Alberto Fernández e Cristina Kirchner vencem as eleições na Argentina

Publicado em 27/10/2019 16:40
País passa por grave crise econômica

A Argentina foi às urnas neste domingo (27) e elegeu presidente o candidato de oposição Alberto Fernández, 60 anos, em primeiro turno. Com 80% dos votos computados, ele, obteve 47,53% dos votos e não podia mais ser alcançado. Fernández terá como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, 66, que comandou o país entre 2007 e 2015.

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Eleições na Argentina e no Uruguai transcorrem com normalidade

Por Agência Brasil

 

No início da tarde de hoje (27), cerca de 44% dos quase 34 milhões de argentinos habilitados a votar já tinham ido às urnas. Os seis candidatos à Presidência da Republica também já votaram. A disputa deve ser decidida entre o atual mandatário, Mauricio Macri, e Alberto Fernández, que tem como companheira de chapa a senadora e ex-presidentae Cristina Kirchner. A votação encerra-se às 18h, e os resultados começam a ser divulgados às 21h.

De acordo com o resultado das eleições primárias, realizadas em agosto, a expectativa é de que a chapa Fernández-Kirchner saia vitoriosa em primeiro turno. Nas primárias, que funcionam como uma grande sondagem nacional, a chapa opositora a Macri teve 47% das intenções de voto. Para vencer em primeiro turno, é necessário 45% dos votos ou 40% e 10 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.

Apesar do resultado negativo nas primárias, Macri vem se mostrando confiante em um possível segundo turno. Ele foi eleito presidente em 2015 com 51,34% dos votos, após mais de uma década de governos de esquerda. Marido da senadora Cristina, Néstor Kirchner, falecido em 2010, governou o país de 2003 a 2007. Cristina o sucedeu e governou de 2007 a 2015.

A Argentina enfrenta grave crise econômica e social; a inflação este ano deve chegar a 55%; 30% das pessoas vivem na pobreza e os sem-teto chegam a quase 10% da população. Segundo avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina é o terceiro país com maior inflação no mundo, perdendo apenas para a Venezuela e o Zimbábue.

Uruguai

No Uruguai, as eleições também transcorrem normalmente, com quase 2,7 milhões de habitantes aptos para votar. A população do país é de 3,4 milhões de pessoas. São mais de 7 mil colégios eleitorais em todo o país; 6.314 em áreas urbanas e 808 em áreas rurais. A votação termina às 19h30, e os resultados preliminares podem ser divulgados a partir das 21h.

De acordo com as pesquisas, deve haver segundo turno no Uruguai entre os candidatos Daniel Martínez, da coalizão de esquerda Frente Ampla, há 15 anos no poder, e  Luis Lacalle Pou, representante da direita, com o Partido Nacional.

Mais de 6 mil uruguaios que moram na Argentina devem cruzar o Rio da Prata para votar. A lei eleitoral uruguaia não permite que seus cidadãos votem em outros países, em consulados ou embaixadas, nem por correspondência.

Daniel Martínez, apesar de sair na frente nas pesquisas em primeiro turno, com cerca de 40% das intenções de voto, conforme as estimativas pode ser derrotado no segundo turno.

Em segundo lugar na disputa, Lacalle Pou tem com cerca de 26% das intenções de voto. Ele é filho do ex-presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle (1990-1994) e, em 2014, disputou a Presidência com o atual chefe do governo, Tabaré Vázquez. Esre venceu em segundo turno, com 56% dos votos, contra 43% de Lacalle Pou.

Em terceiro lugar nas pesquisas aparece Ernesto Talvi, do Partido Colorado, com cerca de 12% das intenções de voto, em sua primeira incursão na política. Talvi tem forte discurso forte com ênfase na área de educação.

Analistas acreditam na formação de uma coalizão entre blancos (do Partido Nacional) e colorados (do Partido Colorado, em terceiro lugar nas pesquisas), em um provável segundo turno contra Martínez, da Frente Ampla.

Apesar de ter havido aliança entre blancos e colorados no passado, os partidos são rivais históricos e a transferência de votos entre eles não é automática. Há blancos que não votam em colorados e vice-versa.

No Uruguai, para ganhar em primeiro turno, é necessário obter 50% dos votos mais 1. Caso haja segundo turno, a votação será no dia 24 de novembro, e a poss,e no dia 1º de março do ano que vem.

Eleição presidencial ocorre neste domingo na Argentina

Hoje (27) é dia de eleição na Argentina. Cerca de 34 milhões de argentinos estão habilitados para votar. Eles decidirão os cargos de presidente e vice-presidente, senadores e deputados. Os colégios eleitorais abrem às 08h e as votações serão encerradas às 18h.

As eleições primárias, realizadas em agosto no país, apontaram para uma vitória em primeiro turno da chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner. Na disputa, eles receberam 47% dos votos. Mauricio Macri, o atual presidente do país, recebeu 32%. Ele tem como vice Miguel Ángelo Pichetto.

Caso essa diferença se mantenha, Alberto Fernandez vence em primeiro turno. Na Argentina, é necessário 45% dos votos ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.

Mauricio Macri é candidato pela coalizão Juntos por el Cambio. Alberto Fernández é da coalizão Frente de Todos.

Em terceiro lugar nas pesquisas, aparece Roberto Lavagna, que tem cerca de 8% das intenções de voto e é candidato pela coalizão Consenso Federal. São candidatos à presidência também Nicolás del Caño, da coalizão Frente de Esquerda; José Luis Espert, da Unite; e Juan Centurión, da Frente Nós. Os 3 últimos têm entre 1% e 3% das intenções de voto.

Além de eleger o presidente e o vice-presidente, a votação definirá os nomes de 130 deputados nacionais, 24 senadores nacionais e 43 deputados do Parlamento do Mercosul. Em algumas províncias também serão eleitas autoridades executivas e legislativas.

Um eventual segundo turno será dia 24 de novembro e o novo governo assumirá dia 10 de dezembro. O mandato presidencial é de 4 anos e é permitida apenas uma reeleição.

Primárias

As primárias, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) funcionam como uma sondagem e serviram para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais de hoje.

Após o resultado das eleições primárias, o dólar disparou e Macri se viu obrigado a lançar uma série de medidas para tentar conter a inflação e aliviar um pouco o bolso dos argentinos.

Entre as medidas anunciadas por Macri estavam: a liberação de bônus salariais para os trabalhadores (servidores públicos e privados, informais e desempregados); o congelamento o preço da gasolina por 90 dias; o aumento do salário mínimo; e a permissão para que as pequenas e médias empresas pudessem renegociar suas dívidas tributárias em 10 anos. Ele anunciou ainda a redução no imposto de renda dos aposentados, bônus para famílias de baixa renda com filhos e um aumento de 40% no valor das bolsas dos estudantes.

O país enfrenta uma grave crise econômica e social; a inflação este ano deve chegar a 55%; 30% das pessoas vive na pobreza e os sem-teto chegam a quase 10% da população.

Fonte: Agência Brasil

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