Esplanada recebe cerca de 30 mil pessoas no desfile de 7 de setembro

Publicado em 07/09/2019 21:35
Presidente quebra protocolo e desce da tribuna de honra durante evento

A Esplanada dos Ministérios ficou lotada na manhã deste sábado, no desfile de 7 de setembro. Antes mesmo de começar o desfile, as arquibancadas já estavam lotadas. Quem não conseguiu entrar para a área das arquibancadas, ficou no gramado assistindo tudo pelos telões com imagens geradas pela TV Brasil. No início do desfile, o sol deu uma trégua, com o céu encoberto por nuvens.

A estimativa preliminar da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e do Comando Militar do Exército é de que entre 25 mil e 30 mil pessoas assistiram ao evento.

O presidente Jair Bolsonaro quebrou o protocolo ao descer da tribuna de honra. Ele pegou uma batuta e faz gestos de maestro ao se aproximar a pé das arquibancadas onde fica o público - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agênci

O presidente da República participou do primeiro desfile da Independência de sua gestão na tribuna de honra, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Com o desfile em andamento, Bolsonaro decidiu descer da tribuna e caminhar pela Esplanada dos Ministérios, acenando e cumprimentando o público. Cercado por dezenas de seguranças, Bolsonaro foi acompanhado por alguns ministros, como Sérgio Moro (Justiça e Segurança Publica), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Em razão da quebra de protocolo, o desfile chegou a ser interrompido por alguns minutos.

Depois te retornar à tribuna, o presidente acompanhou o restante do desfile. Além de ministros e autoridades, os empresários Silvio Santos, Edir Macedo e Luciano Hang também assistiram boa parte da apresentação ao lado de Bolsonaro. Pouco antes do fim da exibição da Esquadrilha da Fumaça, que encerrou as comemorações do 7 de Setembro na capital federal, o presidente e sua comitiva deixaram a Esplanda.

Na chegada à residência oficial, o presidente desceu do carro para cumprimentar as pessoas presentes e falou brevemente com jornalistas que estavam no local. Segundo ele, a decisão de quebrar o protocolo e descer do palanque foi para estimular o sentimento patriótico das pessoas.

"Os seguranças ficam um pouco preocupados aqui, mas é um pequeno risco que a gente corre, porque a gente acha que pode despertar o sentimento patriótico do povo brasileiro", afirmou.

Política

Bolsonaro também comentou a indicação do subprocurador-geral AugustoAras para a Procuradoria-Geral da República. Ele demonstrou confiança para a confirmação do nome, pelo Senado. O nome escolhido pelo presidente precisará passar por sabatina e votação em plenário pelos senadores.

Bolsonaro permanece no Palácio do Alvorada até o fim da tarde e depois embarca, no início da noite, para São Paulo. Amanhã (8) pela manhã, ele será submetido a uma nova cirurgia, dessa vez para correção de uma hérnia incisional, como parte do tratamento que faz desde o ataque a faca que sofreu no dia 6 de setembro do ano passado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Será o quarto procedimento cirúrgico do presidente desde então. Ele passará a noite no Hospital Vila Nova Star, onde será realizada a cirurgia.

A previsão é de que Bolsonaro fique dez dias internado. O vice-presidente Hamilton Mourão assumirá o cargo a partir deste domingo e deve exercer a Presidência por cinco dias. Depois disso, Bolsonaro deve despachar de um gabinete montado no hospital.

Desfile cívico militar de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Análise de O Globo: Bolsonaro mostra popularidade neste de Sete de Setembro

BRASÍLIA — Ao entrar no carro rumo ao Palácio da Alvorada depois de participar das comemorações de Sete de Setembro, neste sábado, o presidente Jair Bolsonaro estava aliviado. Após uma semana que começou com a queda de popularidade registrada na pesquisa Datafolha e teve críticas até de sua própria base pela indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele buscou transformar o Dia da Independência no palanque ideal para passar recados a adversários e aliados e avisar: o "mito", após oito meses de um governo cercado de polêmicas, ainda está vivo.

Em um ambiente favorável, Bolsonaro procurou vender a imagem de que ainda tem força e fôlego. A apresentação das Forças Armadas ajudou a fortalecer o ego do ex-capitão, que já disse não ter nascido para ser presidente, mas sim militar. A sensação dele, segundo relatos de pessoas próximas, é que, durante as 2h45m em que esteve na Esplanada dos Ministérios acompanhando os desfiles, passou no teste de popularidade que ele mesmo criou ao convocar a população para usar verde e amarelo.

Para Bolsonaro, ser ovacionado ao quebrar o protocolo e caminhar por 12 minutos saudando as arquibancadas, com direito a reger a banda do Dragões da Independência, era o que ele precisava para rebater críticas de seus próprios eleitores após a escolha de Aras para a PGR.  Os "comentários pesados" no Facebook, como ele mesmo definiu, ainda estão sendo digeridos pelo presidente e seu entorno, que pela primeira vez foram confrontados com uma reação negativa do bolsonarismo. (Leia mais m O Globo).

Bolsonaro quebra o protocolo e caminha na Esplanada para cumprimentar público em desfile do 7 de Setembro (Reuters)

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro quebrou o protocolo ao descer da tribuna neste sábado e interromper o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios para caminhar e cumprimentar o público presente em várias arquibancadas.

Acompanhado dos ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e outros assessores, além do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, Bolsonaro acenou ao público, que, em diversos momentos retribuiu com gritos de "mito, mito". Os presentes também gritaram o nome de Moro.

No final da caminhada, o presidente parou onde estava a banda e a "regeu" por alguns minutos.

Bolsonaro chegou à Esplanada para acompanhar o evento às 9h, desfilando em carro aberto, como no dia de sua posse. Enquanto o presidente desfilava de pé no carro, seu filho Carlos ficou sentado atrás do pai. A primeira-dama, Michelle, não acompanhou o presidente, mas o esperou diretamente na tribuna de honra.

No meio do desfile, o presidente colocou no Rolls Royce um menino da assistência para desfilar a seu lado.

Em seu primeiro 7 de Setembro como presidente, Bolsonaro tentou se cercar de empresários e ministros. A seu lado na tribuna estavam o dono do SBT, Silvio Santos, o bispo Edir Macedo, da igreja Universal, dono da TV Record, e Hang, apoiadores do presidente, além de ministros e parlamentares.

Antes de chegar ao local, Bolsonaro fez mais uma convocação aos brasileiros para que compareçam aos desfiles do 7 de Setembro vestidos de verde e amarelo.

"A independência de nada vale se não tivermos liberdade. Esta, por tantas e tantas vezes, ameaçada por brasileiros que não têm outro propósito a não ser o poder pelo poder", disse Bolsonaro em um vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do governo. 

-- Então, a todos os brasileiros, nós pedimos, conscientizem-se cada vez mais do que é este país, esta maravilha chamada Brasil, um país ímpar no mundo, que tem tudo para dar certo. E precisamos, sim, de cada um de vocês, para reconstruí-lo E a liberdade estará em primeiro lugar", acrescentou.

Participação popular (Ag. Brasil)

O comerciante argentino Alberto Garcia Diaz, 57 anos, mora há quase 50 anos em São Paulo e pela primeira vez assistiu ao desfile na capital. “É importante participar como forma de dar valor à história do país”, disse ele, que estava acompanhado dos dois filhos, da mulher e de um primo.

Outra família que assistiu o desfile pela primeira vez em Brasília veio de Dourado, no Mato Grosso do Sul. A funcionária pública Estela Marys Barbosa, 28 anos, mudou-se para a capital federal há 3 meses e trouxe os pais – Terezinha de Jesus Barbosa Silveira, dona de casa, 63 anos, e Izaías Tavares da Silveira, eletricista, 63 anos –, em visita a Brasília, para assistir ao desfile. “Eu estava com muito expectativa para assistir ao desfile, esperando chegar o dia 7 de setembro”, disse Estela.

O vigilante Breno Eleazar, 36 anos, contou que já serviu nas Forças Armadas por sete anos e chegou a desfilar em 2001. “É de arrepiar. É uma emoção muito grande quando a gente passa pelo público. Agora estou prestigiando vários amigos da ativa. Sempre que posso venho ao desfile”, afirmou.


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Fonte: Agência Brasil/Reuters

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