EUA culpam Irã por ataque a refinarias na Arábia Saudita; Trump ameaça responder

Publicado em 16/09/2019 07:51

Por Roberta Rampton e Arshad Mohammed

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados, Donald Trump, disse no domingo que os Estados Unidos estão preparados para uma possível resposta ao ataque a instalações de petróleo da Arábia Saudita, depois de uma importante autoridade do governo norte-americano apontar o Irã como responsável.

Trump também autorizou o uso do estoque emergencial de petróleo dos EUA para garantir um suprimento estável ​​após o ataque, que interrompeu 5% da produção mundial e fez com que os preços do petróleo subissem mais de 19% no início das negociações nesta segunda-feira, antes de recuar para um ganho de 10%.

"Há razões para acreditar que conhecemos o culpado, estamos prontos e carregados dependendo de verificações, mas estamos aguardando notícias do Reino sobre quem eles acreditam que foi a causa desse ataque, e sob quais termos devemos proceder", disse Trump no Twitter.

Mais cedo, um importante funcionário do governo dos EUA disse a repórteres que as evidências do ataque, que atingiu a maior instalação de processamento de petróleo do mundo, indicam que o Irã foi o responsável, e não o grupo iemenita houthi que assumiu a responsabilidade.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, rejeitou as alegações dos EUA de que o país seria responsável, afirmando serem "sem sentido". Um alto comandante da Guarda Revolucionária alertou que a República Islâmica está pronta para uma guerra "completa".

"Todas as bases norte-americanas e seus porta-aviões a uma distância de até 2.000 quilômetros ao redor do Irã estão ao alcance de nossos mísseis", disse o comandante Amirali Hajizadeh, segundo a agência de notícias Tasnim.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que não há evidências de que o ataque tenha partido do Iêmen, onde uma coalizão liderada pela Arábia Saudita luta contra os houthis há mais de quatro anos, em um conflito amplamente visto como uma guerra por procuração entre a Arábia Saudita e o rival muçulmano xiita Irã.

"Em meio a todos os pedidos de redução de tensão, o Irã agora lançou um ataque sem precedentes ao suprimento mundial de energia", afirmou Pompeo.

As tensões entre Washington e Teerã já estavam em alta por causa de uma longa disputa entre as duas nações sobre o programa nuclear do Irã, que levou os Estados Unidos a imporem sanções abrangentes sobre a República Islâmica.

Os preços do petróleo subiram 19% no início das negociações na Ásia nesta segunda-feira, devido a preocupações com a oferta global e as crescentes tensões no Oriente Médio.

O petróleo Brent registrou seu maior ganho percentual intradia desde o início da Guerra do Golfo em 1991.

A gigante petrolífera estatal Saudi Aramco disse que o ataque de sábado reduziu a produção em 5,7 milhões de barris por dia.

Ataques contra refinarias da Arábia Saudita não partiram do Iêmen, diz autoridade dos EUA

WASHINGTON (Reuters) - O alcance e precisão dos bombardeios realizados por drones contra refinarias da Arábia Saudita no sábado sugere que o ataque não foi conduzido por Houthis e que foi promovido a partir da direção oeste-noroeste, não do sul, a partir do Iêmen, disse uma autoridade dos Estados Unidos, neste domingo.

"Não há dúvida de que o Irã é responsável. Não importa como você analise, não há escapatória. Não há outro candidato. A evidência aponta para nenhuma outra direção além daquela que torna o Irã responsável por isso", disse a autoridade à Reuters.

(Por Roberta Rampton)

Fonte: Reuters

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