Otan diz estar pronta para responder ponderadamente a suposta violação russa de pacto nuclear

Publicado em 02/08/2019 10:30

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BRUXELAS (Reuters) - A Otan acordou medidas para impedir a Rússia de lançar um novo míssil de médio alcance capaz de instaurar um ataque nuclear na Europa, informou a aliança militar nesta sexta-feira, alegando que sua resposta seria ponderada e envolveria apenas armas convencionais.

Os Estados Unidos se retiraram formalmente de um pacto da época de Guerra Fria com a Rússia nesta sexta-feira após determinarem que Moscou violava o tratado e não tinha planos de se comprometer.

"A Rússia é a única responsável pelo fim do tratado", disseram os aliados da Otan, referindo-se ao Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), que manteve armas nucleares fora da Europa e evitou ataques de curto prazo.

Liderada pelos EUA, a aliança alega que a Rússia violou os termos do pacto de 1987, que proíbe mísseis terrestres de médio alcance na Europa, e desenvolveu o Novator 9M729, míssil com capacidade nuclear também conhecido como SSC-8.

A Rússia nega quaisquer violações.

"A Otan vai responder de modo ponderado e responsável aos riscos significativos impostos pelo míssil russo 9M729... Acordamos um pacote de medidas balanceadas, coordenadas e defensivas", disseram.

O secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou em uma coletiva de imprensa que "não haveria movimentos apressados" da aliança e que esses "não se equiparariam ao que a Rússia faz".

"Não queremos uma nova corrida armamentista", acrescentou.

Washington considera apenas armas convencionais, não nucleares, em qualquer possível resposta, disseram diplomatas da Otan. Stoltenberg listou exercícios militares, vigilância e defesas aéreas e com mísseis como formas de deter Moscou.

A Otan também considera ampliar o índice de voos pela Europa feitos por jatos de guerra dos EUA, capazes de transportar ogivas nucleares, além de aumentar o treinamento militar e reposicionar mísseis marítimos norte-americanos, disseram diplomatas da aliança.

Nas próximas semanas, os Estados Unidos devem testar um míssil de cruzeiro lançado no solo. Em novembro, o Pentágono pretende testar um míssil balístico de alcance intermediário.

(Por Robin Emmott)

EUA se retiram formalmente de acordo de armas nucleares com a Rússia

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Por Steve Holland e Andrew Osborn

WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - Os Estados Unidos se retiraram formalmente nesta sexta-feira de um pacto histórico de mísseis nucleares com a Rússia, depois de determinar que o governo usso está violando o tratado, algo que o Kremlin nega.

O presidente dos EUA, Donald Trump, determinou que o país encerrará a filiação ao acordo de controle de armas de 1987, conhecido como Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), disseram autoridades de alto escalão a repórteres.

O tratado proíbe os dois lados de instalarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa. Os EUA sinalizaram seis meses atrás sua intenção de sair do acordo se a Rússia não mostrasse que iria cumpri-lo.

"Os Estados Unidos não continuarão filiados a um tratado que é violado deliberadamente pela Rússia", disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em um comunicado a respeito da saída norte-americana.

"O descumprimento russo do tratado ameaça interesses supremos dos EUA, e o desenvolvimento e instalação russos de um sistema de mísseis que viola o tratado representam uma ameaça direta aos Estados Unidos e nossos aliados e parceiros", disse Pompeo.

Os funcionários graduados, que falaram pedindo anonimato, disseram que a Rússia mobilizou "batalhões múltiplos" de um míssil de cruzeiro russo por toda a Rússia, inclusive no oeste, "com a capacidade de atacar alvos europeus críticos" -- uma violação do pacto.

A Rússia nega a alegação, dizendo que o alcance do míssil o exclui do tratado, e acusou os EUA de usarem um pretexto falso para saírem de um tratado com o qual Washington quer mesmo romper para desenvolver novos mísseis.

Moscou também rejeitou a exigência norte-americana de destruir o novo míssil, o Novator 9M729, conhecido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como SSC-8.

Em reação à medida dos EUA, a Rússia disse que pediu a estes para declararem e cumprirem uma moratória na mobilização de mísseis nucleares de alcance curto e intermediário na Europa.

"Propusemos aos Estados Unidos e a outros países da Otan que pesem a possibilidade de declarar o mesmo tipo de moratória na mobilização de mísseis de alcance curto e intermediário como os nossos, como aquela anunciada por (presidente russo) Vladimir Putin", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, segundo citação da agência de notícias Tass.

(Reportagem adicional de Roberta Rampton, em Washington, e Andrew Osborn, em Moscou)

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Fonte:
Reuters

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