Aumento de estímulos na China prejudicaria rating, diz S&P Global

Publicado em 02/09/2019 15:00

Por Marc Jones

LONDRES (Reuters) - Um estímulo à economia baseado em crédito pode prejudicar o rating de crédito da China mais do que o impacto imediato das tarifas comerciais dos Estados Unidos, afirmou o principal especialista para o país da agência de classificação de risco S&P Global.

A S&P cortou a nota de crédito da China pela última vez há alguns anos, mas já faz quase um ano que promoveu sua última revisão formal da nota da segunda maior economia do mundo, e muita coisa aconteceu desde então.

Uma guerra comercial se desenvolveu com os EUA e causou a maior desaceleração do crescimento econômico da China em décadas.

O país asiático tem tentado compensar os danos com várias formas de estímulo, mas o principal analista da S&P para a China, Kim Eng, disse que havia o risco de Pequim acabar indo longe demais com os esforços.

"Se tivermos algum tipo de choque abrupto, acho que o governo pode começar a apostar em tipos mais imediatos de apoio econômico", disse Eng.

"Isso, em nossa opinião, significará que os bancos terão que começar a emprestar rapidamente, o que seria negativo para o rating do governo."

Atualmente, a S&P classifica a China como A+ com uma perspectiva estável. É a mesma classificação da Moody's e da Fitch. Mas, com frequência, a S&P é a primeira das três principais agências a agir, o que significa que sua revisão iminente será observada de perto.

Eng não deu nenhuma pista sobre a possibilidade de uma mudança. Depende muito do quanto as métricas de crédito enfraquecem e, de qualquer maneira, o sistema financeiro da China tem ampla liquidez, portanto, é improvável que uma deterioração seja tão ruim que demande um corte direto.

"Eu apostaria que tipicamente sinalizaremos uma perspectiva negativa antes de mudarmos o rating. Eu não esperaria que as tarifas dos EUA isoladamente causassem um enfraquecimento da economia chinesa a ponto de termos que baixar o rating", disse Eng.

"O impacto geral não será tão grande que a China não possa se estabilizar. A questão é como eles se estabilizam e isso remonta ao meu primeiro comentário --se eles usarem crédito, os riscos serão maiores para a classificação", disse Eng.

Fonte: Reuters

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