PF faz busca e apreensão em endereços de Janot, a pedido do STF

Publicado em 27/09/2019 21:07

BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira mandatos de busca e apreensão nos endereços do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de acordo com informação confirmada pelo STF.

De acordo com fonte ouvida pela Reuters, as buscas foram realizadas na casa de Janot e no escritório do ex-procurador. Foram apreendidos nos locais uma arma, celulares e tablets.

Segundo fonte que pediu para não ser identificada, Moraes autorizou que a PF acesse os dados contidos nas mídias apreendidas. Também proibiu Janot de chegar a menos de 200 metros do STF, de todos os ministros do Supremo e ainda cassou o porte de armas do ex-procurador-geral. Moraes determinou ainda a tomada imediata de depoimento.

A decisão de Moraes foi tomada a partir do pedido de providências de outro ministro do Supremo, Gilmar Mendes, depois de Janot ter dito, em entrevistas, que planejou matá-lo e chegou a levar uma arma a uma sessão do STF.

Mais cedo, Gilmar Mendes pediu a Alexandre de Moraes, que coordena no STF, o inquérito sobre fake news e ameaças a ministros da Corte, que retirasse de Janot o porte de armas a que tinha direito e o impedisse de entrar na corte ou se aproximar dele.

Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos, entre 2013 a 2017, apontado pela ex-presidente Dilma Rousseff por ter sido o mais votado da lista tríplice votada pelos procuradores.

Na quinta-feira, em entrevista aos jornais Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo e à revista Veja, Janot disse que entrou armado no STF em uma sessão com a intenção de matar Gilmar Mendes. Segundo o ex-PGR, o ministro havia acusado sua filha de advogar para empreteiras investigadas pela operação Lava Jato e ele teria "perdido a cabeça".

Janot diz ter chegado a dois metros de Gilmar e pretendia assassiná-lo e se matar em seguida, mas não conseguiu puxar o gatilho. O caso teria acontecido em 2017.

PF fez operação de busca e apreensão na casa e escritório de Janot

A Polícia Federal (PF) realizou nesta tarde uma ação de busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília. As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorreram após Janot afirmar, em entrevista, que chegou a ir armado com um revólver ao STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. O fato teria ocorrido 2017. 

Na decisão na qual determinou as buscas, Moraes também suspendeu o porte de arma de Janot, proibiu o ex-procurador de se aproximar de integrantes da Corte, de entrar nas dependências do tribunal, além da apreensão da arma citada nas entrevistas. 

Mais cedo, ao tomar conhecimento das declarações, Gilmar Mendes pediu a Moraes, que é relator de um inquérito que investiga fake news e ofensas contra a Corte, a suspensão do porte de arma de Janot e a proibição de sua entrada no STF.

Ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal Arquivo/Agência Brasil

O episódio é narrado por Janot no livro que lança esta semana, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-PGR, entretanto, resolveu agora revelar a quem se referia. O nome de Mendes foi citado em entrevista à imprensa.

“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, escreve Janot no livro.

Em 2017, circulou na imprensa a informação de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, defendia a empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato, em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ex-PGR atribuiu a divulgação da informação a Mendes e, por isso, cogitou matá-lo, segundo o relato.

Em nota, Mendes declarou que Rodrigo Janot é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.

Rodrigo Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos de dois anos, de 2013 a 2017. As duas indicações foram feitas pela então presidente Dilma Rousseff, após ele ter ficado em primeiro na lista tríplice elaborada por membros do Ministério Público. Nas duas ocasiões, Janot foi sabatinado e aprovado pelo Senado.

Fonte: Reuters/Agencia Brasil

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