Ibovespa supera 108 mil pontos pela 1º vez puxado por Petrobras em dia cheio de balanços

Publicado em 25/10/2019 13:54

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa superou os 108 mil pontos pela primeira vez nesta sexta-feira, guiado pela alta expressiva das ações da Petrobras após a petrolífera reportar resultado trimestral forte, enquanto Ambev atenuava o fôlego, em queda de quase 7% depois de resultado considerado fraco.

Às 11:29, o Ibovespa subia 0,32 %, a 107.326,33 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 108.083,26 pontos. O volume financeiro somava 5 bilhões de reais.

Para a equipe da Elite Investimentos, o Ibovespa está repercutindo nesta manhã, principalmente, os resultados de Petrobras e Vale, divulgados na noite da véspera, em meio a uma agenda fraca no exterior, onde Wall Street também reage à temporada de balanços das companhias norte-americanas.

Eles ressaltaram, contudo, que os mercados seguem atentos ao progresso das negociações entre os Estados Unidos e a China, bem como o impasse na União Europeia em relação ao Brexit.

Números sobre a participação de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro mostram entradas líquidas de 1,4 bilhão de reais nesta semana até o dia 23, o que ajuda a explicar o movimento mais forte do Ibovespa nos últimos dias, renovando máximas várias vezes.

Em Wall Street, o S&P 500 mostrava acréscimo de 0,15%.

Na visão da equipe do BTG Pactual, a partir de agora, investidores na bolsa paulista tendem a ficar no aguardo da divulgação de mais resultados trimestrais para intensificar suas razões de compra, conforme nota enviada pela área de gestão de recursos do banco a clientes.

"O nosso viés continua sendo de otimismo com o ambiente doméstico, uma vez que há agora uma expectativa de estabilidade fiscal", afirmou.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 3,35% e 3,15%, respectivamente, após a companhia reportar lucro líquido de 9,09 bilhões de reais para o terceiro trimestre, alta de 36,8% ante o mesmo período do ano passado, apesar de uma queda nos preços do petróleo, em meio a uma redução no custo de extração do pré-sal para nível "sem precedentes".

- VALE ON avançava 2,25%, também reagindo à repercussão do balanço do terceiro trimestre, quando a mineradora registrou lucro líquido de 1,654 bilhão de dólares, alta de 17,5% ante o mesmo período do ano passado, com a forte geração de caixa da empresa permitindo redução da dívida líquida em 4,4 bilhões de dólares no período.

- AMBEV ON desabava 6,98%, tendo no radar lucro líquido 9,7% menor no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, refletindo a estagnação dos volumes após vendas mais fracas no Brasil, enquanto os custos e as despesas gerais cresceram no período.

- USIMINAS PNA subia 1,93%, mesmo após a companhia reportar prejuízo no terceiro trimestre de 2019 e queda no lucro operacional medido pelo Ebitda na comparação ano a ano, com analistas destacando crescimento no saldo em caixa e expectativas mais pessimistas para a companhia.

- LOJAS RENNER ON tinha variação positiva de 0,06%, tendo de pano de fundo queda de 2,6% no lucro líquido do terceiro trimestre, para cerca de 189 milhões de reais, com questões tributárias não recorrentes minimizando fortes receitas.

- LOCALIZA ON perdia 2,31%, mais uma vez entre as maiores quedas. Na quarta-feira, após o fechamento, a empresa divulgou lucro abaixo do previsto por analistas no terceiro trimestre, refletindo maior pressão nos preços para venda de carros, o que resultou em despesas com depreciação. Na véspera, a ação fechou em baixa de 6%.

- BRADESCO PN subia 0,96%, endossando o viés positivo do Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN valorizando-se 0,38%, em sessão de modo geral positiva para as ações de bancos listados no índice.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar sobe em meio à pressão de cortes graduais do Fed e conflito no Oriente Médio
Wall St abre em baixa com investidores na espera de dados de emprego dos EUA
Expansão da indústria do Brasil ganha força em setembro com melhora da demanda, mostra PMI
Dólar recua na contramão do exterior em meio à cenário positivo para o real
Avanço acelerado da energia solar até 2028 exigirá leilões anuais de potência, aponta ONS
Banco do Japão sinaliza pausa no aumento dos juros após corte do Fed