Petrobras reduz preço do gás (GLP) residencial e empresarial nas refinarias

Publicado em 02/08/2019 20:15

A Petrobras reduziu o preço do gás de cozinha (GLP) vendido nas refinarias às distribuidoras para botijões de 13 quilos de R$ 26,20 para R$ 24,06. O novo preço entra em vigor na próxima segunda-feira (5) nas unidades da empresa. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), a queda do GLP residencial oscilará entre 6,5% e 12% nas refinarias.

De acordo com a Petrobras, para ser comercializado em botijões de 13 quilos, o gás de cozinha tem o preço de venda formado pela média das cotações dos gases butano e propano no mercado europeu, mais uma margem de 5%. Os reajustes passaram a ser trimestrais em janeiro do ano passado.

Segundo a companhia, o preço do GLP vendido para as indústrias e o comércio caiu 13%. O Sindigás informou que a redução do GLP empresarial ficou entre 11% e 17%, dependendo do polo de suprimento. A redução do GLP empresarial também entra em vigor na segunda-feira.

As empresas associadas ao Sindigás foram infornadas pela Petrobras na tarde de hoje (2) da queda no preço do GLP residencial (embalagens de até 13 quilos) e empresarial (destinado a embalagens acima de 13 quilos). A redução passa a valer a partir de segunda-feira, dia 5 de agosto, nas unidades da petroleira. De acordo com as informações recebidas da Petrobras, a queda do GLP residencial oscilará entre 6,5% e 12%, e a queda do GLP empresarial entre 11% e 17%, dependendo do polo de suprimento.

Em nota, o sindicato informou que o ágio praticado pela Petrobras está em cerca de 31% em relação ao preço do mercado internacional. “Esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o gás liquefeito de petróleo entre seus principais insumos, impactando de forma crucial, empresas que operam com uso intensivo de GLP”, diz o Sindigás.

Petrobras reduz preço médio do gás de cozinha para distribuidoras em 8,17%

  • Trabalhador movimenta botijões de gás de cozinha nas instalações de uma distribuidora em São Paulo 02/05/2006 REUTERS/Caetano Barreira

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira uma redução de 8,17% no preço do botijão de gás de cozinha de até 13 kg, que a partir de segunda-feira passará a custar 24,06 reais para as distribuidoras, de acordo com o site da estatal.

Essa foi a primeira queda neste ano na cotação do GLP residencial, que tem sido reajustada a cada três meses, para, segundo a petroleira, suavizar impactos da volatilidade no mercado externo sobre os valores domésticos.

Os valores anunciados pela Petrobras representam o custo sem adição de impostos para venda do botijão às distribuidoras, com o repasse dos preços ao consumidor final dependendo das estratégias das distribuidoras e revendedoras.

De acordo com a estatal, o preço de venda do gás de cozinha é formado pela média das cotações de butano e propano no mercado europeu, com o acréscimo de uma margem de 5%, e pela cotação do câmbio.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) estimou que a Petrobras ainda tem praticado ágio de cerca de 31% em relação ao mercado internacional.

Uma diminuição nos preços do gás faz parte do "choque de energia barata" prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que, segundo ele, se dará pela abertura do mercado, especialmente com a quebra do monopólio da distribuição de gás.

Em abril, Guedes projetou que os preços do GLP residencial possam cair pela metade em "um ano e meio ou dois" com as medidas do governo.

Em linha com a abertura, a Petrobras está em meio ao processo de venda de sua distribuidora de botijões de gás, a Liquigás, com ofertas pela empresa esperadas para este mês.

Castello Branco diz que Petrobras não vai arriscar em investimentos

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que a empresa não vai se arriscar ao analisar as áreas de atuação para futuros investimentos. De acordo com o plano da companhia, a estratégia inclui a busca de diversificação do portfólio com energias renováveis, entre outros segmentos. “Cada companhia escolhe o que é melhor para ela. Vou fazer o que acho que é melhor para os nossos acionistas. Todos os diretores estão remando no mesmo barco e na mesma direção do mesmo rio”, disse hoje (2) em entrevista acompanhado de diretores da empresa para comentar os resultados do segundo trimestre de 2019, divulgados ontem (1º). 

Castello Branco destacou que as companhias concorrentes da Petrobras, há dez anos reduziram investimentos em refinarias e venderam cerca de 89 delas neste período. Na visão dele, o investimento em renováveis ficará no campo de desenvolvimento de pesquisas e não em operações, porque envolve competências diferentes no negócio de petróleo e gás. “Para entrar nesse jogo temos que entrar para ganhar, não entrar açodadamente. Só porque os outros estão fazendo, a gente vai fazer e perder dinheiro. Nós não queremos. É proibido perder dinheiro”, disse.

De acordo com o presidente, no balanço, a empresa procurou aplicar o maior nível de transparência possível sobre o seu desempenho financeiro e as metas do que pretende realizar. Segundo Catello Branco, no fim deste ano será possível observar as mudanças que foram realizadas e as que levarão mais tempo. 

“Pretendemos chegar a 2022 com uma empresa mais forte, mais saudável, focada em ativos de classe mundial e alto retorno”, disse. “Precisamos do serviço de logística, mas não precisamos se donos dos serviços de logística. Esse é o perfil da Petrobras. Estamos vendendo os ativos em que não somos donos naturais. Estamos resolvendo pendências do passado, um exemplo disso são as operações de distribuição de gás no Uruguai, o que nos levou a perder dinheiro por anos e anos”.

Segundo o balanço divulgado ontem, no segundo trimestre de 2019, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 18,866 bilhões , resultado que representa 4,6 vezes o lucro líquido do trimestre anterior e é um recorde histórico para a companhia. A empresa apontou como um dos principais fatores do desempenho a conclusão da venda de 90% da sua participação na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), no valor de R$ 33,5 bilhões. 

Desse total, R$ 2 bilhões foram destinados à liquidação da dívida da transportadora com o BNDES. Além disso, a petroleira apontou como influências no resultado o aumento das cotações internacionais do petróleo e a valorização do dólar frente ao real.

Desinvestimentos

Segundo o presidente, a questão da venda de ativos, além de contribuir para a redução da dívida, se relaciona com a gestão de portfólio. Até o fim de julho deste ano, os desinvestimentos alcançaram US$ 15,1 bilhões, tendo a venda da participação na TAG, como a transação de maior valor. 

Para Castello Branco, não é possível prever o quanto a companhia vai conseguir no fechamento do ano com a venda de ativos, porque depende do mercado. “Temos um longo programa de desinvestimentos. É muito importante não só para a desalavancagem financeira. A companhia ainda é excessivamente endividada e também para melhorar a alocação de capital. Esses são dois pilares estratégicos”, disse.

Embora considere o endividamento da companhia ainda muito elevado, Castello Branco, ponderou que houve mudança no perfil da dívida que passou a ser mais longo, com prazo médio de 10 anos. “Isso é muito bom, mas estamos ainda muito expostos e isso não é recomendável para uma companhia com as nossas características”, apontou.

Para a diretora Financeira e de Relacionamento com Investidores, Andrea Almeida, com os desinvestimentos, geração de caixa e redução de custos previstos, a companhia tem condição de cumprir a previsão para a redução da dívida. Na visão dela, se confirmando este cenário e com a melhora da economia brasileira, a Petrobras poderá conquistar grau de investimento.

“Alguns investidores do mercado internacional poderem investir em empresas é preciso ter este selo, que é o selo de qualidade de crédito melhor. A gente tem esse objetivo e acredita que esse nível de alavancagem também vai levar a Petrobras para esse patamar, que é o que a empresa deve estar”, disse, completando, que a conquista do grau de investimento não depende apenas do trabalho da companhia. A avaliação é feita por agências internacionais de risco.

Fonte: Agencia Brasil /Reuters

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