EUA e China mudam negociações comerciais para Xangai em meio a pessimismo sobre acordo
Por Michael Martina e David Lawder
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - Negociadores comerciais dos Estados Unidos e da China irão a Xangai nesta semana para as primeiras negociações presenciais desde a trégua do mês passado, uma mudança de cenário para ambos os lados em busca de resolver suas diferenças para acabar com a guerra comercial.
Expectativas de progresso durante os dois dias de reuniões são baixas, e autoridades e empresários esperam que os ambos os lados possam ao menos detalhar compromissos para gestos de "boa vontade" e abrir caminho para futuras negociações.
Isso inclui compras pela China de commodities agrícolas dos EUA e que os EUA permitam que empresas retomem algumas vendas para a gigante de tecnologia chinesa Huawei Technologies.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na sexta-feira achar que a China pode não querer fechar um acordo comercial até depois da eleição de 2020, na expectativa de que possa então negociar termos mais favoráveis com um presidente diferente.
Há mais de um ano, as duas maiores economias do mundo têm adotado bilhões de dólares em tarifas sobre as importações um do outro, afetando cadeias globais de oferta e abalando mercados financeiro.
China “não sucumbirá à aplicação de pressão máxima”, diz chanceler chinês sobre diálogos com EUA
SANTIAGO (Reuters) - O chanceler chinês Wang Yi afirmou que seu país “não sucumbirá à aplicação de pressão máxima”, no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos, em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal chileno El Mercurio, dias antes de as duas potências retomarem as negociações.
Visitando o Chile, o funcionário disse que espera que Pequim e Washington encontrem “soluções mutuamente aceitáveis, por meio de diálogo e consultas baseados em respeito recíproco”.
“Em uma guerra comercial, não há vencedores, e a China não sucumbirá à aplicação de pressão máxima”, disse o chanceler chinês.
“A China tem a sinceridade de continuar negociando com os Estados Unidos para controlar as divergências, mas toda negociação tem que ser realizada em pé de igualdade e respeito recíproco”, acrescentou.
A Casa Branca disse na quarta-feira que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio, Robert Lighthizer, vão se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, para manter negociações em Xangai em 30 de julho.
Índices da China caem em meio a expectativas baixas sobre negociações comerciais
- XANGAI (Reuters) - Os índices acionários da China recuaram nesta segunda-feira em meio às baixas expectativas dos investidores de que a reunião entre negociadores dos Estados Unidos e da China em Xangai encerre a guerra tarifária e diante de preocupações com uma desaceleração econômica.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, terminou com queda de 0,11%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,12%.
Os lucros industriais da China têm diminuído desde o segundo semestre de 2018 conforme a economia desacelera e a disputa comercial com os EUA se intensifica, com muitas empresas adiando decisões de negócios e reduzindo o investimento.
Negociadores comerciais dos Estados Unidos e da China irão a Xangai nesta semana para as primeiras negociações presenciais desde a trégua do mês passado, mas as expectativas de avanço são baixas.
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,19%, a 21.616 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,03%, a 28.106 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,12%, a 2.941 pontos.
. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,11%, a 3.854 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,78%, a 2.029 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,06%, a 10.885 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,52%, a 3.346 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,48%, a 6.825 pontos.