Macron usa fotos antigas de incêndios para tentar prejudicar o Brasil. Bolsonaro reage

Publicado em 22/08/2019 22:02
Macron, presidente da França, diz que incêndios na Amazônia são emergência internacional. General Morão, vice-presidente do Brasil, rebate: "Amazônia brasileira está segura".

Os incêndios que atingem a região norte do País, principalmente em pastagens, podem ser usados para prejudicar o setor do agronegócio do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro, durante live semanal no Facebook, destacou que o governo trabalha para mitigar o problema e pediu que as pessoas ajudem a denunciar práticas criminosas na área.

-- "Alguns países aproveitam o momento para potencializar as críticas contra o Brasil para prejudicar o agronegócio, nossa economia, recolocar o Brasil numa posição subalterna", afirmou. O presidente criticou manifestações estrangeiras sobre o assunto. "Um país agora, sem dizer o nome aqui, falou da 'nossa Amazônia', teve a desfaçatez de falar 'a nossa Amazônia', está interessado em um dia ter um espaço aqui na nossa Amazônia para ele", disse.

Live_bolsonaro_22.08.2019

Live semanal do presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/Redes sociais

Minutos após terminar a live, Bolsonaro mencionou, pelo Twitter, postagem do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre as queimadas na Amazônia.

Segundo Bolsonaro, Macron postou uma foto desatualizada de queimada na região. "Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema. O Governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI", escreveu o presidente brasileiro.

- Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema.

- O Governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI.

Na publicação no Twitter, o presidente da França classificou os incêndios na Amazônia de "crise internacional" e pediu que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema. "Nossa casa está queimando. Literalmente. A floresta amazônica, pulmão que produz 20% do oxigênio do nosso planeta, está em chamas. Isso é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem em dois dias", tuitou.

O próximo encontro do G7, que reúne os presidentes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, será realizado neste fim de semana, em Biarritz.

Queimadas criminosas

Durante a live, o presidente brasileiro admitiu que tem havido incêndios criminosos e que, segundo ele, isso pode significar uma tentativa de afetar a soberania brasileira sobre a Amazônia. Ele comparou os incêndios no Brasil a outros que acontecem anualmente em regiões como a Califórnia, nos Estados Unidos.

"Aqui tem o viés criminoso? Tem. Sei que tem. Quem que pratica isso? Não sei. Os próprios fazendeiros, ONGs, índios, seja lá o que for. Então, existe esse interesse em cada vez mais dizer que nós não somos responsáveis e quem sabe, mais cedo ou mais tarde, alguém decrete uma intervenção na região amazônica e nós vamos ficar chupando o dedo aqui no Brasil", disse.

Bolsonaro também criticou parte da imprensa na cobertura sobre o assunto. Ele reforçou que o problemas decorrentes dos incêndios podem prejudicar a todos no país. "Nossa economia está escorada nas commodities. Se o mundo resolver nos retaliar, e a economia nossa bagunçar, todo mundo, inclusive vocês, repórteres, vai sofrer as consequências."

Por fim, o presidente fez um apelo aos fazendeiros da região que estejam ateando fogo em áreas florestais.

-- "Há suspeita que tem produtor rural que está agora aproveitando e tacando fogo geral aí. As consequências vêm para todo mundo. Se vocês querem ampliar a áreas de produção, tudo bem, mas não é dessa forma que a gente vai conseguir atingir nosso objetivo."

Bolsonaro ainda revelou ter recebido oferta de aeronaves para combater os incêndios por parte do presidente do Chile, Sebástian Piñera, e do Equador, Lenín Moreno.

Assista à integra da live do presidente no Facebook:

  • Amazônia brasileira está segura, diz Mourão

  • O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se manifestou na noite desta quinta-feira (22) sobre os incêndios florestais na Amazônia e disse que a região está segura. Em uma postagem no Twitter, ele atribuiu as queimadas ao período de seca. 

  • A #Amazonia brasileira está segura! Lá morei e sei que incêndios são episódicos em período de seca. Transformá-los em crise, esquecendo as tragédias que o fogo causou nos EUA e Europa, é má-fé de quem não sabe que os pulmões do mundo são os oceanos, não a Amazônia.

    Ver imagem no Twitter
     

    Mais cedo, também pelo Twitter, o presidente da França, Emmanuel Macron, se posicionou sobre as queimadas na Amazônia, classificando o problema como uma "crise internacional" e pedindo que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema. Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro rebateu o líder francês, também pela rede social dizendo que Macron busca "instrumentalizar uma questão interna" dos países amazônicos "para ganhos políticos pessoais".    

    O próximo encontro do G7, que reúne os presidentes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, ocorrerá neste fim de semana, em Biarritz. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, também afirmou nesta quinta-feira que está "profundamente preocupado" com os incêndios na Floresta Amazônica.

  • Macron diz que incêndios na Amazônia são emergência internacional

  • SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira que os incêndios na Floresta Amazônica são uma emergência internacional e pediu para que a situação seja discutida em cúpula do G7.

    "A Floresta Amazônica --os pulmões que produzem 20% do oxigênio de nosso planeta-- está em chamas. É uma crise internacional. Membros da Cúpula do G7, vamos discutir essa emergência", escreveu Macron no Twitter.

    O presidente Jair Bolsonaro respondeu no próprio Twitter, criticando a "mentalidade colonialista" de Macron, mas se dizendo aberto ao diálogo.

    "Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema", tuitou Bolsonaro.

    "O governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI", acrescentou Bolsonaro.

    O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi outro líder internacional que usou o Twitter para mostrar preocupação com a situação na Amazônia.

    "Estou profundamente preocupado com os incêndios na Floresta Amazônica. No meio à crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma importante fonte de oxigênio e diversidade", tuitou António Guterres.

  • Trump oferece ajuda a Putin no combate a incêndios florestais na Sibéria

  • MOSCOU (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu ajuda ao seu colega russo, Vladimir Putin, no combate aos incêndios de grande escala que estão destruindo florestas na Sibéria, informou o Kremlin na noite de quarta-feira, um gesto que disse que Putin viu como sinal de que os laços bilaterais abalados podem ser restaurados.

    Segundo o Kremlin, os dois líderes conversaram por telefone por iniciativa de Washington horas depois de Putin ordenar que o Exército da Rússia ajude os bombeiros a enfrentar as chamas.

    Os incêndios se alastraram por cerca de três milhões de hectares de florestas essencialmente remotas, uma área quase do tamanho da Bélgica, de acordo com a Agência Federal de Silvicultura, espalhando fumaça por toda a Sibéria e levando várias regiões a declararem estado de emergência.

    "O presidente dos EUA ofereceu à Rússia cooperação no combate a incêndios florestais na Sibéria", disse o comunicado do Kremlin.

    "O presidente Putin expressou sua gratidão sincera por uma atitude tão atenciosa e pela oferta de ajuda e apoio".

    Putin disse a Trump que Moscou aceitará sua oferta se necessário, disse o Kremlin, acrescentando: "O presidente russo viu este passo do presidente dos EUA como um sinal de que, no futuro, podemos restaurar laços plenos entre os dois países".

    Há tempos a Rússia mostra disposição para tentar começar a reformular as relações abaladas com os EUA, que continuam tensionadas por questões relacionadas à Síria e à Ucrânia e a alegações de interferência russa na política norte-americana, o que Moscou nega.

    Os dois líderes concordaram em manter contato por telefone e em encontros pessoais, afirmou o Kremlin.

  • Com florestas em chamas, Bolívia busca ajuda de super avião tanque

  • TAPERAS, Bolívia (Reuters) - Bombeiros bolivianos ainda combatem os incêndios florestais que já queimaram mais de 650 mil hectares de floresta tropical, disseram autoridades nesta quinta-feira. 

    Autoridades disseram que esperavam a chegada de uma aeronave Boeing 747 SuperTanker de combate a incêndios. Imagens de aviões militares mostravam vastos trechos de floresta tropical perto das fronteiras da Bolívia com o Paraguai e o Brasil. 

    "Acreditamos que com este avião, conseguiremos extinguir o incêndio", disse o Ministro da Defesa da Bolívia, Javier Zavaleta. O presidente boliviano Evo Morales publicou no Twitter que o avião estava a caminho e incluiu um link para o radar de vôos que mostrava o SuperTanker vindo de Sacramento, nos EUA. 

    Milhares de focos de incêndios florestais estão queimando a maior floresta tropical do mundo. Os incêndios dobraram neste ano se comparados com o mesmo período em 2018. 

    Embora os incêndios tenham ocorrência frequente durante a temporada da seca, ambientalistas culpam o aumento expressivo de queimadas florestais causadas por fazendeiros para produzir terra para pastagem. 

    Autoridades na Bolívia dizem que ainda querem determinar a causa dos incêndios. Parlamentares locais na província de Santa Cruz culpam fazendeiros e pediram uma investigação do governo federal. 

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Fonte:
Agencia Brasil /Reuters

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