China vai abrandar restrição a residências em cidades menores
PEQUIM (Reuters) - A China vai abrandar a restrição de residências em cidades menores e apoiar o emprego em regiões rurais e microempresas, disse o Ministério dos Recursos Humanos do país, em uma tentativa de criar os postos de trabalho e reanimar a economia.
O governo vai aliviar restrições à autorização de moradias para pessoas com curso superior em cidades menores, disse na sexta-feira, em comunicado, o Ministério dos Recursos Humanos e da Seguridade Social.
Tais permissões, chamadas de “hukou”, foram usadas para controlar a migração interna na China durante anos. Sem a autorização, um morador de uma cidade não pode ter acesso a vários serviços públicos, como educação e saúde, em outros municípios.
O governo também apoiará o emprego em regiões rurais e microempresas, simplificando o processo de admissão e oferecendo subsídios, de acordo com o comunicado datado de 3 de julho.
Graduados nas universidades também serão encorajados a abrir suas empresas.
Cargill fecha fábricas de ração na China em meio a surtos de peste suína pelo país
CHICAGO (Reuters) - A Cargill fechou fábricas de ração animal na China nos últimos meses em parte devido à rápida propagação da peste suína africana pelo país, o que reduziu a demanda, disse um executivo da empresa nesta sexta-feira.
Os fechamentos destacam os problemas enfrentados por empresas agrícolas globais devido à peste suína africana na China, maior produtora de porcos e consumidora de carne suína do mundo.
A peste suína africana, para a qual não há cura ou vacina, mata praticamente todos os porcos infectados, embora seja inofensiva para humanos.
A doença já matou mais de um milhão de porcos na China desde que a nação relatou o primeiro caso em agosto passado, reduzindo a demanda por ingredientes para rações, como o farelo de soja, e pré-mixes, que são misturas de vitaminas e outros nutrientes, vendidas pela Cargill e outros fornecedores.
"Essa não é uma tendência da qual a China se recuperará em seis meses", disse em uma entrevista Chuck Warta, presidente da divisão de Nutrição Animal e Pre-Mix da Cargill. "É algo que leva 24 meses, 36 meses para a reposição da população mundial de animais."
O surto acelerou os fechamentos de fábricas de ração em regiões costeiras da China, também estimulados pela mudança de local de criação dos animais na última década, direcionada para o oeste, disse Warta, acrescentando que a maior parte das instalações não será reaberta mesmo que a China controle a peste suína africana.
O número de unidades fechadas pela Cargill e suas capacidades não foram imediatamente especificados.
A Cargill, porém, ainda vê um futuro positivo para seu negócio de nutrição animal na China, disse Warta. A empresa está expandindo uma instalação pré-mix nos arredores de Nanjing, no leste chinês, e adquiriu um terreno para a construção de uma planta para pré-mix e nutrição de animais jovens no norte do país, segundo ele.
"Estamos deixando alguns ativos ociosos, mas transferindo esses recursos para um tipo diferente de produção, que é mais posicionado para servir ao mercado", disse Warta.
A Cargill afirmou na quinta-feira que a demanda reduzida por ração suína na China, a guerra comercial entre Pequim e os Estados Unidos e as enchentes no Meio-Oeste norte-americano levaram a uma queda de 41% em seu lucro trimestral ajustado.
No primeiro semestre deste ano, as importações de soja pela China recuaram 14,7% em relação a igual período do ano passado, exatamente pela retração de demanda causada pela peste suína, de acordo com dados alfandegários do país.
As expectativas são de que a China acelere importações de carnes, depois que a perda na criação de suínos levou alguns produtores a ampliarem a janela de alimentação de seus animais para que eles cresçam ainda mais, disse Warta.
EUA estão em "período de silêncio" com a China sobre negociações comerciais, diz Navarro
- Bandeiras da China e dos EUA 09/11/2018 REUTERS/Yuri Gripas
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão em "período de silêncio" com a China sobre as negociações comerciais, disse o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, em entrevista à CNBC nesta sexta-feira, acrescentando que as conversas presenciais começarão em breve com a China.
O representante de Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, viajarão para Pequim "em um futuro muito próximo", disse Navarro. No geral, Lighthizer assumirá a liderança nas negociações, juntamente com o presidente dos EUA, Donald Trump, acrescentou.
"Estamos, na minha opinião, em um período de silêncio... em direção às negociações", disse Navarro à rede de televisão, observando que os negociadores norte-americanos e chineses conversaram recentemente por telefone.
Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram no mês passado com outra trégua na disputa comercial, que já dura um ano, entre as duas maiores economias do mundo. Esse acordo, após a reunião em Osaka, no Japão, retomou as negociações paralisadas, mas nenhum prazo foi estabelecido para que o processo seja concluído.
Perguntado sobre quando ele achava que um acordo seria assinado, Navarro se recusou a comentar, mas disse que qualquer anúncio virá de Lighthizer ou de Trump.