Johnson volta ao Reino Unido para enfrentar o Parlamento após derrota na Suprema Corte

Publicado em 25/09/2019 09:51

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou de uma viagem ao exterior nesta quarta-feira para enfrentar o Parlamento em uma sessão provavelmente tumultuada, depois de a Suprema Corte derrotá-lo decidindo de forma unânime que ele suspendeu ilegalmente a assembleia.

Após ter perdido sua maioria e uma série de votações sobre a separação britânica da União Europeia na Câmara dos Comuns, Johnson fechou a legislatura por cinco semanas. No entanto, o Supremo disse na terça-feira que ele o fez sem justificativa e que a interdição é anulada.

Abreviando uma visita a Nova York, Johnson voou de volta a Londres e deveria discursar à Câmara dos Comuns reconvocada ainda nesta quarta-feira, tendo rejeitado terminantemente os clamores de renúncia surgidos na esteira do julgamento da Suprema Corte.

A Câmara continua em um impasse no tocante ao Brexit. Johnson está decidido a concretizar a desfiliação em 31 de outubro, com ou sem um acordo de saída, e a maioria dos parlamentares está determinada a impedir uma ruptura sem um acordo.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, de oposição, disse nesta quarta-feira que agora não é hora de o Parlamento tentar derrubá-lo.

"Muito simplesmente, nossa primeira prioridade é evitar uma saída sem acordo da UE no dia 31 de outubro", disse Corbyn em uma entrevista à Rádio 4 da BBC.

Antes da suspensão, o Parlamento aprovou uma lei para exigir que Johnson peça um adiamento do prazo à UE se nenhum pacto de saída for acertado até 19 de outubro. Corbyn disse que ele e outros parlamentares da oposição se concentrarão em fazer com que Johnson cumpra tal lei.

Indagado por repórteres em Nova York na terça-feira sobre como planeja superar o obstáculo legal, Johnson simplesmente ignorou a pergunta e insistiu que o Brexit ocorrerá em 31 de outubro, haja o que houver.

O premiê vem repetindo que seu desfecho favorito para o Brexit seria combinar um acordo de saída com os outros 27 membros da UE antes do prazo e que tem esperança de consegui-lo.

Mas negociadores do bloco dizem que ele não fez nenhuma proposta nova capaz de romper o impasse na questão de como administrar a fronteira da Irlanda, um membro da UE, e a Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido, após o Brexit.

O jornal Financial Times disse que, "diante de um julgamento tão condenatório, qualquer premiê com um fiapo de respeito pela democracia britânica (...) renunciaria", e o diário pró-Brexit Sun repudiou o veredicto da Suprema Corte por vê-lo como um "golpe perigoso de juízes politizados".

 
 
Fonte: Reuters

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