Guerra de tarifas: Chineses não retaliam e diz que manterão reuniões em setembro nos EUA
Beijing, 2 ago (Xinhua) -- As equipes de negociação da China e dos Estados Unidos manterão comunicação estreita e intensificarão consultas de comércio no nível do trabalho em agosto para se prepararem para a reunião dos negociadores-chefe de comércio de ambos os lados em setembro, informou o Ministério do Comércio chinês nesta quinta-feira.
Os dois lados realizaram a 12ª rodada das consultas econômicas e comerciais de alto nível China-EUA em Shanghai de terça a quarta-feira e concordaram em realizar a próxima rodada de consultas nos Estados Unidos em setembro.
De acordo com o porta-voz do ministério, Gao Feng, durante a 12ª rodada de consultas, os dois lados discutiram as causas do impasse anterior, esclareceram as posições sobre importantes assuntos econômicos e comerciais e definiram os princípios, métodos e programações para as consultas futuras.
Respondendo à pressão imposta por alguns comentários dos Estados Unidos sobre a China, Gao disse que as consultas bilaterais devem ser conduzidas com base em igualdade e respeito mútuo.
Ele expressou a esperança de que o lado dos Estados Unidos faça esforços positivos, mostre sinceridade e boa vontade e crie uma boa atmosfera para as consultas.
-- "Os dois lados têm muito mais interesses comuns do que disputas no campo econômico e comercial", enfatizou Gao, acrescentando que "a busca de benefício mútuo é a essência da cooperação econômica e comercial bilateral".
Sobre quando um acordo poderá ser atingido, Gao disse que isso depende do progresso das consultas.
-- "Os Estados Unidos deve mostrar uma sinceridade suficiente, solucionar adequadamente as preocupações essenciais da China e fazer esforços conjuntos com a China para buscar soluções com base em igualdade e respeito mútuo", disse.
Chanceler da China diz para EUA serem prudentes em palavras e ações
Bancoc, 2 ago (Xinhua) -- O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu nesta quinta-feira que os Estados Unidos encontrem um meio termo com a China para implementar os consensos atingidos pelos líderes de ambos os países e impulsionar juntos as relações bilaterais.
Wang fez as declarações ao se reunir com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, no marco da reunião de ministros das Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e outras reuniões relacionadas.
Os diversos consensos atingidos em junho pelo presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente estadunidense, Donald Trump, em Osaka, Japão, estabelecem a direção das relações bilaterais, disse Wang.
Neste momento é urgente que os EUA encontrem um meio termo com a China para implementar os consensos, administrar e controlar as disputas com base no respeito mútuo, expandir a cooperação com base no benefício mútuo, e impulsionar conjuntamente a relação bilateral caracterizada pela coordenação, cooperação e estabilidade, como foi concordado pelos líderes de ambos os países, assinalou Wang.
O funcionário reconheceu as recentes declarações de Pompeo de que, embora a China e os EUA tenham diferentes valores, ambos compartilham interesses comuns e existe muito espaço para a cooperação.
A China também acredita que ambas as partes devem fortalecer a comunicação, reduzir os julgamentos defeituosos e procurar uma situação ganha-ganha para os dois lados, assim como para o mundo inteiro, o que vai de acordo com os interesses de ambas as partes e também é a expectativa comum da comunidade internacional, afirmou Wang.
Tanto a China como os EUA devem considerar corretamente as intenções estratégicas do outro, disse Wang, acrescentando que não é justo nem possível tentar obstruir o desenvolvimento chinês.
A China também tem o direito a desenvolver-se; e seu desenvolvimento, com um forte impulso endógeno, é pacífico e inevitável, destacou Wang.
As duas partes devem aproveitar ao máximo o papel orientador estratégico da diplomacia de chefes de Estado nas relações China-EUA, utilizar bem todos os mecanismos de diálogo de alto nível, fortalecer as consultas em todos os campos, e transformar em realidade a visão dos líderes dos dois países, de que a China e os EUA podem tornar-se parceiros de cooperação, salientou Wang.
As duas partes devem lidar apropriadamente com suas diferenças e questões sensíveis, disse Wang, pedindo que os EUA adiram estritamente ao princípio de Uma Só China e aos três comunicados conjuntos entre os dois países, e tratem adequadamente das questões relacionadas a Taiwan.
Ao destacar que as duas partes devem ampliar a cooperação em todas as áreas, Wang expressou a esperança de que os EUA facilitem os intercâmbios pessoais entre os dois países ao invés de criar obstáculos.
Por sua parte, Pompeo disse que a reunião recente entre os líderes dos dois países assinalou a direção para o desenvolvimento futuro das relações bilaterais.
Pompeo reiterou que o presidente norte-americano, Donald Trump, e o governo dos EUA não têm nenhuma intenção de conter o desenvolvimento da China e que estão dispostos a cooperar com o país em diversas áreas. Além disso, ele espera que as consultas econômicas e comerciais entre a China e os EUA avancem sem contratempos.
Pompeo disse que a parte norte-americana está comprometida com os três comunicados conjuntos entre os dois países e com a política de Uma Só China.
Os EUA apoiam o fortalecimento dos intercâmbios entre pessoas dos dois países e estão dispostos a abordar os problemas relacionados, indicou Pompeo.
Ambos trocaram pontos de vista sobre a questão da Península Coreana. Wang assinalou que a China apoia o importante consenso alcançado pelos líderes da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e dos EUA em sua cúpula em Cingapura sobre a desnuclearização completa e o estabelecimento de um mecanismo de paz na península.
A China espera que tanto a RPDC como os EUA aproveitem a oportunidade para atingir um consenso e considerar as preocupações do outro com o objetivo de formular um mapa de rota factível e promover a solução política da questão da Península Coreana adotando passos graduais e sincronizados, disse Wang.
A China está disposta a oferecer apoio e assistência para reiniciar as consultas entre a RPDC e os EUA, acrescentou.
Pompeo disse que os EUA estão preparados para implementar o acordo alcançado pelos líderes dos dois países na reunião de Panmunjom e retomar os contatos de nível de trabalho com a RPDC a qualquer momento.
Sobre a questão do Mar do Sul da China, assim como os assuntos relacionados a Xinjiang e Hong Kong, Wang pediu que os EUA respeitem os interesses fundamentais e as principais preocupações da China, e sejam prudentes em palavras e ações.
Ambas as partes concordaram em manter contato sobre temas de interesse mútuo.