta-feira, oferecendo garantias aos mercados globais após quase 16 meses de disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que os dois lados chegaram a "um consenso sobre princípios" durante uma séria e construtiva conversa por telefone nesta sexta-feira entre seus principais negociadores comerciais.

No final desta sexta-feira, Trump afirmou que as negociações estavam indo bem, ecoando comentários feitos por membros do seu governo ao longo do dia. O assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, também se mostrou otimista com a conclusão da "fase um" do acordo, mas afirmou que o entendimento entre EUA e China ainda demandará mais duas fases.

Os negociadores norte-americanos e chineses fizeram "enormes progressos" para finalizar um acordo da "fase um", embora o acerto ainda não estivesse 100% completo, disse o assessor econômico da Casa Branca Larry Kudlow a repórteres nesta sexta-feira.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, fizeram progressos em uma variedade de questões durante telefonema com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, e estavam trabalhando para resolver questões pendentes, informou o Escritório do Representante de Comércio dos EUA em comunicado.

A nota informou que essas autoridades continuarão liderando as conversas.

Em entrevistas separadas, Kudlow e o secretário de Comércio, Wilbur Ross, utilizaram nesta sexta-feira termos otimistas sobre os movimentos para uma conclusão do acordo.

"Estou bastante otimista", disse Kudlow à Fox Business Network, conforme as negociações comerciais estavam em andamento.

"O acordo não está concluído, mas fizemos um enorme progresso. Estamos além de onde estávamos na primavera passada, então vou jogar do lado otimista", disse ele posteriormente a repórteres.

Autoridades dos EUA disseram que os dois lados estavam perto de um acordo em maio, mas as negociações fracassaram quando a China recuou nos compromissos de mudar sua legislação para resolver as principais queixas dos EUA sobre roubo de propriedade intelectual, transferências forçadas de tecnologia e outras práticas.

Por enquanto, Kudlow disse que as tarifas planejadas dos EUA para laptops, brinquedos e outros produtos fabricados na China --que entrarão em vigor em 15 de dezembro-- permanecerão à mesa. E afirmou que a decisão sobre se iriam adiante seria tomada pelo presidente Donald Trump.

Washington ainda esperava assinar o acordo este mês, disse Kudlow, apesar de o Chile ter desistido de sediar a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, onde se esperava que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, assinassem os termos.

"Estamos procurando um local", disse ele. "Gostaríamos que o momento fosse parecido, mas tudo será determinado."

Acordo comercial com China demandará três fases, diz assessor da Casa Branca

WASHINGTON (Reuters) - Estados Unidos e China estão em um bom caminho para completar a primeira parte de um acordo comercial, mas duas fases adicionais serão necessárias para lidar com todos os "pecados capitais estruturais" da China, afirmou o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, nesta sexta-feira.

Navarro disse à Fox Business Network que o ponto crucial do acordo era um mecanismo que permita aos Estados Unidos a imposição de tarifas no caso de qualquer violação ao acerto, sem medo de retaliações de Pequim.

"Vamos precisar de três fases do acordo para lidar com todos os sete... pecados capitais estruturais da China", afirmou.

Autoridades dos EUA e da China disseram nesta sexta que progrediram bem no sentido de finalizar a fase um do acordo comercial, depois de quase 16 meses de tarifas que têm prejudicado o crescimento global.

Fonte: Reuters

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