Bolsonaro busca parceria com EUA para a Amazônia; "criar mais 30 reservas é crime"

Publicado em 27/07/2019 19:45
Bolsonaro diz que busca parceria internacional para gestão da Amazônia, informa a Agência Brasil

Em resposta a questionamentos de países europeus sobre a gestão das riquezas naturais da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (27), durante cerimônia de formatura de paraquedistas no Rio de Janeiro, que busca parcerias “no primeiro mundo” e, em especial com os Estados Unidos, para a exploração do território amazônico brasileiro.

“O senhor presidente da França [Emmanuel Macron], a senhora Merkel [chanceler da Alemanha] queriam que eu voltasse para cá [depois da reunião do G20], demarcando mais 30 reservas indígenas, ampliando reservas ambientais. Isso é um crime. Só de reserva indígena já temos 14% do territorio tomados aqui no Brasil. Na Reserva Ianomâmi, são 9 mil índios e tem o dobro do territorio do estado do Rio de Janeiro. É justo isso? Terra riquíssima. Se juntarmos com a Raposa Serra do Sol é um absurdo o que temos de reservas minerais ali. Estou procurando o primeiro mundo para explorar essas áreas em parceria e agregando valor. Por isso, a minha aproximação com os Estados Unidos”, disse Bolsonaro.

Durante o discurso, na cerimônia de formatura, o presidente já havia abordado o assunto. “O Brasil é nosso. A Amazônia é nossa. A Presidência é do povo brasileiro. Povo esse ao qual devo lealdade absoluta”, disse, ao reafirmar que está cumprindo promessa feita durante a campanha eleitoral, de “colocar o Brasil no local destaque que ele merece. É declarar nossa verdadeira independência, e é lutar para o bem de todos”, finalizou.

Flerte do Brasil com EUA não deve preocupar a China, diz Chanceler brasileiro

,
  • Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, cumprimenta o chanceler chinês, Wang Yi, durante reunião do Brics (Por Gabriel Stargardter)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os esforços brasileiros para construir relações melhores com os Estados Unidos não devem preocupar a China, principal parceira comercial do Brasil, porque nunca houve um problema com a China, disse o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nesta sexta-feira. 

O problema no passado foi como administrações anteriores do Brasil lidaram com as relações com a China, argumentou o chanceler brasileiro. 

Falando a repórteres depois de uma reunião com importantes autoridades da China, Rússia, Índia e África do Sul, durante reunião do Brics no Rio de Janeiro, Araújo acrescentou que os esforços do Brasil para melhorar as relações com os EUA não precisam colocar em risco os laços com a China, segunda maior economia do mundo. 

“Nunca tivemos qualquer problema com a China. Tivemos problemas com a maneira como o próprio Brasil estava organizando, ou não organizando, sua relação com a China”, disse. 

Antes de se tornar ministro das Relações Exteriores, Araújo ganhou notoriedade ao escrever um texto em um blog no qual dizia que as mudanças climáticas eram um complô marxista inventado para estimular a economia chinesa e prejudicar o Ocidente. Desde que assumiu o ministério, no entanto, ele e outros membros do governo do presidente Jair Bolsonaro, outro crítico da China, adotaram um atitude mais pragmática em relação a Pequim. 

Bolsonaro defende redução da carga tributária

O presidente Jair Bolsonaro disse também que o país tem que reduzir a carga de impostos e que deve apresentar uma reforma tributária depois da aprovação da reforma da Previdência. A afirmação foi feita durante cerimônia de formatura de novos paraquedistas do Exército.
 
“Queremos adiantar a reforma da Previdência e apresentar nossa reforma tributária. A reforma mãe é a da Previdência. Temos que mostrar para o mundo que gastamos mais do que arrecadamos e queremos equilibrar isso aí. Depois é simplificar. A carga tributária temos que começar a diminuir, caso contrário você estimula o contrabando e a entrada desse material de outras maneiras, o que é ruim para todo mundo”, disse.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da cerimônia de brevetação, formatura de novos paraquedistas, no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar.

Bolsonaro disse  que o Brasil tem que reduzir a carga de impostos    (Fernando Frazão/Agência Brasil)
 
 

O presidente voltou a defender a nomeação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal, como embaixador brasileiro nos Estados Unidos. “Vocês acham que eu botaria um filho meu num posto de destaque como esse para pagar vexame? Eu quero um contato imediato, rápido, com o presidente norte-americano”.

Explicação

Durante entrevista, depois da cerimônia na 26ª Brigada de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar, Bolsonaro também falou sobre o dia do casamento do filho, Eduardo Bolsonaro,  em maio. No dia, de acordo com o presidente, ele e alguns membros da família foram levados à cerimônia em um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB). O presidente destacou que não cometeu nenhuma irregularidade.
 
“Eu fui no casamento do meu filho. Minha família da região do Vale do Ribeira estava comigo. Eu vou negar o helicóptero pra ir pra lá? E mandar de carro pra lá? Não gastei nada além do que já ia gastar”, disse o presidente.
 
Ele convidou os jornalistas a conferirem seus gastos com cartão corporativo e a compararem com os de governos anteriores. “Se eu errar, eu assumo meu erro e arco com as consequências. Até o momento, pelo que vejo, nada de errado aconteceu em meu governo”.
 
O presidente disse, ainda, que quer tornar opcional a matrícula em autoescolas para quem quiser tirar sua carteira de motorista.

“Quem quiser fazer uma autoescola que faça. Não pretendo acabar com a autoescola, pretendo [deixar que] quem quiser fazer a prova prática sem aulas, que faça”.
 
Segundo ele, a meta é desburocratizar o Brasil. “Eu não sabia que atestado de óbito tinha validade. É grana para cartório. Por que ninguém mexe nisso?”, indagou.

Reuters: Bolsonaro diz ser primeiro presidente a cumprir promessas de campanha

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse em cerimônia militar no Rio de Janeiro neste sábado que é a primeira pessoa a ocupar o cargo que cumpre as promessas que fez durante a campanha eleitoral e voltou a dizer que, embora o Brasil seja um Estado laico, o presidente e a maioria da população é cristã.

Bolsonaro participou neste sábado de cerimônia de formatura de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica. Capitão da reserva do Exército, o presidente formou-se paraquedista militar e citou o fato de ter chegado à Presidência como prova de que não existem obstáculos intransponíveis para os paraquedistas.

"Pela primeira vez na história do Brasil temos um presidente que está honrando e cumprindo o que prometeu durante a campanha. É o bem do povo brasileiro, é colocar o Brasil no local de destaque que ele merece. É declarar a nossa verdadeira independência e é lutar pelo bem de todos", disse o presidente no discurso.

Bolsonaro diz que Greenwald pode pegar "uma cana" no Brasil, mas não será extraditado

Jornalista norte-americano Glenn Greenwald durante audiência no Senado
  • Jornalista norte-americano Glenn Greenwald durante audiência no Senado  REUTERS/Adriano Machado - Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, pode "pegar uma cana", mas não será extraditado e afirmou que eventual decisão de destruir provas obtidas após prisão de suspeitos de hackearem autoridades não cabe ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

O The Intercept Brasil tem divulgado supostas mensagens trocadas entre Moro, na época em que era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, e procuradores da operação, que indicariam uma colaboração entre o julgador do caso e os responsáveis pela acusação.

Na sexta, Moro editou uma portaria que trata da "deportação sumária" de "pessoas perigosas", vista por críticos como uma represália a Greenwald, o que o ministro e o ministério negaram.

"O Glenn pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, mas não vai ser lá fora não", disse Bolsonaro a jornalistas, após participar de cerimônia de formatura de paraquedistas militares no Rio de Janeiro.

O presidente também afirmou que o jornalista norte-americano "não presta nem para ser mandado para fora" e acusou Greenwald de estar cometendo um crime.

"Não se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo, até porque ele é casado com outro homem e tem filhos adotados brasileiros", disse o presidente. A legislação brasileira veda a deportação de estrangeiros casados com brasileiros ou que tenham filhos brasileiros. Greenwald é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ).

"Malandro. Para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota crianças aqui no Brasil", atacou Bolsonaro.

Um dos quatro suspeitos presos nesta semana acusados de hackear o telefone de autoridades disse ser a fonte das reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil. O site, por sua vez, diz que obteve as mensagens com uma fonte anônima e que não discute sobre suas fontes anônimas.

De acordo com a Polícia Federal, os quatro suspeitos presos nesta semana teriam hackeado os telefones celulares de cerca de mil pessoas, entre elas autoridades como Moro, Bolsonaro, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha.

O presidente do STJ disse que Moro, ao informá-lo que foi um dos alvos, lhe disse que destruiria as mensagens para preservar a privacidade das vítimas, o que gerou críticas, já que a destinação das mensagens obtidas nos computadores dos suspeitos cabe ao Judiciário, não ao ministro, a quem a PF está subordinada.

“A decisão de possível destruição não é dele (Moro)", disse o presidente a jornalistas. Ele também descartou a possibilidade de Moro deixar o governo por causa do episódio e disse que o ministro tem sua total confiança.

Em sua conta no Twitter, Greenwald rebateu as afirmações de Bolsonaro e lembrou que o presidente não tem poder de determinar prisões. Também disse ter casado com Miranda há 14 anos, quando atuava como advogado e não como jornalista.

"Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é --ainda-- um ditador. Ele não tem o poder de ordenar (que) pessoas (sejam) presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal", escreveu. "Essa evidência não existe", assegurou.

"A teoria dele é insana", acrescentou sobre as declarações do presidente sobre seu casamento com Miranda. "E sugerir que alguém adotaria --e cuidaria-- de 2 filhos para manipular a lei é nojento. O Brasil tem 47.000 crianças em abrigos. A adoção é linda e deve ser encorajada, não zombada."

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Agencia Brasil /Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário