Fábrica de polêmicas de Bolsonaro mistura personalidade com busca por pautar debate político (análise da Reuters)
SÃO PAULO (Reuters) - A eventual privatização da Eletrobras, maior empresa de energia elétrica do país, está na pauta do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira.
De acordo com o comunicado da Eletrobras, o presidente da elétrica, Wilson Ferreira Jr, foi convidado pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para encontro para discutir o assunto com Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
A agenda do presidente Bolsonaro aponta duas reuniões com o ministro Albuquerque nesta quinta-feira, ambas no Palácio do Planalto, uma às 8h30 e uma às 14 horas, sem detalhar os assuntos que serão tratados.
A primeira deveria contar com a presença também do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Albuquerque afirmou em meados de julho que pretendia, junto com Guedes, apresentar um modelo a para desestatização da Eletrobras para avaliação do presidente da República em até duas semanas.
Em carta ao presidente da Eletrobras divulgada pela companhia, o ministro de Minas e Energia afirmou que "a efetivação e a definição das condições da desestatização da Eletrobras dependerão do envolvimento dos Poderes Executivo e Legislativo".
As ações preferenciais da Eletrobras abriram em alta de cerca de 2,7% nesta quinta-feira, com a notícia sobre a reunião.
O modelo para a desestatização da companhia de energia ainda não foi divulgado pelo governo, mas o Ministério de Minas e Energia tem afirmado que a operação envolverá a emissão de novas ações para capitalizar a companhia, reduzindo a fatia da União na empresa para uma posição minoritária.
A Eletrobras utilizaria recursos obtidos na transação para pagar bônus de outorga ao Tesouro em troca da renovação em condições mais favoráveis de suas hidrelétricas antigas.
Em entrevista recente do ministro à GloboNews, ele afirmou que a União poderia arrecadar cerca de 18 bilhões de reais.
A Eletrobras é responsável por quase um terço da capacidade de geração e metade da rede de transmissão de energia do Brasil.
(Por Luciano Costa)